O mercado financeiro deverá continuar instável e nervoso por conta da crise no Japão e dos conflitos na Líbia, o que pressionará o dólar no curto prazo, conforme já se verificou nesta quarta e quinta-feira, avalia Felipe Pellegrini, gerente da Mesa de Operações do Banco Confidence (www.confidencecambio.com.br). A perspectiva com as possíveis medidas do Banco Central na área de câmbio, com possível aumento do IOF sobre a entrada de capital estrangeiro no Brasil, ampliou momentaneamente, no início da semana, o fluxo de capital estrangeiro, com investidores buscando antecipar o ingresso de recursos antes da elevação do custo do IOF. Contudo, a situação instável do mercado internacional voltou a prevalecer, pressionando as cotações. A própria expectativa quanto às medidas do BC estão contribuindo, agora, para puxar as cotações do dólar para cima. “Há muita insegurança no mercado, em função da situação no Japão e Oriente Médio, e qualquer movimento leva os investidores a buscar segurança, com a compra de títulos do governo americano e a busca de posições compradas em dólar, o que tende a pressionar o dólar no curto prazo”, afirma Pellegrini. O aumento do IOF sobre o ingresso de capital estrangeiro é uma medida que vai pressionar o dólar no curto prazo, mas, no médio prazo, observa o executivo do Banco Confidence, a perspectiva é de queda do dólar em função do cenário favorável à economia brasileira. “O Brasil pode inclusive atrair recursos que se destinariam ao Japão, para áreas como mineração e também é um dos principais exportadores das matérias-primas necessárias para a reconstrução do Japão. Além disso, permanece em evidência para os investidores internacionais, o que deve favorecer o ingresso de capitais no médio prazo”, comenta Pellegrini, lembrando que nos três primeiros meses de 2011 a entrada de moeda estrangeira no País foi maior do que no ano passado inteiro.
|