É Natal. É verão. Papais-noéis por toda parte com aquela indefectível vestimenta vermelha em total desacordo com as terras abaixo do Equador. Árvores de natal, miríades de enfeites nas vitrines, nos lares; sem lareiras, mas de muitos ventiladores e ares-condicionados. É verão. É Natal, sem neve, sem renas e esquis; mas muito sol, praia, corpos esculturais malhados nas academias, alvoroçados como içás que nesta época criam asas e querem voar. É Natal. É verão. É 2009 chegando ao fim. Um percurso muito rápido para alguns, e excessivamente demorado para outros. Mas passou, 2009 está chegando ao fim. Hora de encerrar as contas e de fazer balanço. Foi bom? Foi ruim? Foi melhor ou pior do que o ano anterior? E o ano vindouro? Planos, projetos, promessas... É tempo de esperança.

É Natal. As casas enfeitam-se, as crianças são o centro das atenções, muitas despesas com presentes e manjares para as ceias. Ah, bem-aventurado décimo terceiro! Muitos só pensam nos presentes, na festa. Mas há os que se lembram do significado da data para a humanidade, para a nossa civilização ocidental tão decadente. Lembram-se da humilde manjedoura, da criança, da mãe e do Pai. Vasculham, então, as gavetas da alma para encontrá-la: Onde é que foi que deixei a caridade?!... Deveriam lembrar-se o ano inteiro, mas não é sem tempo. O mundo carece de caridade. Vivemos tempos materialistas, coletivistas. Sejamos pelo menos solidários, como nos querem as campanhas da televisão. Mas não esqueçamos de que os verdadeiros cristãos sabem que - "ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria." (1 Corintios 13,3)

É Natal. É tempo de avaliações. O ano de 2009 está chegando ao fim e nós, a família O Guaruçá, estamos contentes, porque conseguimos vencer os percalços. Convictos de que estamos no caminho certo. Somos um dos poucos espaços na mídia ubatubense - sem medo e sem rabo-preso com Herodes e Pilatos do poder local - democraticamente abertos às manifestações da população e dos nossos leitores. Mas comemoremos o Natal. É tempo de reconciliação. Quem sabe em 2010 possamos abraçar os nossos desafetos e juntos estejamos sempre vigilantes na defesa do bem estar e da dignidade da vida daqueles que habitam estas antigas terras de Coaquira. Continuaremos sendo críticos severos, pois não está em nós folgar com a injustiça, mas com a verdade. Feliz Natal a todos e um 2010 pleno de caridade, esperança e fé.