Se olharmos para o cenário macroeconômico do Brasil de hoje com bastante atenção, vamos ver que nem tudo são flores e que o aquecimento da economia e o “crescimento” em alguns setores têm um alto preço.

Os profissionais que trabalham administrando e fazendo gestão de empresas, veem com muita clareza que o crescimento requer capital de giro majorado, pelo aporte dos sócios ou pela captação no sistema financeiro de um modo geral. Ora, num momento de restrição do crédito, quem mais sofre são os empresários que necessitam aumentar o volume de capital de giro para seu negócio.

Por outro lado, a redução da disponibilidade de recursos para financiamento às famílias tem um impacto direto sobre a demanda, o que atinge diretamente a expansão dos níveis de produção.

Então temos um Brasil crescendo e se expandindo e, de outro lado, muitas empresas com dificuldades, buscando a recuperação via judicial e suplicando por crédito caro e escasso.

Procurando a saída, deparamos com um dilema: devemos comprar novos negócios e crescer ou devemos vender e sair do negócio?

Acreditamos que a resposta esta muito evidente para quem quiser ver; é só deixar a emoção de lado e analisar suas reais possibilidades, perguntando se consigo remunerar o negócio e o capital de terceiro e ainda pagar o endividamento e os impostos neste cenário.

Eu acredito que o melhor caminho para quem se encontra na situação descrita, é o de procurar vender seu negócio, ou se associar com quem possa alavancá-lo imediatamente.

Não se pode esquecer que em 2011 teremos um novo ciclo de aperto monetário, claramente demonstrado pelas alterações regulatórias, com aumento da taxa Selic, com o aumento do compulsório bancário que retirou da economia algo em torno de R$ 61 bilhões, com os cortes dos gastos do governo, com a entrada de importados a preços atrativos, entre outros elementos.

Precisamos estar preparados para solucionarmos problemas econômicos e de gestão, inclusive como fusões e aquisições.

Nota do Editor: Laerte Russo Farias é economista e já realizou mais de 60 gestões de recuperação empresarial. É especialista na área de Fusões e Aquisições, Governança Corporativa e Plano de Negócios. É diretor da Corporate SP Business Consulting e conquistou, entre outros, o Prêmio “Destaque IBEF”.