Os pernambucanos Paulo Moura e Bernardo Pigmeu já estão escalados para disputar a primeira quarta-de-final do Vans Hawaiian Pro, 39ª e penúltima etapa do Mundial WQS (World Qualifying Series), que tem prazo até quarta-feira para ser encerrado no Havaí. Depois de despachar o recém-coroado tricampeão mundial Andy Irons logo na estréia do atual bicampeão da Tríplice Coroa Havaiana em Haleiwa, o carioca Marcelo Trekinho terminou eliminado no último minuto da última bateria do domingo. Mas, o Brasil ainda pode colocar mais quatro surfistas entre os dezesseis finalistas: o líder do ranking Neco Padaratz (SC), que tenta um inédito bicampeonato mundial consecutivo do WQS no Havaí, Adriano de Souza (SP), Fábio Gouveia (PB) e Renato Galvão (SP). Eles estão nas quatro últimas baterias das oitavas-de-final que não foram realizadas no domingo de ondas de 1,5 a 2,5 metros de altura no Alli Beach Park de Haleiwa. As séries foram subindo durante o dia, com a maioria ainda entrando com as ondas fechando rapidamente. Mas, a previsão é otimista para que o evento seja finalizado em excelentes condições.

O jovem Bernardo Pigmeu venceu o primeiro confronto do dia e o carioca Eric Rebiere, que há muitos anos reside na França e representa seu novo país no Circuito Mundial, ganhou a disputa pela segunda vaga nas oitavas-de-final do Vans Hawaiian Pro do potiguar Marcelo Nunes e do havaiano Jesse Merle-Jones. A dupla repetiu a dobradinha à tarde, desta vez despachando o sul-africano David Weare e o australiano Troy Brooks, que tinha batido o recorde do paraibano Fábio Gouveia de maior nota do campeonato, recebendo 9,87 pontos em sua melhor onda surfada na segunda bateria do domingo.

Na segunda oitava-de-final, o também pernambucano Paulo Moura enfrentou três havaianos e só ficou atrás do jovem Nathan Carroll, mas despachou Frederick Patacchia e Mikala Jones, que tinham tirado dois brasileiros que ainda tentam ingressar na lista dos 15 surfistas que o WQS indica para o WCT: o potiguar Danilo Costa e o cabo-friense Victor Ribas. Agora, Moura e Pigmeu vão disputar as duas primeiras vagas nas semifinais do Vans Hawaiian Pro contra Eric Rebiere e Nathan Carroll.

O carioca Marcelo Trekinho também quase confirma seu nome entre os dezesseis finalistas na última bateria do domingo, o mais longo dia de disputas de todo o evento, com vinte baterias realizadas. Foi mais um confronto com muitas ondas fechando e só quando faltavam 5 minutos para o término é que Trekinho conseguiu pegar uma abrindo uma parede mais longa. Ele não desperdiçou e arrancou um 7,77 dos juízes para assumir o segundo lugar, porém com uma vantagem muito pequena do australiano Luke Stedman. O carioca segurou a vaga até o último minuto, quando resolveu aproveitar uma série que entrou, mas a onda fechou e Stedman ficou sozinho para pegar outra que lhe rendeu uma nota 3,23. Com o 8,83 que tinha recebido em sua primeira participação, o australiano garantiu a classificação e o experiente havaiano Sunny Garcia, que ampliou para 17,17 pontos o recorde do campeonato em sua primeira apresentação no domingo, confirmou sua terceira vitória em Haleiwa com notas 6,33 e 7,50.

Mas, o Brasil ainda tem quatro surfistas escalados nas baterias restantes das oitavas-de-final que ficaram transferidas para abrir o último dia do Vans Hawaiian Pro, cujo prazo termina nesta quarta-feira. Depois de aplicarem a primeira e única dobradinha verde-amarela de todo o evento, o jovem Adriano "Mineirinho" de Souza e o catarinense Neco Padaratz vão tentar repetir a dose contra o havaiano Bruce Irons e Jonathan Gonzalez, das Ilhas Canárias, na primeira bateria, a quinta das oitavas.

O fenômeno Mineirinho venceu as duas baterias que disputou em Haleiwa e quem também ainda está invicto no Havaí é o experiente Fábio "Fabuloso" Gouveia. O jovem australiano Kirk Flintoff pegou carona com o paraibano nas duas vezes e a dupla agora enfrenta o vice-campeão do Nova Schin Festival WCT Brasil, Tom Whitaker, além do norte-americano Gavin Beschen na sexta oitava-de-final. E na última, o campeão brasileiro do SuperSurf 2004, Renato Galvão, continua sua busca por uma vaga no WCT e desta vez terá que encarar o número 2 do mundo, Joel Parkinson (AUS), Travis Logie (AFR) e Russell Winter (ING).

Apesar da vitória do jovem pernambucano Bernardo Pigmeu na primeira bateria do dia, o domingo não começou muito bem para o Brasil, pois os que estavam mais próximos da zona de classificação para o WCT acabaram sendo eliminados nas disputas seguintes. O niteroiense Guilherme Herdy (34º no ranking) ficou em último na segunda bateria. O potiguar Danilo Costa (31º) e o cabo-friense Victor Ribas (36º) caíram juntos na terceira. Na quarta, veio a segunda vitória com outro pernambucano, Paulo Moura, porém na seqüência os dois brasileiros que estão mais perto da briga direta pelas últimas vagas na lista dos 15 surfistas que o WQS indica para completar a elite mundial do WCT, também foram barrados em suas estréias no Vans Hawaiian Pro: o paulista Renan Rocha (17º) terminou em terceiro lugar na quinta bateria e o baiano Armando Daltro (20º) ficou em último na sexta.

As outras baixas do Brasil ocorreram nas vitórias pernambucanas, com o potiguar Marcelo Nunes sendo barrado por Pigmeu e pelo franco-brasileiro Eric Rebiere na primeira bateria e o paranaense Peterson Rosa ficando em último na quarta, que foi vencida por Paulo Moura com o havaiano Nathan Carroll passando em segundo lugar. Mas, tanto Peterson como Nunes já estão com suas permanências garantidas na elite mundial do WCT. Além deles, só mais quatro brasileiros aparecem na relação provisória dos top-42 da ASP para o ano que vem: Paulo Moura (PE) e Raoni Monteiro (RJ) estão entre os 27 que ficam pelo ranking principal e Neco Padaratz (SC) e Renan Rocha (SP) figuram entre os 15 que sobem pelo WQS.