Convidado da Rip Curl é o novo Pipe Masters, Sunny Garcia leva a Tríplice Coroa Havaiana e Bruce Irons confirma vaga no WCT, tirando Bernardo Pigmeu da lista do WQS.
| Karen Wilson |  | | | O havaiano Jamie O’Brien no Rip Curl Pro Pipeline Masters Champion Hawaiian. |
|
Os havaianos fizeram a festa pelo terceiro ano consecutivo no encerramento da temporada em Banzai Pipeline. Desta vez não foi por Andy Irons, mas pela decisão do Rip Curl Pro Pipeline Masters 100% formada por surfistas locais, com todos os finalistas comemorando alguma conquista nas ondas fantásticas de 2,5 metros de altura do domingo (19/dez). O convidado da Equipe Rip Curl, Jamie O’Brien, 21 anos, foi o mestre dos tubos na grande final e faturou o prêmio máximo de 30.000 dólares. O veterano Sunny Garcia, 34, terminou em segundo lugar e confirmou seu sexto título na Tríplice Coroa Havaiana. E o terceiro e quarto colocados, Kalani Robb e Bruce Irons, respectivamente, garantiram suas permanências na elite do surfe mundial. O pernambucano Paulo Moura representou muito bem o Brasil e só foi barrado nas semifinais, conquistando um brilhante quinto lugar nos tubos de Banzai Pipeline. Porém, seu conterrâneo Bernardo Pigmeu acabou ficando de fora da lista dos 15 que sobem pelo WQS e apenas seis brasileiros vão disputar o ASP World Championship Tour 2005. Sua saída foi devido ao quarto lugar de Bruce Irons, que levou o havaiano para dividir o posto de melhor estreante da temporada com o carioca Raoni Monteiro na 23ª colocação do ranking. Com isso, tirou Richard Lovett do grupo dos 27 que são mantidos na elite mundial pelo WCT e o australiano precisou usar a vaga garantida com a nona posição no WQS, derrubando o pernambucano Bernardo Pigmeu do último lugar que ocupava na lista dos 15 que sobem pela divisão de acesso. BRASILEIROS NO WCT 2005 - Sendo assim, a única novidade do Brasil em 2005 será o paulistano Renan Rocha, que retorna ao WCT depois de dois anos de ausência. Peterson Rosa (PR), Paulo Moura (PE), Raoni Monteiro (RJ), Neco Padaratz (SC) e Marcelo Nunes (RN), garantiram suas permanências, mas Guilherme Herdy (RJ), Victor Ribas (RJ) e Armando Daltro (BA) não conseguiram confirmar suas vagas em nenhuma das duas listas classificatórias. O número de apenas seis brasileiros é o menor desde a segunda edição do formato de duas divisões no Circuito Mundial implantado em 1992. O Brasil já chegou a ter onze representantes no WCT e em alguns anos até ultrapassou a quantidade de norte-americanos, ficando atrás somente da maior potência do esporte, a Austrália. E essa também é a primeira temporada que o Brasil não apresenta nenhuma cara nova. PRIMEIROS ALTERNATES - Os australianos perderam seis atletas, mas classificaram quatro novidades: Luke Stedman, Troy Brooks, Bede Durbidge e Kirk Flintoff. Os Estados Unidos estarão reforçados por Tim Reyes e Chris Ward e os outros estreantes do ano que vem serão o havaiano Frederick Patacchia e o sul-africano Travis Logie. Já os convidados por contusão para completar o grupo dos top-45 do WCT 2005 são o australiano Mick Fanning e os norte-americanos Shea Lopez e Shane Beschen. E também já foi confirmado que Victor Ribas, Bernardo Pigmeu e Guilherme Herdy, nessa ordem, serão os primeiros alternates para substituir alguma ausência nas etapas do próximo ano. VOLTA AOS TOP-16 - Pelo menos, o Brasil pode comemorar sua volta ao seleto grupo dos top-16 da ASP, o que não acontecia desde o sétimo lugar do paranaense Peterson Rosa em 2001. O próprio Peterson agora conseguiu atingir seu objetivo que era ficar entre os dez primeiros colocados e foi exatamente o décimo melhor surfista da temporada 2004. O pernambucano Paulo Moura também chegou perto e, com a quinta colocação na brilhante apresentação no último dia da competição, terminou com a mesma pontuação dos australianos Dean Morrison e Phillip MacDonald, que no desempate ficaram à sua frente na 17ª e 18ª posições, respectivamente, com Moura em 19º lugar na classificação geral da temporada. "Eu estou muito feliz com este ótimo resultado aqui nos tubos de Pipeline", disse Paulo Moura. "Esta é uma das minhas ondas favoritas no mundo e chegar numa semifinal aqui é muito difícil. Fiquei em quinto lugar num evento competindo com surfistas que são mestres aqui, como o Sunny (Garcia), o Kalani (Rob), o Kelly (Slater), o Bruce (Irons). Foi realmente um grande fim de ano para mim", comemorou Paulo Moura, que encabeçou a lista dos brasileiros no ranking mundial durante a maior parte do ano. No domingo, ele entrou duas vezes para competir no templo sagrado do esporte, inclusive no primeiro confronto do dia, quando despachou os australianos Luke Egan e Toby Martin para passar atrás do havaiano Sunny Garcia. Já na semifinal só conseguiu pegar duas ondas durante toda a bateria e ainda arrancou nota 8,83 em mais um belo tubo em Pipeline, porém foi superado novamente por Garcia, que passou em segundo lugar com duas notas na casa dos 7 pontos. Desta vez, quem dominou os tubos foi Kalani Robb, que venceu a disputa com notas 9,6 e 8,0, com o norte-americano Tim Curran terminando em último lugar. TUBOS NOTA 10 - Curran tinha recebido a primeira nota 10 na segunda bateria do dia e no confronto seguinte Kelly Slater e Bruce Irons ganharam suas segundas notas máximas no Rip Curl Pro Pipeline Masters e avançaram juntos para as semifinais. O havaiano manteve o ritmo e seguiu como favorito para a decisão com mais um show nos tubos, tirando nota 8,5 em sua primeira apresentação, 9,5 na terceira e 8,3 na quinta das seis ondas que pegou na bateria. Kelly Slater começou com uma nota 8, mas foi a única onda boa que pegou e acabou em último lugar, sendo eliminado junto com o também norte-americano Cory Lopez pelo jovem havaiano Jamie O’Brien, que arrancou um 9,57 dos juízes num tubão que pegou em sua última onda. Na grande final, enquanto Sunny Garcia, Kalani Robb e Bruce Irons escolheram as direitas do Backdoor, O’Brien ficou sozinho nas esquerdas de Pipeline e garantiu a vitória logo no início da bateria, principalmente depois da nota 9,97 recebida num tubo espetacular que foi ovacionado pela grande torcida que compareceu para assistir o último dia de disputas do Circuito Mundial de 2004. Na soma das duas melhores ondas que são computadas, o campeão Jamie O’Brien somou 17,97 pontos, contra 13,64 de Sunny Garcia, 11,33 de Kalani Robb e 10,37 de Bruce Irons. "Isso é fantástico. Nem posso acreditar que consegui realizar meu sonho com apenas 21 anos de idade. Obrigado a Rip Curl, a todos os meus amigos e aos caras na final", agradeceu Jamie O’Brien. "Eu imaginei que eles iam tentar as direitas, assim eu fiquei sozinho nas esquerdas e as ondas vieram para mim. Aquele 9.97 foi incrível. Eu não podia acreditar e fiquei muito emocionado. Desde que eu era criança, sempre vinha aqui ver o campeonato e estou amarradão em colocar meu nome na lista do Pipe Masters, junto com grandes campeões do passado, que eu via a cada ano. Este é o melhor sentimento para mim". Quem também comemorou bastante, apesar do quinto vice-campeonato em Banzai Pipeline, foi o veterano Sunny Garcia, que no ano passado teve que se submeter a uma cirurgia no joelho e agora fecha a temporada com o sexto troféu de campeão da Tríplice Coroa Havaiana. "Eu fiquei fora um ano inteiro depois da cirurgia e só ficar assistindo a Tríplice Coroa no ano passado foi muito duro para mim. Minha meta principal neste ano era estar pronto para isto outra vez e ainda vencer de novo foi realmente incrível. Eu tenho sempre dito que os havaianos são os melhores surfistas do mundo e acho que nós mostramos isso hoje aqui", falou Sunny Garcia, que faturou um prêmio extra de 10.000 dólares e ainda levou uma Pick-Up Ford Ranger pela conquista da Vans Triple Crown of Surfing 2004. Ranking final WCT 2004 01- Andy Irons (HAV) - 7.824 pontos 02- Joel Parkinson (AUS) - 6.588 03- Kelly Slater (EUA) - 6.444 04- C. J. Hobgood (EUA) - 6.108 05- Luke Egan (AUS) - 5.760 06- Taj Burrow (AUS) - 5.724 07- Nathan Hedge (AUS) - 5.688 08- Sunny Garcia (HAV) - 5.172 09- Damien Hobgood (EUA) - 5.124 10- Peterson Rosa (BRA) - 5.076 11- Jake Paterson (AUS) - 4.968 12- Mark Occhilupo (AUS) - 4.896 13- Michael Lowe (AUS) - 4.872 14- Cory Lopez (EUA) - 4.776 15- Kalani Robb (HAV) - 4.752 16- Daniel Wills (AUS) - 4.704 17- Dean Morrison (AUS) - 4.692 17- Phillip MacDonald (AUS) - 4.692 17- Paulo Moura (BRA) - 4.692 23- Raoni Monteiro (BRA) - 4.332 28- Neco Padaratz (BRA) - 4.200 32- Victor Ribas (BRA) - 3.888 33- Guilherme Herdy (BRA) - 3.816 36- Marcelo Nunes (BRA) - 3.648 41- Armando Daltro (BRA) - 3.384 LISTA DOS TOP-45 PARA O WCT 2005 AUSTRÁLIA - 21 surfistas - Joel Parkinson, Luke Egan, Taj Burrow, Nathan Hedge, Jake Paterson, Mark Occhilupo, Michael Lowe, Daniel Wills, Dean Morrison, Phillip MacDonald, Tom Whitaker, Lee Winkler, Darren O’Rafferty, Richard Lovett, Trent Munro, Troy Brooks, Toby Martin, Mick Fanning, Luke Stedman, Bede Durbidge e Kirk Flintoff ESTADOS UNIDOS - 11 - Kelly Slater, C. J. Hobgood, Damien Hobgood, Cory Lopez, Tim Curran, Taylor Knox, Pat O’Connell, Shane Beschen, Shea Lopez, Tim Reyes e Chris Ward BRASIL - 6 - Peterson Rosa (PR), Paulo Moura (PE), Raoni Monteiro (RJ), Neco Padaratz (SC), Marcelo Nunes (RN) e Renan Rocha (SP) HAVAÍ - 5 - Andy Irons, Sunny Garcia, Kalani Robb, Bruce Irons, Frederick Patacchia ÁFRICA DO SUL - 2 - Greg Emslie e Travis Logie
|