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Religião
22/06/2010 - 12h00
20 de Maio de 325 - o 1º Concílio de Nicéia
Célio Pezza
 
Um pouco de história religiosa

Talvez poucos saibam, mas a data de 20 de Maio é especialmente importante para a Igreja católica romana. Foi em 20 de Maio de 325 que aconteceu na cidade de Nicéia, perto de Constantinopla, o primeiro evento ecumênico que daria origem a religião católica. Na época, o imperador de Roma, Constantino, estava com o império em crise e viu que uma aliança com os cristãos seria uma oportunidade de consolidar e aumentar seu poder entre os povos. Foi quando decidiu fazer do cristianismo a religião oficial do império.

Em 313 d.C. promulgou o édito de Milão ou Édito da Tolerância, o qual acabou com a perseguição religiosa aos cristãos. Este édito foi sancionado por Constantino (tetrarca do Ocidente) e Licínio (Tetrarca do Oriente). Um pouco mais tarde Licínio dispensou o seu exército e seus políticos de seguirem este édito, fazendo com que inúmeros cristãos perdessem suas propriedades e a vida.

Por volta de 324 d.C. Constantino ganhou uma batalha contra Licínio, ordenou sua execução como traidor e se tornou imperador de todo império romano. Constantino sempre foi um grande político e teve a ideia de se unir ao cristianismo para ajudar a consolidar seu império. Nesta época, os religiosos ficaram isentos de pagar tributos e ele construiu templos suntuosos para que os fiéis também pedissem prosperidade para o império e para o imperador. Foi o primeiro passo da Igreja-Estado ou Igreja-Império, porém existiam muitos textos religiosos e alguns conflitantes entre os povos de seu império, o que prejudicava a própria expansão da igreja.

Foi neste ambiente confuso que ele convocou no ano de 325 d.C. o 1º Concílio Ecumênico, com o objetivo de se criar regras únicas para a Igreja Romana, tomando os devidos cuidados para que estas viessem ao encontro de seus interesses. Era necessário criar uma versão única ou oficial e foi o que Constantino fez. Ele convocou bispos e representantes religiosos de todas as províncias para o palácio de Nicéia e proporcionou toda espécie de mordomias aos participantes.

O bispo de Roma, São Silvestre, não pôde comparecer e enviou dois representantes, os presbíteros Vito e Vicente. O imperador colocou o bispo Ósio de Córdoba como seu representante e o próprio Constantino presidiu todas as decisões importantes. O Concílio se iniciou em 20 de Maio com perto de 318 representantes da igreja e terminou em 19 de Junho, com menos participantes. Questões doutrinárias passaram a ser discutidas como questões de Estado e as controvérsias não eram aceitas. Alguns debates mais importantes foram a definição da divindade de Cristo e da Santíssima Trindade, expressos no Credo que até hoje é professado e os bispos que se opuseram foram mandados embora do concílio e exilados.

Também foi decidido oficializar o dia de descanso semanal no domingo ao invés do sábado, como era anteriormente e mudar a data de comemoração da Páscoa, que era comemorada na mesma data da Páscoa dos judeus. Uma das mais importantes decisões foi a oficialização de um cânone novo, somente com os evangelhos aceitos como verdadeiros.

O Novo Testamento ficou com somente quatro evangelhos, ou seja, Marcos, Lucas, Mateus e João. Existem várias versões sobre a escolha destes evangelhos e a mais aceita conta que como não chegavam a um acordo, os bispos foram convidados a deixar no chão todos os evangelhos, se recolher aos seus aposentos e ficar em orações até o dia seguinte. A sala foi trancada e somente o imperador ficou com as chaves. No dia seguinte, os quatro evangelhos já mencionados estavam em cima do altar, numa clara evidência de que tinham sido escolhidos pela vontade divina durante a noite. Ninguém podia evidentemente questionar a vontade divina ou a palavra do imperador. Os outros evangelhos foram considerados apócrifos, hereges, queimados e banidos de todo reino. Da mesma forma, quem fosse pego com um exemplar, seria condenado à morte e seus bens confiscados para a nova Igreja-Estado.

Agora, recentemente, em 1945, foram encontrados vários evangelhos apócrifos cristãos produzidos entre os anos 100 e 200 d.C., nos manuscritos do Mar Morto, que mostram outras versões interessantes sobre este período da História. Temos como exemplos o evangelho de Tiago, Tomé, Judas e muitos outros que viveram na época de Cristo. O interessante é que esses relatos destoam dos oficiais que aparecem na Bíblia. Neles, Jesus tem um lado humano diferente, Madalena é uma grande líder, Judas não é o traidor e Deus é um princípio masculino e feminino. A respeito destes novos evangelhos, o padre e teólogo Luigi Schiavo, professor de Ciências da Religião da Universidade de Goiás disse: "Estes evangelhos representam outro cristianismo e têm grande valor histórico e religioso pois mostram novas interpretações sobre a figura de Jesus na origem do cristianismo".

Um ano após o concílio, o imperador mandou matar seu filho Crispus, o marido e o filho de sua irmã e matou sua mulher Fausta. Ele retardou o seu batismo até as vésperas de sua morte, pois diziam que o batismo o livraria de todos os pecados cometidos antes deste ato. Após sua morte, em 337 d.C., foi enterrado com honras de quem se tornara o 13º Apóstolo. Ele foi representado na iconografia eclesiástica recebendo a coroa diretamente das mãos de Deus, tamanha sua bondade e trabalhos para a Igreja.


Nota do Editor: Célio Pezza é escritor (www.cpezza.com), mas tem sua formação acadêmica em Química e Administração de Empresas. Nascido em Araraquara, interior de São Paulo, Célio mora atualmente em Veranópolis, no Rio Grande do Sul. Identificado mais com o estilo "suspense", o autor cria romances que misturam aspectos da realidade com ficção, deixando claro sua predileção pelo esoterismo e pela magia. Também escreve artigos e crônicas sobre temas atuais da sociedade, assim como trata de assuntos polêmicos que recebem pouco ou quase nenhum espaço nas mídias.

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