Ao discursar na cerimônia de posse dos novos ministros que assumiram o lugar dos dez que deixaram dia 31/3 o governo para disputar mandatos nas eleições, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva brincou, afirmando que muitos dos que saíram estão “procurando sarna para se coçar”. Referindo-se ao ritmo exaustivo de trabalho, o presidente disse que eles estão deixando “o sacrifício do governo”, mas ressaltou que alguns que vão se candidatar a governos estaduais e continuarão em ritmo acelerado. Em seguida, Lula brincou com os que vão se candidatar ao Senado, dizendo ter ouvido que ir para esta Casa do Legislativo é como ir para o céu. “Dizem que é uma coisa maravilhosa, porque, no céu, a gente tem que morrer para ir e, para o Senado, a gente vai vivo. Tem um monte de companheiros retornado ao paraíso, e nós vamos ficando aqui com a carga, porque vamos trabalhar por eles.” O presidente fez um agradecimento direto a ex-ministros como José Pimentel, da Previdência Social, lembrando o fim das filas no setor, Reinhold Stephanes, da Agricultura, pela renegociação de dívidas agrícolas, e Alfredo Nascimento, dos Transportes. Ao falar sobre o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, um dos que deixaram o governo, Lula afirmou que trabalhar com ele não é fácil, porque há muita polêmica, mas também muita lealdade. Bem-humorado, o presidente brincou, dizendo que Minc foi o ministro “menos polêmico, que gosta menos de falar com a imprensa e que se veste mais discretamente.” Ao longo dos agradecimentos, Lula foi lembrando realizações de seu governo. Dirigindo-se a Edson Santos, que deixou a Secretaria Especial da Igualdade Racial, lembrou o Estatuto da Igualdade Racial. Sobre Patrus Ananias, ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o presidente destacou as críticas que enfrentou por causa do programa Bolsa Família. “Não tem nada mais barato do que cuidar dos pobres”, enfatizou Lula, lembrando, porém, que ainda é preciso fazer muito mais. “Se tem política social neste país, ela é feita pelo governo federal”, afirmou. Ao falar sobre o programa Luz para Todos, coordenado pela pasta de Minas e Energia, deixada por Edison Lobão, Lula aproveitou para criticar a oposição: “Vamos terminar o governo sem ter o tão sonhado apagão dos meus adversários.”, disse ele. Para o presidente, a implantação da TV digital foi o destaque na gestão de Hélio Costa no Ministério das Comunicações e, no caso de Geddel Vieira Lima, que deixou a pasta da Integração Nacional, foi o projeto de revitalização do Rio São Francisco. Por último, o presidente falou de Dilma Rousseff, que deixou a Casa Civil para concorrer à Presidência da República pelo PT, Lula destacou que ela poderá ser mais do que chefe da Casa Civil. “A esperança é a motivação da sua saída”, afirmou Lula. Sete dos dez ministérios cujos titulares se afastaram para concorrer as eleições são agora dirigidos por aqueles que eram os secretários executivos.
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