Dicas da consultora de saúde financeira Suyen Miranda
1. Quais são os primeiros passos para conseguir organizar o orçamento o ano todo? O passo mais importante é definir quais conquistas e objetivos são pretendidos neste ano; depois, listar todas as despesas correntes, bem como todas as fontes de renda, para saber exatamente qual é seu custo mensal e anual. Saber também quanto é preciso fazer em dinheiro para cumprir pontualmente os compromissos mensais e anuais (como a renovação do seguro do carro, que acontece uma vez por ano, e outras despesas que não são mensais, mas constantes). Lembrar que é fundamental poupar pelo menos 5% da renda para objetivos futuros, que foram definidos no primeiro e mais importante passo. Para que haja uma mudança de atitude para gastar menos e fazer mais dinheiro, o ponto motivador é justamente a definição dos sonhos que se quer alcançar. Sem isso, não haverá a disciplina de lidar com as finanças de forma saudável. 2. E se, em algum momento, o planejamento falhar e faltar dinheiro? É possível que uma intercorrência aconteça, como um atraso no salário ou uma despesa inesperada; por este motivo é fundamental ter uma poupança, pois poderá dar respaldo no momento do descontrole. Se não houver uma poupança será preciso fazer dinheiro com trabalhos extras, free lancers, e ao mesmo tempo pesquisar quais as melhores alternativas de empréstimo em caso de pouco prazo e muita urgência. Mesmo com o empréstimo será preciso aumentar a renda, que pode ser feito via um trabalho extra ou temporário. 3. Quais são as principais armadilhas do orçamento? E como evitar estas armadilhas? Os gastos por impulso, e compras para suprir carências emocionais; comprar sem um planejamento prévio e análise criteriosa. Não envolver a família no conceito econômico, deixando cada um gastar à vontade, ou ainda não estabelecer limites para crianças e adultos da família acerca do controle das finanças. Comprar pensando que no futuro irá pagar com uma renda extra que ainda não existe, e comprar com cartão de crédito, que dá a falsa sensação que não se gastou dinheiro. Para evitar esta tentação de consumo, é preciso ter consciência que o dinheiro que possui é resultante de produção, de trabalho ou de herança, portanto tem valor; lembrar que as famosas "oportunidades imperdíveis" acontecem todos os anos, e se a compra for relevante é preciso pensar e analisar bem antes de fechar negócio. Comprar porque é algo desejado, importante, e não para preencher vazios, agradar pessoas ou reverter processos afetivos. 4. É melhor pagar as contas de início do ano (IPVA, IPTU) à vista? Sempre que o pagamento à vista reduzir juros, ou tiver um desconto superior à taxa da poupança, que oscila entre 0,7%, como no caso de compras à vista com desconto de 5% ou três vezes sem juros. Vale comprar à vista se o dinheiro estiver disponível, porque se o pagamento à vista afetar outras despesas que requeiram o uso de cheque especial o desconto deixa de ser interessante. 5. Alguma dica para gastar menos e guardar mais? Guardar 5% na poupança assim que receber o dinheiro, porque querer poupar se o dinheiro sobrar é ilusão, afinal dinheiro nunca sobra; comprar o que se quer e precisa, não para agradar o vendedor ou preencher buracos emocionais; evitar que compras se transformem em formas de lazer, porque nunca conseguirão satisfação emocional genuína, pois a emoção da compra passa muito rapidamente, e a pessoa quer mais e mais. Lembrar que toda fortuna começou com o pequeno investimento, portanto guardar nem que sejam R$ 10 por mês são melhores do que nunca guardar nada, ou ainda gastar mais do que se tem.
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