Me fizeram analfabeto Não me entreguei Tornei-me amigo do alfabeto Deles me retirei Me puseram no olho do furação Não me entreguei Me libertei com a minha mão Não me derrotei Tacaram pedra no meu olho Não me entreguei Não me fiz piolho Me limpei Me jogaram no chão Não me entreguei O corpo aguenta o turbilhão Ressuscitei Quiseram me jogar na rua Não me entreguei A vida continua Vencerei Me fizeram comer poeira Não me entreguei Levantei da eira Superei Me puseram na estrada Não me entreguei Aqui eu fico Aqui eu morrerei Me fizeram morto Não me entreguei Deixei meu corpo Continuei Nota do Editor: Juliano Luís Pereira Sanches é jornalista, folclorista, fotógrafo e poeta. Colaborador do Portal Sorocult (www.sorocult.com), do Portal Comunique-se (www.comunique-se.com.br), da revista on-line O Guaruçá (www.ubaweb.com), e do Portal Mário Lincoln do Brasil (www.mhariolincoln.jor.br). É colunista do Jornalzen (www.jornalzen.com.br), de Campinas, e escreve esporadicamente para o Jornal Correio Popular de Campinas (www.cpopular.com.br). Escreve regularmente no blog "Casa do Juliano Sanches" (casadojulianosanches.blogspot.com).
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