Campeão brasileiro Renato Galvão também se classifica em sua estréia na praia Mole.
| Nilton Santos |  | | | O ubatubense Renato Galvão, que se classificou em sua estréia no Onbongo Pro Surfing na praia Mole, em Florianópolis (SC). |
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Com apenas 16 anos de idade, o pernambucano Bruno Rodrigues, que mora em Florianópolis (SC), foi um dos destaques do primeiro dia de disputas no Onbongo Pro Surfing. Na quarta-feira de Sol, vento Sul forte e ondas mexidas de 1 metro de altura, ele venceu sua primeira bateria e depois passou em segundo lugar num confronto contra dois sul-africanos. Dos estrangeiros que já estrearam, poucos conseguiram avançar para a quinta-feira. No primeiro dia, entraram no mar oitenta dos 208 competidores inscritos no único WQS com nível máximo 6 estrelas da América do Sul, com apenas 32 se classificando para a terceira das cinco fases das triagens que serão realizadas até sexta-feira. No sábado, será a vez das principais estrelas do Onbongo Pro Surfing fazerem suas primeiras apresentações na praia Mole e a torcida aguarda ansiosa para ver em ação os campeões mundiais Tom Curren (EUA), Mark Occhilupo (AUS) e C. J. Hobgood (EUA), assim como o vice-líder do WCT 2004, Joel Parkinson (AUS), cabeça-de-chave número 1 desta 36ª etapa do World Qualifying Series (WQS). Seus primeiros adversários serão definidos nas triagens que foram iniciadas na quarta-feira. São 176 surfistas disputando apenas 32 vagas para o Evento Principal do Onbongo Pro Surfing, quando começa a ser distribuída a premiação de 125.000 dólares oferecida na primeira das duas provas da "perna brasileira" do Circuito Mundial. Os dois mais jovens surfistas inscritos competiram na rodada inicial. O pernambucano Bruno Rodrigues, que faz parte da equipe de competição da Onbongo, estreou com vitória sobre o cearense Felipe Martins, o paulista Saulo Júnior e o alagoano Ricardo Toledo na quarta bateria. Mas, o catarinense Cauê Wood, de somente 12 anos de idade, terminou em último no confronto com o também catarinense Pedro Norberto e os paulistas Wellington Gringo e Daniel Oliveira na sétima e penúltima bateria da primeira fase. "Estou aqui só para sentir o clima de uma competição importante, só para ganhar experiência mesmo", falou Cauê. Já Brunino ainda enfrentou dois surfistas da África do Sul e garantiu o segundo lugar depois de manobrar forte em uma boa onda para arrancar uma nota 8,17, uma das maiores da quarta-feira. Mesmo assim, Ricky Basnett venceu a bateria e Richard Sills ficou muito irritado com a marcação do jovem surfista brasileiro, que não deixou ele pegar mais onda para garantir sua classificação. "Pô, muito irado, tirei o gringo. Ele é muito folgado e me deu até um tapa na cara lá dentro. Sei lá o que ele falou, ficava gritando "fuck you", "camon", "África", pensei até que ele ia me bater, mas está tudo tranqüilo. Ganhei dele, ele vai ter que ir embora e eu continuo na disputa, estou em casa", contou Bruninho, que depois, com ajuda de um tradutor, pediu até desculpas e Richard Sills ainda mostrava-se nervoso com a eliminação. "Ele veio para cima de mim, não deixou eu pegar onda e fiquei muito chateado, porque lá na África a gente não faz isso", lamentou. Mesmo com as condições adversas do mar, Bruno Rodrigues chegou até pegar um tubinho na bateria e estava muito feliz com a classificação. "As ondas estão difíceis, mas já surfei num mar muito pior aqui na praia Mole. Para mim tá irado, tem altas ondinhas e é só se posicionar legal dentro do mar que você pega boas ondas", ensinou Bruno Rodrigues, que agora terá como adversários novamente o sul-africano Ricky Basnett, além do japonês Teppei Tajima e o norte-americano Che Stang, na terceira rodada do Onbongo Pro Surfing, que vai abrir a quinta-feira na praia Mole, em Florianópolis (SC). O sul-africano foi um dos poucos estrangeiros que conseguiram superar os brasileiros no primeiro dia de disputas na Ilha de Santa Catarina. "O mar está muito mexido e o vento muito forte, mas consegui achar uma boa onda e dar duas rasgadas fortes para vencer a bateria", contou Basnett, que está no Brasil tentando melhorar a 81ª posição que ocupa no ranking do WQS. Campeão brasileiro se classifica em sua estréia no Onbongo Pro Surfing O ubatubense Renato Galvão, 22 anos, se classificou em sua estréia no Onbongo Pro Surfing, mas o show na bateria foi do catarinense Pedro Norberto, que bateu todos os recordes do campeonato, recebendo a maior nota - 9,43 - para totalizar imbatíveis 17,80 pontos de 20 possíveis em sua segunda apresentação na praia Mole. Como prêmio pelo título brasileiro conquistado na etapa final do SuperSurf 2004 em Saquarema (RJ), há duas semanas, Renato irá disputar como convidado do Nova Schin Festival WCT Brasil, mas ainda tenta confirmar seu ingresso na elite do surfe mundial nestas últimas etapas do WQS. "Então, fui atrás de pontos lá em Santa Cruz (na Califórnia, EUA) para tentar dar uma subida no ranking (73º lugar), mas acabei passando uma semana de férias com meus amigos lá. Não deu onda a semana inteira e o campeonato acabou sendo cancelado. Vim direto para cá e consegui passar essa bateria e espero entrar no ritmo que nem o Pedro Norberto, que arrepiou a bateria, deu um show mesmo!", elogiou Galvão. Os dois agora vão enfrentar o português Justin Mujica e o neozelandês Jay Quinn na 13ª das dezesseis baterias da terceira fase das triagens do Onbongo Pro Surfing nesta quinta-feira. Com apresentação da Nova Schin, o Onbongo Pro Surfing 2004 tem como principal patrocinador a marca Onbongo, apoio da Prefeitura Municipal de Florianópolis e Fundação Municipal de Esportes, divulgação oficial pela Revista Fluir e Rede Atlântida FM, numa realização conjunta entre a Federação Catarinense de Surf (FECASURF) e a ASP South America.
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