Dois brasileiros ficam entre os dezesseis melhores do Rip Curl Pro. Guilherme Herdy e Paulo Moura chegam às oitavas-de-final na Austrália.
Dois brasileiros estão entre os 16 melhores surfistas da segunda etapa do ASP Foster’s World Championship Tour (WCT) 2004 na Austrália. O niteroiense Guilherme Herdy e o pernambucano Paulo Moura venceram suas baterias da terceira fase do Rip Curl Pro 2004, nas ondas de 1 a 1,5 metro de altura do domingo de Páscoa em Bells Beach e seguiram para enfrentar dois australianos nas oitavas-de-final. Herdy foi escalado na segunda bateria com Mick Fanning e Moura com Taj Burrow na sétima. As três primeiras ainda foram realizadas no final de tarde do domingo e Herdy acabou sendo eliminado por Fanning pelo segundo ano consecutivo em Bells Beach. Com isso, Paulo Moura é o único brasileiro que continua na disputa do título do evento que marca o fim da longa "perna australiana" iniciada no dia 2 de março na Gold Coast. O carioca Raoni Monteiro quase se classificou no último confronto da terceira fase, mas nos minutos finais o ídolo local Mark Occhilupo recebeu a nota que precisava para vencer por menos de meio ponto. O catarinense Neco Padaratz, o cabo-friense Victor Ribas e o potiguar Marcelo Nunes, também perderam e terminaram em 17º lugar no Rip Curl Pro 2004, com cada um recebendo 4.225 dólares de prêmio e 480 pontos. O primeiro brasileiro a competir no domingo de Páscoa foi Victor Ribas, que não conseguiu acompanhar o forte ritmo de Michael Campbell na segunda bateria do dia. O placar foi de 16,33 x 12,90 pontos para Campbell e ele seguiu para fazer um confronto australiano com Joel Parkinson, que acabou vencendo a bateria que inaugurou as oitavas-de-final do Rip Curl Pro 2004. A PRIMEIRA VITÓRIA - Na disputa seguinte da terceira fase, o australiano Darren O’Rafferty começou forte com notas 6 e 8 em suas duas primeiras ondas. Guilherme Herdy tirou uma nota 6,33 em sua segunda apresentação e arrancou um 9 na seguinte para assumir a liderança da bateria. O australiano ainda tirou duas notas na casa dos 7 pontos, mas uma nota 8 na quarta onda garantiu a primeira vitória brasileira por 17,00 x 15,57 pontos. Herdy queria vingar a derrota sofrida para Mick Fanning no ano passado em Bells Beach, quando o australiano o tirou do pódio ao derrotá-lo nas quartas-de-final. Fanning tinha sido melhor ainda do que o brasileiro na terceira fase, totalizando 18,10 pontos para derrotar o compatriota Troy Brooks. E o australiano manteve o tabu, vencendo com facilidades a segunda oitava-de-final por 14,67 x 6,27 pontos. Herdy só pegou três ondas na bateria e não teve qualquer chance de reação. RECORDES - Os 18,10 pontos de Fanning na terceira fase só foram superados pelo havaiano Andy Irons, que estabeleceu um novo recorde de 18,50 pontos para o Rip Curl Pro 2004. Em sua melhor onda, o bicampeão mundial ganhou nota 9,67, exatamente igual à recebida pelo veterano Luke Egan na disputa anterior. Os dois recordistas agora vão se enfrentar nas oitavas-de-final. O norte-americano Kelly Slater não foi tão bem e chegou até a quebrar uma prancha durante sua bateria, mas conseguiu superar o outro convidado na abertura da chave-de-baixo do Rip Curl Pro. Neco Padaratz disputou o confronto seguinte e sofreu com a demora das séries. O australiano Nathan Hedge teve mais sorte na escolha das ondas e venceu por 16,37 x 4,57 pontos. Logo depois do número 1 do WCT 2004, Michael Lowe, ser barrado por Pat O’Connell, o potiguar Marcelo Nunes até teve a chance de conquistar a segunda vitória brasileira. Mas, escolheu a onda errada no final da bateria e deixou a melhor para o australiano Daniel Wills, que tirou uma segunda nota na casa dos 8 pontos para vencer com um largo placar de 17,10 x 10,67 pts. A ÚLTIMA VITÓRIA BRASILEIRA - Já o pernambucano Paulo Moura não desperdiçou as poucas ondas que vieram em sua bateria e com uma pequena diferença conseguiu superar o australiano Lee Winkler por 12,33 x 11,27 pontos. Moura seguiu para enfrentar Taj Burrow nas oitavas, australiano que em 2003 foi eliminado pelo brasileiro Guilherme Herdy nesta mesma fase. A situação do mar ia piorando cada vez mais e o carioca Raoni Monteiro quase despacha o ex-campeão mundial e grande ídolo australiano Mark Occhilupo no último confronto da terceira fase. O intervalo entre as séries já era enorme e os dois não tiveram muitas chances de apresentarem todo o seu surfe, mas o estreante brasileiro já mostrou que vai dar trabalho nesse ano. Occy abriu a bateria com uma nota 5,67 e ficou na frente até o Raoni achar uma direita que abriu uma longa parede para manobras e foi atacada até o fim pelo brasileiro. Os juizes lhe deram uma nota 6,83 que acabou sendo a maior da bateria, com Raoni abrindo 6 pontos de vantagem há 10 minutos do fim da disputa. O australiano remava para todos os lados à procura das ondas e na primeira tentativa só recebeu nota 4,57. Só nos minutos finais ele conseguiu uma boa onda e o seu esforço foi premiado com uma nota 6,33 que lhe deu a vitória mais apertada do dia, definida por décimos de diferença: 12,00 x 11,66 pontos. Rip Curl Pro 2004 - Oitavas-de-final 1)- Joel Parkinson (AUS) 16,80 x 11,50 Michael Campbell (AUS) 2)- Mick Fanning (AUS) 14,67 x 6,27 Guilherme Herdy (BRA) 3)- Toby Martin (AUS) 13,50 x 11,60 Jake Paterson (AUS) 4)- Andy Irons (HAW) x Luke Egan (AUS) 5)- Kelly Slater (EUA) x Nathan Hedge (AUS) 6)- Daniel Wills (AUS) x Pat O-Connell (EUA) 7)- Taj Burrow (AUS) x Paulo Moura (BRA) 8)- Taylor Knox (EUA) x Mark Occhilupo (AUS)
|