O município de São Sebastião, situado no litoral norte de São Paulo, pode ser a mais nova sede de uma etapa da Volvo Ocean Race, considerada a maior regata oceânica de volta ao mundo.

A cidade já está entre as 34 finalistas para receber a edição 2011-2012 da competição, que tem previsão para começar entre os meses de agosto e outubro de 2011 e passar pela América do Sul no início de 2012.

Na temporada 2008–2009, o barco Ericsson 4, comandado pelo brasileiro Torben Grael, foi o vencedor, o que aumenta a expectativa para os sebastianenses receberem a próxima edição da prova. Os idealizadores da candidatura prometem mobilizar não apenas a cidade como também para toda a região do entorno. São Sebastião já está colocando em prática alguns projetos para atrair a atenção dos organizadores do evento, como o desenvolvimento de novos profissionais da Vela por meio do projeto social Velas & Ventos que já conta com mais de 70 garotos.

A criação da Race Village, um espaço disponível para todo o aparato que envolve a Volvo Ocean Race, é a principal demanda dos organizadores da competição. Para isso, a cidade já tem preparado um aterro de 60 mil m² (40 a mais do que os 20 mil m² exigidos pela organização) no porto que, a partir de 2010, também passará a receber navios passageiros.

O canal é considerado um dos melhores locais para se praticar esportes náuticos no Brasil. A cidade já foi palco de provas do circuito nacional e internacional de Vela. Entre elas estão a temporada 97-98 da Whitbread (antiga VOR) e etapas do Campeonato Brasileiro das classes Holder e Optimist. O último evento realizado foi a Semana da Vela, no feriado nacional de 7 de setembro.

Ser sede de um evento dessa magnitude trará benefícios não apenas para São Sebastião, que conta com uma rede de 182 hotéis e pousadas, capaz de abrigar aproximadamente 15 mil leitos. As cidades do entorno, como Ubatuba, Ilhabela e Caraguatatuba, também sentirão o impacto no turismo da região.

Qualidades raras

São Sebastião foi uma das primeiras a ser “batizada” no Brasil quando, em 20 de janeiro de 1502, o navegador Américo Vespúcio atracou na cidade. Esse passado, inclusive, é uma de suas características mais marcantes. O município conserva toda a sua história através de, por exemplo, a restauração de edifícios. No centro, existem sete quarteirões de construções dos séculos XVII e XVII tombados pelo Condephaat.

Os sebastianenses também têm o privilégio de dizer que são os terceiros no ranking de preservação da Mata Atlântica. A cidade conserva 84% da mata original. A prefeitura também tem excelentes projetos para manutenção do patrimônio histórico e um grande acervo arqueológico e ambiental. Apenas o sítio arqueológico São Francisco possui 1.200.000 m² de área pesquisada.

Mas o município não está preocupado apenas com a preservação de seus prédios históricos ou sua extensa região florestal, também é responsável por auxiliar uma das poucas aldeias Guarany do litoral brasileiro, divulgando a cultura indígena em escolas públicas, feiras e exposições. 

São Sebastião também é conhecida pelas características especiais dos seus 114 km de belas praias. Entre as mais famosas estão Maresias, Cambury, Barra do Una, Juqueí, Boracéia, Barra do Sahy e Boissucanga.

O acesso pode ser feito facilmente por meio das rodovias Dutra, Ayrton Senna e dos Tamoios. São Sebastião também dispõe de um heliponto exatamente em frente à marina e, além desse, existem outros três nas proximidades. Outros aeroportos, como o de Ribeirão Preto, que fica a 80 km da cidade, pode receber até aviões de pequeno porte e helicópteros.

São Sebastião e as cidades do entorno estão unidas e vivendo a expectativa de receber a 11ª etapa da Volvo Ocean Race.