Com a acirrada competitividade internacional, a cada ano que passa cresce no País a necessidade por profissionais qualificados. As exigências das empresas aumentam em progressão geométrica, acompanhando o ritmo acelerado do desenvolvimento tecnológico. Nossa qualidade de ensino, no entanto, não consegue acompanhar essas necessidades. O ensino básico é deficiente e leva alunos despreparados para o ensino médio e, consequentemente, para os cursos superiores. É importante enfatizar que as empresas brasileiras não necessitam de mão-de-obra barata, como em décadas anteriores, mas de colaboradores capacitados. Mas como atingir esse patamar com os preocupantes indicadores revelados por avaliação do setor educacional? Nem a metade dos jovens entre 15 e 17 anos está na escola. A taxa de escolarização no ensino médio, em 2006, foi de 47%. Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, dos 3,6 milhões de jovens que se matricularam no primeiro ano do ensino médio, apenas 1,8 milhão consegue concluir o curso. Os principais motivos para a debandada são o desinteresse, a necessidade de trabalhar e a falta de acesso à escola. De acordo com a pesquisa em São Paulo, o abandono das aulas é ainda maior, principalmente entre os estudantes que possuem emprego. E, aí, um problema grave se acentua. Esses jovens saem da escola e não atingem a qualificação desejada pelas empresas. Vão formar a parcela da população que se agarra nos subempregos e no trabalho informal, que dispensam qualificação, com salários baixos e sem condições de competir no mercado de trabalho formal por cargos mais elevados. Com isso, a carência de mão-de-obra capacitada continua, com enormes prejuízos para o desenvolvimento do País. Com experiência de 45 anos na inserção de jovens no mercado de trabalho, o Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE (www.ciee.org.br) acredita que o estágio é a mais eficiente ferramenta para capacitar futuros profissionais, constituindo assim uma recomendável saída para atenuar o problema da qualificação de mão de obra num futuro próximo. Isso porque o jovem vai aliar o que aprendeu nos bancos escolares com a prática no mundo corporativo. Além disso, a bolsa-auxílio recebida favorece a continuidade dos estudos, diminuindo sobremaneira a evasão escolar. Para as empresas, fica a oportunidade de formar uma nova geração de colaboradores, com o espírito de equipe e adaptados a seus valores. E para o País, a diminuição da parcela de jovens desempregados - furando a barreira do primeiro emprego, e podendo, por conseguinte, refletir socialmente até mesmo na diminuição da violência nas grandes cidades - e o aumento da qualificação, com permanência maior nas escolas somada à atividade prática no campo corporativo. Nota do Editor: Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e diretor da FIESP.
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