Prazo da batalha final em Sunset Beach começa nesta sexta-feira no Havaí.
| Nilton Santos |  | | | Neco Padaratz durante o Onbongo Pro Surfing na praia Mole, em Florianópolis (SC), onde recuperou a liderança isolada do ranking. |
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O prazo da batalha final do World Qualifying Series 2004 começa nesta sexta-feira em Sunset Beach e vai até o dia 07 de dezembro no Havaí. O catarinense Neco Padaratz busca um inédito bicampeonato mundial consecutivo no WQS e confirma o título se conseguir um quinto lugar na tradicional World Cup of Surfing, enquanto seus três únicos adversários têm no mínimo que ficar entre os dois primeiros colocados para superar os seus 11.400 pontos computados no ranking. O evento também é decisivo para outros treze brasileiros que ainda têm chances matemáticas de brigar pelas últimas vagas na relação dos quinze surfistas que serão indicados para o milionário ASP World Championship Tour (WCT). Com o brilhante terceiro lugar na grande final da etapa que inaugurou a Tríplice Coroa Havaiana de 2004 em Haleiwa, o jovem pernambucano Bernardo Pigmeu, 21 anos, passou a ser o mais forte candidato entre os que estão fora da lista. Menos de 200 pontos separam ele e o baiano Armando Daltro do franco-brasileiro Eric Rebiere, que defende o último lugar no grupo do WQS que vai completar a elite mundial do WCT em 2005. O paulistano Renan Rocha é o penúltimo e também aparecem praticamente empatados com os dois brasileiros na entrada da zona de classificação, o havaiano Roy Powers e o australiano Chris Davidson. Com a troca do pior resultado, caso cheguem nas oitavas-de-final em Sunset Beach os quatro já ultrapassam Eric Rebiere e Bernardo Pigmeu passa a defender a vaga. A partir daí, quem avançar mais na O’Neill World Cup of Surfing vai confirmando seu nome no WCT, com Renan também tendo que mostrar serviço para garantir seu retorno à elite do surfe mundial. Em Haleiwa, ele perdeu logo em sua primeira apresentação no Hawaiian Pro e continuou perigosamente em penúltimo lugar na lista dos 15. Não só o Renan, mas todos os que estavam mais próximos da briga direta pela classificação também não passaram das suas estréias nas ondas irregulares do Alli Beach Park. Agora, o gaúcho Rodrigo Dornelles e o potiguar Danilo Costa têm no mínimo que alcançar as semifinais em Sunset para superar os 7.778 pontos do carioca Eric Rebiere. O niteroiense Guilherme Herdy e o cabo-friense Victor Ribas, que também estão fora dos top-27 que são mantidos na elite mundial pelo ranking do WCT, precisam chegar na grande final da World Cup. Vitinho ainda vai ter que ficar entre os três primeiros colocados, mesma condição do paraibano Fábio Gouveia, que conquistou um excelente quinto lugar na primeira prova da Tríplice Coroa Havaiana, e do jovem campeão mundial Pro Junior, Adriano "Mineirinho" de Souza. Já para os outros quatro brasileiros que ainda podem chegar no WCT, a situação é bem mais complicada. O carioca Marcelo Trekinho e o paranaense Jihad Kohdr só atingem a zona de classificação do WQS se ficarem entre os dois primeiros colocados em Sunset e para os cariocas Pedro Henrique e Leonardo Neves só interessa a vitória. Essa é a condição mínima, mas todos ainda vão depender dos resultados de atletas até de outros países. A BATALHA DO TÍTULO - Só na outra ponta da tabela é que o catarinense Neco Padaratz só depende dele mesmo para conquistar um bicampeonato mundial consecutivo e trazer o sétimo título em treze edições do WQS para o Brasil. Se ele chegar nas semifinais, precisará apenas ficar na frente de um dos três adversários na bateria para confirmar o feito inédito na história do Circuito Mundial. Mas, Neco ainda pode comemorar a conquista antecipadamente caso seus três únicos concorrentes sejam barrados pelo caminho, já que o sul-africano Greg Emslie e os australianos Luke Stedman e Phillip MacDonald precisam no mínimo chegar na final e ainda terminar entre os dois primeiros colocados para ultrapassarem a pontuação atual do catarinense. Stedman assumiu a vice-liderança do ranking ao chegar nas semifinais em Haleiwa e MacDonald entrou na briga depois do segundo lugar no pódio da mesma prova. Mas durante todo o ano, a disputa pela ponta no ranking foi contra Greg Emslie. Neco recuperou o primeiro posto com uma fantástica vitória em Margaret River, com o carioca Raoni Monteiro completando uma dobradinha verde-amarela no alto do pódio do 6 estrelas "prime" da Austrália. Emslie voltou a liderar em casa, na etapa sul-africana de Durban. Neco defendia o título desta prova, mas perdeu de cara e Emslie ficou em terceiro lugar. No 6 estrelas do Japão veio uma nova troca, quando Neco só ficou abaixo do baiano Armando Daltro no pódio 100% verde-amarelo do Tahara Pro. Depois deste evento, ele voltou ao Brasil e não foi competir na etapa seguinte, na França. Como penalidade pelo w.o, teve que enfrentar as triagens em Hossegor e, mesmo passando várias baterias, acabou eliminado antes da fase em que estrearia se fosse um dos cabeças-de-chave da competição. Foi nela que Greg Emslie começou sua caminhada para retomar a primeira colocação no ranking, conseguida com a classificação para as semifinais. Porém, no Brasil foi a vez do sul-africano fracassar antes e com o quarto lugar na final do Onbongo Pro Surfing em Florianópolis (SC), Neco já chegou no Havaí de novo como o número 1.
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