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Entrevistas
11/09/2009 - 09h05
Libre defende os pequenos do livro
Agência Brasil Que Lê
 

Criada sete anos atrás para defender os interesses dos pequenos editores e com fama de ser boa de briga, a Liga Brasileira de Editoras, a Libre, se prepara para intensificar mais o debate em torno da necessidade de maiores políticas públicas voltadas para os micros e pequenos empreendimentos na área. Surpreendida, nem bem tomou posse, com a decisão da prefeitura de São Paulo de cancelar o apoio à Primavera dos Livros, a nova presidente, Cristina Warth, explica por que foi preciso criar uma entidade voltada exclusivamente aos pequenos e enumera as conquistas obtidas até aqui. “Esse papel de cobrar e garantir oportunidades para os pequenos editores é tarefa fundamental de uma entidade como a Libre”, ela diz.


O que justifica existir uma entidade como a Libre para representar os pequenos editores?

A Libre, fundada em 2002, tem, frente ao processo de fusões e internacionalização do setor editorial, um papel fundamental na defesa dos editores nacionais e, especialmente, dos pequenos e médios empresários. Acreditamos que só de forma organizada será possível enfrentar a tendência de concentração do setor e cobrar políticas protecionistas e reguladoras. O livro, por suas características especiais, sendo ao mesmo tempo uma mercadoria e um bem cultural, cumpre papel estratégico ao ser propagador de cultura e informação. Porém, a livre circulação da produção cultural ou, se preferirmos, a bibliodiversidade, num mercado organizado a partir da lógica de resultados dos best-sellers, está ameaçada, pois esse direcionamento faz com que os livros sejam tratados como produtos perecíveis nas gôndolas dos supermercados. A pequena edição, que constrói seu catálogo a partir da criação de um fundo de catálogo, acreditando nos long-sellers, responsável também pela descoberta de jovens autores assim como pela produção e difusão de saberes locais, não conseguirá sobreviver, a não ser que consiga garantir medidas protetoras para fazer frente a esse processo; e esse papel de cobrar e garantir oportunidades para os pequenos editores é tarefa fundamental de uma entidade como a Libre.


Quais foram as principais conquistas dos pequenos editores nesses anos de Libre?

Em menos de uma década, vemos que a Libre se tornou uma importante interlocutora com o governo e com as demais entidades da cadeia do livro. Nos primeiros anos, acompanhamos com especial interesse os programas de compras governamentais, que tinham um formato que excluía a maioria de nossas editoras, pois exigiam produtos especialmente preparados para a licitação, eliminando a possibilidade de apresentação dos livros de catálogo. Outra coisa importante foi a limitação de títulos por editora, o que aumentou as chances das pequenas casas editorias. Vale registrar que, nesse processo de reformulação das licitações, temos encontrado no governo interlocutores sensíveis e cientes da importância de incluir as pequenas editoras nessas compras. Além disso, a rede de editores da Libre tem funcionado como um fórum privilegiado de discussão, tratando de temas relacionados à produção e à circulação de produtos e fazendo aumentar a profissionalização dos editores.


Quais devem ser as prioridades da sua gestão para os próximos anos?

O trabalho da diretoria para o próximo biênio pretende dar continuidade ao esforço das gestões anteriores, mas concentrará seus esforços na proposição de políticas para o livro com vistas a consolidar a inclusão e a participação de nossas editoras no mercado de forma competitiva. Buscaremos também, através de práticas solidárias, ampliar a participação dos editores libreiros em eventos nacionais e internacionais e a reduzir os custos de produção e distribuição. Pretendemos, ainda, acompanhar a evolução tecnológica com a preocupação de proteger os direitos de autores e editores. Finalmente, trataremos das Primaveras dos Livros com especial cuidado, pois acreditamos que é possível produzir um evento que una leitores, editores e autores de forma realmente democrática, contribuindo para o crescimento do interesse pela leitura. A profissionalização e o fortalecimento das editoras filiadas são alguns dos pontos mais importantes a serem trabalhados pela entidade. Acreditamos na necessidade de políticas públicas para o setor, que devem se traduzir em reais oportunidades e no fortalecimento dos pequenos e médios editores brasileiros.


Como a Libre encara a criação do Fundo Pró-Leitura?

Em primeiro lugar, reconhecemos a desoneração que beneficiou o setor a partir de 2004, apesar da questão das empresas optantes do Simples, que ao final não foram desoneradas e representam grande fatia do setor, sendo também as que sobrevivem com mais dificuldades. Além disso, vimos importantes setores da economia serem desonerados em função da crise sem que houvesse contrapartida. Tal postura seria justa para com o livro, que é atividade estratégica como difusora de cultura e conhecimento, mas frágil do ponto de vista do mercado. Contudo, reconhecemos o compromisso assumido pelo setor e achamos que os recursos recolhidos devam ser gerenciados pelo Estado, com a participação do segmento, e não pela iniciativa privada. No entanto, diante das dificuldades do setor, encaminhamos ao Ministro da Cultura pedido de análise de isenção para os empresários com faturamento até 2,4 milhões.

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