No mundo contemporâneo desde cedo tomamos contato com nossas finanças, nossos recursos materiais e o que damos valor, afirma a publicitária e jornalista Suyen Miranda (www.suyenmiranda.com.br), pesquisadora de Saúde Financeira e palestrante sobre o tema para públicos no Brasil, Portugal e Angola. "A partir dos quatro anos a criança já tem idéia de que há um sistema que troca notas por objetos, e facilita a conquista das coisas desejadas", diz a consultora. "Este é o momento ideal para iniciar a criança a compreender o sistema de valores que irá ditar muito das referências de como ela irá lidar com o trabalho, a produção e o dinheiro em sua vida", reforça. Para facilitar a vida de pais e educadores, a consultora dá algumas dicas de como abordar o tema de forma acessível e eficaz. 1. Considere que a criança compreende a troca de notas por objetos, e explique a ela o quanto custam itens simples do dia-a-dia. Faça-a acompanhar os pais nas compras, mas sem estimular que ela escolha coisas. Um exemplo é levá-la a padaria e apontar a ela o quanto custaram os itens do café da manhã, ou mesmo o que foi comprado para o lanche. "Normalmente são valores pequenos, fáceis para a criança que já conta até 20 entender o que isso significa", explica Suyen. 2. Dê a criança um cofrinho que seja possível abrir sem quebrar, para que ela possa encher com moedas e em um momento pré determinado pelos pais, abrir, retirar, contar (com a ajuda de pais ou outro adulto) para que ela saiba o quanto guardou. Para estimular a poupança, dê a criança (com até oito anos) moedas de baixo valor, como R$ 0,10 e 0,25, ao invés de encher com moedas de R$ 1. Nesta fase, a criança fica mais satisfeita com dez moedas de R$ 0,10 do que com uma de R$ 1. 3. Semanalmente dê uma quantia em dinheiro que seja acessível para que a criança coloque no cofrinho ou guarde para economizar. Normalmente o valor deve acompanhar a idade da criança, por exemplo R$ 5 por semana para quem tem cinco anos, que vai resultar em R$ 20 no mês. 4. Se a criança desejar um item que ela seja capaz de comprar, como um livro ou algo que custe até R$ 50, estimule que ela guarde o dinheiro para comprar quando tiver o valor completo. Acompanhe a criança na compra e estimule também a pechinchar, pedir desconto, que é algo natural e não deve ser fonte de vergonha ou acanhamento. 5. O fato da criança ter contato com dinheiro desde cedo também ajuda no desenvolvimento dos conceitos matemáticos, portanto aproveite e estimule cálculos simples com a criança utilizando o dinheiro que ela guardou. De forma lúdica e divertida a criança começa a entender que o dinheiro é resultado tanto do trabalho quanto da economia do cotidiano, e que é mais simples do que parece.
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