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Com um perfil engajado, Suzana Yassuda, proprietária da Beltech Carpetes e Tapetes, procura ajudar sempre que possível na linha de capacitação profissional. Os mostruários da Beltech são feitos pela Fundação Casa do Pequeno Trabalhador, dirigida por Helena Suplicy, que atua com jovens de 14 a 17 anos. "Em 1997, quando a Beltech trouxe para o Brasil um piso hospitalar que exigia uma mão-de-obra especializada para instalação, veio da Suécia um técnico que deu treinamento para uma garotada selecionada pela Casa do Pequeno Trabalhador entre os que tinham acabado de fazer 18 anos e que estavam deixando, portanto, o programa de capacitação", afirma Suzana ao explicar que atualmente não comercializa mais esse piso, "mas esses meninos estão até hoje trabalhando com isso e são profissionais super reconhecidos nesse mercado e fazem obras no Brasil inteiro". Esse ano, a Beltech iniciou uma parceria com a Ong SOS Povos da Mata Atlântica, fundada por Vittorio Rossi Jr, diretor do Grupo Rossi, concessionário Volkswagen. Além de auxiliar na luta pela posse definitiva da terra, os técnicos da organização estão implantando programas educacionais e de geração de renda no local. "Vittorio Rossi Jr é meu amigo e me chamou para ajudá-lo, mas como não acredito num trabalho social baseado em doações, sugeri à ele que procurasse uma forma de geração de renda para a comunidade que fizesse a roda girar", explica Suzana. Uma das idéias da arquiteta foi desenvolver um projeto de capacitação profissional em artesanato onde os tapetes estariam incluídos. O trabalho envolve uma comunidade de 300 descendentes de escravos (quilombolas) que vivem na região de Camburi, em Ubatuba, litoral norte de São Paulo. "Os primeiros produtos que estamos desenvolvendo são em couro e são trançados à mão. Com o tempo, a nossa idéia é trabalhar com alguns materiais da região, como a taboa", afirma Suzana. No momento, a Ong está estruturando o seu trabalho com a comunidade. O teatrólogo Ivaldo Bertazzo, do conselho do SOS Povos da Mata Atlântica, já pensou em trazer alguns profissionais da Índia, para ensinar os quilombolas, mas isso ainda não aconteceu por problemas de infra-estrutura que precisam ser resolvidos, como a falta de energia elétrica. Por isso, Suzana Yassuda desenvolveu dois modelos de tapetes em couro que a comunidade vai fazer uma parte. "Eu compro o couro e, num do modelos, mando cortar em tiras que eles trançam e me entregam em quadrados de 50 x 50 cm. Esses quadrados são unidos aqui no meu depósito para fazer os tapetes. No outro modelo eu envio o couro cortado em bolas e eles unem uma bola na outra."
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