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Política
26/03/2010 - 13h00
Juventude: problema ou solução?
André L. Guimarães
 

Lamentavelmente, no Brasil sua juventude vem sendo cada vez mais identificada como um problema. Viver sem perspectiva de trabalho, violência da prostituição, do crime e do tráfico de drogas é infelizmente a realidade diária de milhões de jovens em todo o país, principalmente nas grandes metrópoles.

A ausência de perspectiva de mobilidade social, aliada à difusão de valores negativos, como individualismo, consumismo, egocentrismo resulta na explosão da violência nas periferias das grandes e médias cidades, sendo hoje os jovens responsáveis por quase 40% da taxa nacional de homicídios, sem falar nos outros tipos de contravenções.

Nós estamos vivendo um momento de mudança da realidade absolutamente único na história da humanidade, porque as mudanças acontecem, mas a gente não percebe, na medida em que a gente está submerso dentro dessas mudanças. E estamos vivendo um momento único, que é a mudança provocada pela globalização. Num mundo globalizado não há espaços para a falta de conhecimento e desenvolvimento humano, a falta desses, é responsável direta por taxas tão altas de criminalidades na comunidade jovem.

Em oposição a isso, apresenta-se a perspectiva positiva, caso sejamos capazes de investir no desenvolvimento humano. Definitivamente não há mais como retardar a urgente reforma da política educacional brasileira, sem a elevação urgente e necessária da escolaridade da juventude com qualidade, o Brasil não restabelece o diálogo com o futuro, mesmo que um forte crescimento econômico volte a ocorrer.

Nesse sentido, iniciado o ano eleitoral, será de grande valiar lançar algumas diretrizes para que esse importante debate seja amplamente discutido e cobrado dos candidatos.

Reflexões:

A - Ensino Fundamental

É tese fortemente defensável que o ensino fundamental poderia se tornar mais eficientes e eficaz com o seguinte conjunto de medidas:

1. corrigir o fluxo escolar, focalizando os recursos públicos nas crianças de 7 a 14 anos, e assegurando terminalidade de ensino aos defasados;

2. municipalizar o ensino fundamental, concentrando toda a responsabilidade e recursos nos municípios e eliminando os atuais desperdícios decorrentes da duplicidade de redes;

3. assegurar a efetiva alfabetização de todos os alunos de escola pública até o final da primeira série escolar, de forma a permitir seu futuro sucesso escolar.

B - Ensino Médio e Formação Profissional

1. Atualmente mais da metade dos alunos do Ensino Médio já possuem mais de 18 anos e já se encontram no mercado de trabalho. Poucos, dentre a maioria dos mais pobres, concluirão o EM, e pouquíssimos em condições de prosseguir estudos, profissionais ou universitários. Essa situação deverá perdurar ainda por muitos anos, a vigorarem as atuais políticas educacionais: trabalham mal e estudam mal. São mais de 3 milhões de jovens, em cada faixa etária.

2. Há fortes indícios, evidências e argumentos que apontam para o total desacerto das atuais políticas de ensino médio. Primeiro, elas se diferem do que se faz em todo o mundo, onde o Ensino Médio é diversificado. Segundo, elas oferecem menos condições e exigem mais tempo para os alunos mais pobres complementarem uma formação profissional. Terceiro, o sistema S caminha de forma desvinculada de uma política de juventude e sua inserção no mundo do trabalho, sem cumprir adequadamente o papel que lhe caberia na formação e ensino profissional. Quarto, o FAT, focado na oferta de cursos, se comprova um total desperdício de recursos. Quinto, inexistem políticas para promover a inserção dos jovens no mercado de trabalho Sexto, há um forte descompasso entre educação e mercado de trabalho: o mercado exige menos escolaridade e mais qualidade, a educação oferece o contrário.

C - Ensino Superior

1. O Brasil oferece quase um milhão de vagas na primeira série dos cursos superiores - há praticamente uma vaga para cada 2 alunos que concluem o ensino médio.

2. Apesar das críticas à qualidade do ensino superior, o mercado de trabalho paga em média 3 vezes mais para um diplomado de ensino superior do que para um diplomado do ensino médio. Isso significa que o valor econômico agregado por essas escolas (70% das quais particulares) é enorme – representa um rendimento adicional de quase meio milhão de reais ao longo da vida.

3. O grande problema do ensino superior é a falta de financiamento. Os poucos alunos de famílias de baixa renda das universidades gratuitas não tem como se manter. Os muitos alunos pobres das universidades pagas em geral trabalham de dia para se manter, mas lutam com dificuldade para pagar suas mensalidades. (Basta ver os altos índices de inadimplência junto ao setor).

Em 500 anos de história do Brasil, as políticas públicas não conseguiram oferecer um ensino que permita oferecer uma base comum de educação a toda população e condições de ascensão social aos mais pobres. Ao contrário, e apesar do aumento de vagas, a educação continua excludente. Há uma educação para os ricos e outra para os pobres. A política de expandir sem dar qualidade pune cada vez mais os mais pobres, tornando ainda mais difícil seu acesso à formação profissional e aos níveis mais elevados de ensino.

Recursos são escassos por definição. Dizer que para educação não há limites de recursos, ou que tudo é prioritário significa manter o status quo.

Em síntese, se a educação não for lançada como assunto prioritário no processo eleitoral, com absoluta certeza o tema acima ainda permanecerá uma incógnita. Juventude: problema ou solução?


Nota do Editor: André Luiz Guimarães é Profissional de Marketing, Diretor da Plural Comunicações, com atuação em Marketing Político e Planejamento Estratégico.

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