Para viver dignamente, precisamos de uma casa, saúde, alimentação, roupas, trabalho e escola. Assim como faço para as empresas, recomendo para profissionais em todos os níveis que organizem sua vida pessoal para ter o tamanho certo. Isto significa gastar entre 80 a 90% do que ganham, não interessando o quanto ganham. Os 10% restantes devem ser poupados. Profissionais que não têm sua vida pessoal organizada desta forma ficam ansiosos e inseguros, o que reflete direta e negativamente em seu desempenho no trabalho. Entram em um pântano de difícil saída: ganham pouco porque tem mau desempenho, tem mau desempenho porque são ansiosos e inseguros e são ansiosos e inseguros porque ganham pouco. Muitos nunca saem deste círculo maldito. Dependendo do salário de cada um, sacrifícios enormes precisam ser feitos para poupar 10%. Para muitos que lêem este texto, pode parecer uma utopia. Mas é absolutamente necessário para o sucesso profissional que se faça isto. Não tenha carro, não conserte o rasgo no sofá, não compre roupa nova, não dê presentes, não vá a restaurantes, mas poupe. Pessoas muito humildes realizaram “milagres” desta forma, como pagar a faculdade dos filhos ou comprar uma casa humilde, mas própria. Existe uma diferença muito grande entre a tristeza de não ter alguns prazeres do consumo e a ansiedade e a insegurança das dívidas. Conheço muitos profissionais, inclusive alguns que ganham muito bem, que vivem no cheque especial, contraem dívidas impagáveis e que abalam profundamente seu desempenho. Vivem acima da linha recomendada de 80% a 90% dos seus rendimentos. Acham que são o que não são e que desta forma jamais serão. Não tem foco no trabalho porque não tem a mínima paz financeira. Não conseguem se concentrar nas suas profissões e se afundam na ansiedade. Citei várias vezes a palavra “ansiosos” ou “ansiedade” porque para aprender, para bater metas, para compreender os processos que gerencia ou onde simplesmente trabalha operacionalmente, um profissional precisa de paciência e de tranqüilidade. Pessoas arrogantes e consumistas ao extremo normalmente têm suas carreiras prejudicadas pelo padrão ilusório de vida que sustentam abaixo de juros bancários. A receita é simples, portanto, e está escrita no primeiro parágrafo deste texto. Serve para pessoas e serve para empresas. Nota do Editor: Paulo Ricardo Mubarack (www.mubarack.com.br) é presidente da Mubarack Consulting & Business School.
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