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Surfe
13/12/2004 - 13h05
Surf feminino é tema de trabalho acadêmico
Wanessa Alves
 
Estudantes de Educação Física abordam o assunto em Trabalho de Conclusão de Curso.
 
Divulgação 
  Alunos e professores.

Observando o crescimento do surf feminino nos últimos anos, um grupo de alunos do quarto ano de Educação Física, da Unimes, em Santos (SP), resgataram a história da categoria na Cidade em um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). O esporte, cada vez mais infiltrado nas universidades, também é abordado em pesquisas, contribuindo para a documentação da história da modalidade.

Francisco Finardi do Nascimento, Fernanda Vieira dos Santos, ambos 23 anos, Feliciano Lellis da Silva Cardoso, 38 anos e Fabrício Ferreira Florêncio, 25 anos - único do grupo que não pega onda -, pesquisaram arquivos, livros, jornais, sites e, principalmente, entrevistaram pessoas que contribuíram para o progresso da modalidade e reuniram tudo em uma monografia com o título "A evolução do surf feminino na cidade de Santos".

"No começo do ano, eu fiz um trabalho sobre a evolução das pranchas. Tive que dar uma estudada e o que mais intrigou foi não ver nada sobre o surf feminino", comenta Fernanda. "Quando chegou a hora de escolher o tema do TCC procurei o Cisco (Francisco Aranã), que é meu professor, e ele aprovou de imediato a iniciativa. Logo depois os meninos entraram no projeto e começaram as pesquisas".

Segundo o grupo, o trabalho foi dividido por décadas, apontando os destaques de cada época. "Abordamos a história do surf no mundo, no Brasil e na cidade de Santos, para que as pessoas conheçam um pouco do esporte. Em seguida fizemos um histórico dos anos 30, 70, 80 e 90, e finalizamos nos tempos atuais".

No trabalho, eles destacam as principais praticantes do surf feminino santista e de que maneira estas atletas contribuíram para o crescimento da modalidade. Entre elas estão Margott Rittscher, primeira surfista de Santos; Maysa Ramos, fundadora do primeiro clube feminino de surf do estado de São Paulo, e Renata Polizaides, primeira mulher a participar de um campeonato de surf, em julho de 1977, na praia de Pitangueiras, no Guarujá.

"Naquela época não existia a categoria feminina e de última hora ela se inscreveu e acabou ganhando o campeonato. No ano seguinte, já havia a categoria e dez meninas se inscreveram, sendo oito de São Paulo e duas de Santos, a Renata e a Fernanda Maciel Marinho", lembra a estudante.

O surfista e professor de esportes radicais da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes) Francisco Aranã - mais conhecido como Cisco - ressalta que este foi um trabalho difícil e exigiu dos alunos uma busca por diversas pessoas, entre as quais Renata Polizaides, vivendo atualmente na Califórnia (EUA) e muitos outros que também moram no exterior.

"Eles verificaram todas as fontes possíveis e o resultado foi muito bom. É um trabalho totalmente relevante, irá para o acervo da biblioteca da universidade e funcionará como base de consulta para pessoas que pretendem conhecer mais sobre o surf feminino. Além de ser importante para ressaltar o passado e a história do esporte", avalia o professor, que também coordena a Escolinha Radical de Santos, primeira escola pública de surf do Brasil.

Para este trabalho, os formandos realizaram uma pesquisa com 250 alunos da escola - que funciona no Posto 2, na praia do José Menino, em Santos -, sendo 157 mulheres e 93 homens. "Tempos atrás, as pessoas imaginavam que o número de mulheres praticando o surf era inferior", diz Francisco Finardi do Nascimento. "Se você pesquisar desde a época da Margott Rittscher e da Renata Polizaides, vai encontrar um trabalho no passado que não pode ser esquecido. Se hoje existe tudo isso, temos que agradecer a elas por levantarem a bandeira do surf feminino".

Para o grupo, hoje o surf já é mais aceito e respeitado pela sociedade. "Antigamente, um pai dar uma prancha para uma filha pegar onda era raro. Hoje, as meninas recebem total apoio da família, tanto que nas escolinhas que visitamos, pudemos observar que vários pais acompanham suas filhas", conta o estudante. "Há um caso até curioso, na Hot Girls Surf School, uma escola só para mulheres que funciona no píer de Santos, uma mãe que faz aulas junto com a filha".

Para Diolanda Vaz, presidente da Associação Brasileira de Surf Feminino (ABSF), esta é mais uma conquista do surf feminino. "Considero super importante este trabalho porque foram coletadas muitas informações sobre toda a história do surf feminino, desde o início, destacando a percussora e também os nomes de hoje. É gratificante ver o pessoal interessado no assunto, estudando e discutindo", comemora.

"Com toda a batalha que enfrentamos na ABSF não temos uma conquista única, mas sim várias. Ganhamos espaço na mídia, em campeonatos e, com os patrocínios, o pessoal está começando a investir no surf feminino. Com isso conseguimos montar o I Festival World Wave de Surf Feminino, o primeiro campeonato feminino com divisão de categorias, em 2001. Logo depois surgiram outros, como o Circuito Petrobras, que tem as categorias Profissional e Amador", conta Diolanda, que sempre trabalhou para o crescimento da categoria. Ela comanda a Hot Girls Surf School de Santos desde 2002 e contribuiu para que a escola fosse premiada no Dia do Surf 2004.

A evolução da categoria é fato. "A cada dia o esporte está ganhando mais adeptas, circuitos incluindo a categoria feminina e campeonatos e escolinhas exclusivas para as mulheres. Hoje existe parafina, prancha, lycra, leash, entre outros produtos voltados para este público. Sem contar que as marcas estão descobrindo que produzir roupas para as mulheres é o grande filão", conclui Francisco Finardi do Nascimento.

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