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Agricultura e Pecuária
26/07/2009 - 15h25
Tomazetti, o rei do feijão-caupi
Fernando Sinimbu
 
Perfil

Pugilista peso-pesado do agronegócio, ele dá socos na crise o tempo todo. Para debelar o pessimismo e golpear as barreiras, passar apenas uma semana em Primavera do Leste, durante um mês, é o suficiente. No restante dos dias ele viaja pelo Brasil e o mundo vendendo uma das principais fontes de proteínas da família leguminosa. Europa, Estados Unidos, China, Japão e toda a América Latina já não são mais novidade.

Assim, é Moacir Tomazetti, 61 anos, o rei do feijão-caupi no Centro-Oeste. Irrequieto, católico fervoroso e leitor de livros de autoajuda e história, ele não imaginava, em 1985, quando deixou para traz uma propriedade de 30 hectares em Silveira Martins, no Rio Grande do Sul, que em duas décadas depois seria o maior produtor de sementes de feijão-caupi do País. "Foi tudo acontecendo a seu tempo", lembra.

Vinte e três anos depois de pegar a estrada com a mulher e os quatro filhos num Corcel II azul, Moacir Tomazetti é dono de duas fazendas, num total de 2.500 hectares, além de arrendar muita terra nos arredores do município de Primavera do Leste, no sudeste de Mato Grosso, que tem uma população de pouco mais de 46 mil habitantes, segundo o IBGE, e está situada a 240 quilômetros de Cuiabá.

A saga do feijão-caupi no Centro-Oeste passa necessariamente por esse gaúcho da pequena São Pedro do Sul, que nasceu numa família de imigrantes italianos. Foi num cenário de crise com o cultivo de soja, cuja performance produtiva vinha despencando, que Moacir Tomazetti, em 2005, conheceu o feijão-caupi.

O encontro dele com o produto foi durante um dia de campo no município de Balsas, no cerrado do Maranhão, promovido pela Embrapa Meio Norte. Depois de ouvir atentamente do pesquisador Francisco Freire Filho as vantagens de plantar o feijão caupi, Tomazetti saiu do evento com uma certeza: havia chegado a hora da mudança. Era a sorte pegando carona.

Após 3 anos e meio da aposta no desconhecido, a empresa Sementes Tomazetti só coleciona vitórias. Em 2009, a produção esperada da empresa é sete mil toneladas entre grãos e sementes de feijão caupi. A produtividade média é de 1,2 tonelada por hectare. O produto é exportado para o Canadá, Índia e alguns países árabes, além de estados do Nordeste, Sudeste e do próprio Centro-Oeste.

Inovador, Moacir Tomazetti foi o pioneiro em Primavera do Leste com o processo de secagem de grãos e sementes a gás. Ele cita três as vantagens desse processo em relação à secagem à lenha: "primeiro, grãos e sementes não ficam com cheiro de fumaça; segundo, não queimando madeira, o produtor não contribui para o avanço do desmatamento; e, terceiro, há um controle eficaz da temperatura, que é feito eletronicamente".

A empresa está se preparando para implantar, ainda este ano, um sistema de resfriamento de grãos e sementes, outra novidade na região de Primavera do Leste. A próxima empreitada dele é produzir sementes de feijão-caupi, milho e soja em Roraima. A meta é exportar para os países que fazem fronteira com o Brasil nos arredores do Estado, como Venezuela e Guiana.

Moacir Tomazetti, um apreciador moderado de vinho e de uma boa cachaça produzida na própria fazenda, tem uma certeza: o feijão- caupi faz a diferença. Ele é rico em proteína, resiste à seca, como um bom nordestino, tem ciclo curto - 75 dias dias, em média, é produzido a baixo custo e não precisa de industrialização: pode sair do pé direto para a panela.

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