Com atuação decisiva da ubatubense Suelen Naraísa, a equipe Roncador, que contou ainda com os baianos Flávio Costa e Carlos Bahia (longboard), conquistou neste domingo, na Barra da Tijuca, o título do I Festival Petrobras de Surfe. Na grande decisão, a Roncador derrotou a Pescada, de Silvana Lima, Tadeu Pereira e Eduardo Bagé, com muita facilidade, faturando o prêmio de R$ 12 mil reais, cabendo R$ 9 mil para os segundos colocados. A Pargo, de Juliana Guimarães, Anselmo Corrêa e Picuruta Salazar, ficou em terceiro (R$ 6 mil) e a favorita Coral, de Brigitte Mayer, Teco Padaratz e Marcelo Freitas, terminou em quarto (R$ 3 mil).

O mar estava com ondas grandes, de quase dois metros, mas muito balançadas, dificultando o trabalho das meninas e dos longboarders. Com estas condições, a comissão técnica decidiu realizar baterias de uma hora de duração, com cada surfista tendo de pegar duas ondas. Na primeira semifinal a atuação de Silvana Lima, pela Pescada, foi decisiva. Enquanto ela marcou 14 pontos em suas ondas, Brigitte Mayer conseguiu apenas 1,5 ponto, deixando Teco Padaratz e Marcelo Freitas numa situação difícil na Coral, equipe que até então dominara a competição. Teco surfou muito, marcou mais de nove pontos numa onda, mas não conseguiu tirar a diferença. Na outra semifinal, Suelen Naraísa já começou a mostrar que seria decisiva, ajudando na vitória sobre a equipe Pargo.

Com as condições do mar, desde de manhã todos na praia falavam que as meninas iriam fazer a diferença. E foi o que se viu, com a campeã brasileira Silvana Lima e a vice-campeã nacional Suelen Naraísa levando seus times à final. Na decisão, Silvana não repetiu o desempenho da semifinal e marcou apenas 2,5 pontos, enquanto Suelen conseguiu mais de 10, incluindo a melhor nota da final entre todas as ondas surfadas: 6,4 pontos.

O mais curioso é que na primeira rodada de classificação, na sexta-feira, a Pescada ficou em último lugar entre as doze equipes que disputaram o Festival Petrobras de Surfe, uma competição com o inédito formato de times com um integrante de cada categoria do surfe: masculino, feminino e longboard. Os dez melhores das Seletivas Petrobras de Surfe Masculino, do Petrobras Longboard Classic e do Circuito Petrobras de Surfe Feminino foram selecionados para participar, juntamente com dois convidados de cada categoria.

"Fomos muito mal na primeira fase, mas a concentração e a união da equipe ajudaram. As ondas estavam difíceis, mas tivemos sorte e conseguimos pegar algumas boas", disse Suelen, informando que vai usar o dinheiro da premiação para ajudar nas viagens do World Qualifying Series (WQS), a segunda divisão Mundial.

Carlos Bahia era o mais animado dos vencedores. Com seu corte de cabelo num estilo moicano bicolor, ele afirmava o prêmio vai ajudar na construção de sua casa, em Maresias.

"Já tem as fundações. Agora vou erguer as paredes. Podem achar que nós fomos uma surpresa, mas estudamos muito nossos adversários e sabíamos o que fazer. Tudo deu certo", disse Carlos Bahia.

Por sua vez, Eduardo Bagé, lamentou que na final sua equipe, que conseguira a vaga para as semifinais nos últimos segundos no sábado, não conseguiu repetir o desempenho na decisão.

"Não conseguimos achar as ondas e nossa grande estrela, a Silvana, não teve sorte na final, mas valeu ter chegado à decisão", disse o longboarder.

Apesar da boa premiação e da grande disputa dentro d’água, que teve no sábado o ponto alto, com ondas de 1,5 metros a 2 metros, todos os envolvidos destacaram o caráter festivo, de celebração do surfe.

"O campeonato foi alucinante. Quando que eu, aos 44 anos de idade, poderia estar disputando uma competição com surfistas como Teco Padaratz, Anselmo Corrêa, a Silvana Lima", disse Picuruta, que tem 153 títulos em sua carreira de 32 anos.

"Achei tudo perfeito. Foi muito legal mesmo esta confraternização com todas as categorias, numa verdadeira celebração do surfe. É um evento que premia os principais campeões do Brasil. Está todo mundo de parabéns", disse Teco Padaratz.

Entre as semifinais e a disputa do terceiro lugar aconteceu o Torneio Imprensa, que contou com a participação de Mario Filho, do Sportv, além de Alvarus, William Hellal e Túlio Brandão, do Globo. Mario Filho, o Marinho, ficou em primeiro, seguido por Túlio Brandão, William Hellal e Álvarus.

O Festival Petrobras de Surfe foi uma realização da RM Sports com patrocínio da Petrobras e co-patrocínio da Rip Coast Renner, coordenação técnica da Abrasp (Associação Brasileira de Surfe Profissional) e com o apoio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.

RESULTADOS

SEMIFINAL 1
1. Pescada (Silvana Lima, Tadeu Pereira e Eduardo Bagé) 37,13
2. Coral (Brigitte Mayer, Teco Padaratz e Marcelo Freitas) 28,96

SEMIFINAL 2
1. Roncador (Suelen Naraísa, Flávio Costa e Carlos Bahia) 28,13
2. Pargo (Juliana Guimarães, Anselmo Correia e Picuruta Salazar) 21.17

DECISÃO TERCEIRO LUGAR
1. Pargo 28.58
2. Coral 24,33

FINAL
1. Roncador 30,27
2. Pescada 10,47