Os bancos públicos esperam aumentar em 30% este ano a oferta de crédito que atingiu, em 2009, R$ 583 bilhões, 41,4% do total concedido por todo o sistema financeiro.

Para isso, uma das estratégias será o desenvolvimento de novas soluções e a ampliação das já existentes em produtos e serviços que atendam às necessidades e possibilidades das micro e pequenas empresas. Uma das ações previstas é aumentar o foco nos arranjos produtivos locais, os chamados APL. A Caixa Econômica, por exemplo, ofertará R$ 1 bilhão para essas empresas em 2010.

Também o Banco do Brasil registrou significativo salto na participação da oferta total de crédito, que passou, tudo indica, de 18% em 2008 para 20,4% em 2009. Os números consolidados estão para sair.

No total, o sistema financeiro público e privado destinou, até novembro de 2009, volume de operações de crédito para pessoa jurídica na faixa até R$ 100 mil, a mais acessada por micro e pequenas empresas, R$ 125,9 bilhões, um crescimento de 11% no ano, ligeiramente superior ao observado nas operações totais com pessoas jurídicas (10,6%), ressalta André Dantas, da área de Acesso a Serviços Financeiros do Sebrae.

Até o terceiro trimestre de 2009, o BB disponibilizou R$ 1,2 bilhão para os APLs, sendo R$ 733 milhões em empréstimos para capital de giro e R$ 189,7 milhões para investimentos. Em setembro, o BB apoiava 182 APLs, prestando atendimento a 15,57 mil empreendimentos. O banco também oferece linha diferenciada para o Empreendedor Individual, cooperativas urbanas, franquias, entre outros.

“Temos um conjunto de produtos e serviços para atender as micro e pequenas empresas, sejam relacionadas a capital de giro, investimento, antecipação de receita, seguros, cobrança bancária, dentre outras”, informa o gerente nacional de Micro e Pequena Empresa da Caixa Econômica, Sérgio Netto Amandio. Em 2009, o banco aumentou sua participação no mercado de crédito de 6,5% em 2008 para 8,9% em 2009. E a expectativa é chegar a 10% este ano.

Segundo Sérgio Netto, o portfólio da Caixa será expandido com cinco novas linhas de crédito com a garantia do Fundo Garantidor de Operações (FGO), recém criado. Outra ação será o serviço de Consultoria Empresarial. “Vamos disseminar esse modelo de atuação, onde o gerente empresarial ajuda as empresas a identificar suas necessidades e, com base no diagnóstico efetuado em conjunto com a empresa, indica a solução mais adequada do portfólio de produtos e serviços da Caixa”, disse.

Alguns nichos estratégicos também receberão atenção especial. São os arranjos produtivos locais, atendidos pela linha Caixa APL; as franquias, com a linha de crédito Caixa Franquias; além da Cadeia Produtiva do Turismo, o Empreendedor Individual, entre outros.

No ano passado a Caixa contratou aproximadamente R$ 670 milhões em crédito com os pequenos empresários dos APLs, 97% acima de 2008. A Caixa tem convênios com 49 APLs, englobando 257 municípios e 7.153 empresas. A intenção é expandir a atuação em, pelo menos, 30 %. A taxa de juro dos financiamentos praticados pela Caixa com os APLs fica em torno de 0,83% ao mês mais a taxa referencial (TR).