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11/03/2009 - 11h01
Desemprego versus autoestima
 
 
Atual crise econômica e série de demissões no mundo todo, faz as pessoas temerem o desemprego

O homem dos dias atuais não trabalha apenas para sua subsistência, mas para sustentar caprichos e tecnologias criadas para facilitar a vida em sociedade. Mais do que o sustento, o trabalho hoje é status. A atual crise econômica deixa as pessoas ainda mais apreensivas em relação a isso, gerando muito estresse e insegurança. “A dificuldade financeira transforma-se em papel coadjuvante diante do constrangimento da perda do status social. E se o cargo ocupado era muito importante, a vergonha pode levar a atitudes extremas, como encobrir o problema de familiares e amigos”, ressalta o consultor Nelson Moschetti, da RCS Brasil.

De acordo com o consultor, as pessoas têm muito mais medo do julgamento da sociedade do que da própria capacidade de continuar provendo a própria renda. “O sentimento de impotência quando se está fora do mercado de trabalho atrapalha não só o aspecto psicológico, como suas relações interpessoais. De uma hora para outra, o desempregado perde o sobrenome institucional: Fulano de tal, da empresa X. O isolamento é uma conseqüência muito provável. E, com ele, a dificuldade de recolocação e de relacionamento torna-se evidente”, explica Moschetti.

Na opinião de Moschetti, o que poucos percebem é que esta pode ser uma fase em que se pode investir no crescimento pessoal e profissional. Para ele, este é o momento perfeito para buscar a reciclagem por meio de cursos, ou até mesmo de tomar a decisão de mudar de ambiente profissional, se a satisfação e a realização não forem mais as mesmas do início de carreira. “Esta também é uma ótima fase para estreitar os laços familiares – seja com os filhos ou com o companheiro – na tentativa de recuperar o tempo perdido em reuniões e horas extras deixadas no escritório”.

Segundo ele, ver com bons olhos a demissão pode render bons momentos em família, com os amigos, trazer benefícios ao corpo e à mente e, com este conjunto de fatores, construir a tão almejada qualidade de vida. “Isso cria também condições emocionais mais favoráveis para uma boa empregabilidade, podendo significar uma nova colocação ou uma outra carreira, como empresário, consultor e profissional autônomo”, finaliza.

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