A estação mais quente e chuvosa do Brasil está chegando ao fim com grande variação na distribuição de chuvas e algumas anomalias de temperatura. No verão 2008/2009, algumas regiões, como o norte do Paraná, Região Sudeste, Mato Grosso do Sul, Goiás e Região Nordeste, registraram temperaturas acima da média, enquanto no Mato Grosso, Rondônia, Acre, Pará e Amapá terminam o verão com temperatura ligeiramente abaixo da média.

Segundo os meteorologistas da Somar, os maiores destaques ficaram por conta das chuvas. No Centro-Oeste e partes do Acre, Amazonas (sul), Pará (sul, Tocantins e Maranhão (sul) terminarão com precipitações bem abaixo da média: até 500 mm aquém do esperado em algumas localidades. Já o leste do Rio Grande do Sul, norte de São Paulo, centro e leste de Minas Gerais, norte do Rio de Janeiro, centro e sul do Espírito Santo, parte do leste do Nordeste (entre Pernambuco e Rio Grande do Norte) e parte do norte do Nordeste e Norte (norte dos Estados do Ceará, Piauí, Maranhão, Pará, Amazonas, Rondônia e Amapá) registraram excesso de chuvas, ultrapassando 900 mm no norte do Amapá.

O que esperar das próximas estações?

O outono representa a estação de transição entre o verão chuvoso e quente e o inverno seco e frio. Nada mais natural, portanto, que o outono apresente características das duas estações e de forma não linear. "Nada impede, por exemplo, que tenhamos frio no início e calor no final da estação", afirma Celso Oliveira.

O outono de 2009 começa às 8h44min de 20 de março e termina às 2h45min de 21 de junho e será influenciado por uma La Niña muito fraca. Segundo a última simulação atmosférica, a maior parte do País terá um outono dentro das características, com precipitações próximas da normalidade. Ou seja, as chuvas devem diminuir gradativamente nos próximos meses.

As exceções ficam por conta do leste e norte do Nordeste e norte da Região Norte. No leste do Nordeste, áreas de instabilidade conhecidas por Ondas de Leste devem provocar chuvas em excesso desde o litoral sul e zona da mata da Bahia até o Rio Grande do Norte. Já entre a costa do Ceará e o noroeste do Amazonas, a Zona de Convergência Intertropical deve se afastar mais rapidamente que o normal da costa brasileira, provocando diminuição das chuvas. "No ano passado, o Estado da Bahia registrou chuvas abaixo da média e boa parte do norte das Regiões Norte e Nordeste registraram chuvas acima da média. A previsão para este ano é de uma situação oposta nestas áreas", lembra Celso.

Com relação à temperatura máxima, a maior parte do País não deverá registrar grande anomalia. Apenas no Rio Grande do Sul, há previsão de temperatura entre 1°C e 2°C acima da média. Já no noroeste de Mato Grosso do Sul, boa parte de Mato Grosso, do Amazonas e do Acre, sudoeste do Pará e Rondônia deverão registrar temperatura máxima entre 1°C e 2°C abaixo da média. As noites e madrugadas também deverão ser mais quentes no Sudeste, leste de Mato Grosso do Sul e sudeste de Goiás, com temperatura mínima entre 1°C e 2°C acima.

Olhando um pouco mais longe, os modelos indicam que o início do inverno promete ser bastante frio, com temperatura mínima oscilando entre 1°C e 3°C abaixo da média sobre todo o Sul, Centro-Oeste, sul do Pará, Rondônia, Acre, sul do Amazonas, São Paulo e sul, centro e oeste de Minas Gerais. No oeste da Bahia, Tocantins, centro e sul do Piauí, centro e sul do Maranhão e norte do Pará, a temperatura mínima também deverá ficar entre 1°C e 2°C abaixo do normal.

As temperaturas máximas também deverão ficar mais baixas em praticamente todo o País. Esperam-se temperaturas máximas próximas da média apenas no sul do Rio Grande do sul, leste do Nordeste e norte e oeste da Região Norte.