O corpo do ex-prefeito da capital paulista, Celso Pitta, foi enterrado no final da tarde de ontem (21), no Cemitério Getsêmani. O caixão foi envolvido com a bandeira do PTB, partido de Pitta, enviada pela diretoria estadual da legenda. No velório, realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo, a companheira de Pitta nos últimos anos, Rony Golabeck, disse que ele era uma pessoa “extremamente boa” e que foi “usado”. “Ele foi muito injustiçado, tenho certeza absoluta”, afirmou. Rony disse que vai escrever um livro para contar histórias ainda desconhecidas sobre o ex-prefeito. Para a viúva, o ex-prefeito não deveria ter trocado a carreira de economista pela política. “Ele não deveria ter largado a economia, ele era um grande economista. O Celso não era político”, afirmou Rony. Participaram do velório parentes, amigos e políticos. Muitos dos presentes se referiram ao ex-prefeito como um injustiçado e também lamentaram o seu envolvimento com a política. Pitta chegou à prefeitura de São Paulo, em 1997, apadrinhado pelo ex-prefeito, Paulo Maluf (PP-SP), que o antecedeu no cargo e do qual havia sido secretário de Finanças. Sua gestão foi marcada denúncias de irregularidades e corrupção. O investidor Naji Nahas também considerou o político como um “grande injustiçado”. Segundo Nahas, o ex-prefeito teria dito que a sua doença estava relacionada à “mágoa”. O investidor foi preso junto com Pitta e o banqueiro Daniel Dantas na Operação Satiagraha, da Polícia Federal. Eles foram acusados de crimes contra o sistema financeiro. Em janeiro deste ano, Pitta realizou uma cirurgia para retirada de um câncer no intestino. No entanto, de acordo com Rony, ele teria reagido mal à quimioterapia. Com o agravamento do quadro, ele foi internado no último dia 3 no Hospital Sírio-Libanês, onde morreu no final da noite do dia 20.
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