Venda de imóvel usado cresce 9,1% e locação residencial sobe 10,4% no Estado de São Paulo
O mercado de imóveis residenciais usados reverteu em fevereiro o desempenho ruim que havia registrado no começo do ano no Estado de São Paulo. As vendas de casas e apartamentos cresceram 9,1% em relação a janeiro, quando houve queda de 19,39% na comparação com dezembro. O mercado de locação havia começado bem o ano, crescendo 14,51%, e assim continuou em fevereiro, com aumento de 10,4% no número de novas locações contratadas. O índice estadual de preços de imóveis usados e aluguéis residenciais (IEPI-UR/CRECISP) registrou nova queda em fevereiro, de 1,55%, pouco maior que a de 1,32% observada em Janeiro. O Índice CRECISP mede o comportamento do conjunto de preços médios de imóveis usados e de aluguéis residenciais no Estado de São Paulo mês a mês. É composto pela média de todos os preços de venda dos imóveis usados e dos aluguéis residenciais contratados em imobiliárias credenciadas pelo CRECISP. O comportamento do mercado em fevereiro foi apurado em pesquisa feita com 1.617 imobiliárias de 37 cidades pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECISP). Os bons resultados não surpreenderam o presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto. "Além de fevereiro ter sido um ’mês cheio’, sem o Carnaval que praticamente anula uma semana útil de potenciais negócios de compra e venda, a economia continuou crescendo, vivemos um regime de pleno emprego e o crédito imobiliário se mantém estável", resume. O financiamento bancário, de fato, teve papel fundamental em três das quatro regiões em que se divide a pesquisa CRECISP. Somados os empréstimos concedidos pela Caixa Econômica Federal e demais bancos, os financiamentos foram responsáveis, por 58,82% dos contratos assinados nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco. No Interior, 55,0 3% das vendas se efetivaram mediante financiamento, percentual que foi de 48,33% na Capital. Só no Litoral as vendas à vista, com 66,06% do total, superaram as feitas com empréstimo bancário, que somaram 27,07%. "Essa média de 50% das vendas sustentadas por financiamentos, representa um grande avanço em relação à situação que tínhamos há alguns anos, mas ainda é pouco para as necessidades da população", afirma Viana Neto. Ele defende que os bancos se voltem também para a chamada classe C, ou nova classe média, que pode ter no imóvel usado a possibilidade de realizar o sonho da casa própria. "Assim como foi no passado recente com a indústria automobilística, quando o primeiro carro de muitas famílias era o carro usado financiado a perder de vista, o imóvel usado tem tudo para ser hoje a primeira casa própria das famílias que não têm como pagar pelos imóveis novos, mais caros e ainda por serem feitos", argumenta o presidente do CRECISP. "Mais do que um carro zero, a nova classe média deseja ter é a casa própria, e quem a ajudar nisso só terá a ganhar", pondera. Apartamentos lideram vendas O índice estadual de vendas de fevereiro ficou em 0,6030, 9,1% acima do índice de janeiro, que foi de 0,5527. As 1.617 imobiliárias que responderam à pesquisa do CRECISP venderam 975 imóveis, sendo 52,51% apartamentos e 47,49%, casas. As vendas foram maiores que em fevereiro na Capital (+ 35,77%) e nas cidades do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco (+ 15,6%) e menores no Interior (- 1,25%) e no Litoral (- 0,48%). Os imóveis mais vendidos em fevereiro na Capital foram os de valor superior a R$ 200 mil (73,3% do total). No Interior, a faixa que concentrou maior número de vendas foi a de casas e apartamentos de até R$ 160 mil (53,59% do total). Nas cidades do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco, a concentração das vendas se deu na faixa de até R$ 180 mil (52,35%) enquanto que no Litoral foi predominante a faixa de imóveis com valor até R$ 200 mil (54,93% das vendas). Bauru figurou como a cidade que tem o imóvel usado mais barato entre as 37 pesquisadas. A pesquisa CRECISP encontrou lá, o menor preço de metro quadrado de imóvel usado do Estado de São Paulo em fevereiro. Casas de 2 dormitórios localizadas em bairros da região central da cidade foram vendidas pelo valor mínimo de R$ 333,33 e máximo de R$ 1.000,00 o metro quadrado. Já o maior preço de metro quadrado foi registrado em Ubatuba, onde casas de 4 dormitórios situados em bairros da área nobre foram vendidas pelo valor de R$ 7.500,00 o metro quadrado. Imóvel mais alugado no Estado tem aluguel mensal de até R$ 1.000,00 As 1.617 imobiliárias pesquisadas em fevereiro pelo CRECISP em 37 cidades alugaram 3.487 imóveis, sendo 50,42% casas e 49,58%, apartamentos. Esse volume de novos contratos fez com que o índice estadual de locação subisse 10,4%, passando de 1,9534 em janeiro para 2,1565 em fevereiro. As imobiliárias receberam de volta 1.825 casas e apartamentos, o equivalente a 52,34% do total de novas locações. O número de novas locações cresceu na Capital (+ 23,37%), no Interior (+ 8,16%) e na região do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco (+ 3,37%). No Litoral houve queda de 9,95% em relação a janeiro. No conjunto das 37 cidades pesquisadas pelo CRECISP, os imóveis mais alugados no Estado em fevereiro foram aqueles com aluguel mensal de até R$ 1.000,00. Na Capital, a faixa que concentrou a maioria das novas locações foi a dos aluguéis mensais de até R$ 800,00, com 51,23% do total de novos contratos. No Interior e nas cidades do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco, os mais locados em fevereiro foram as casas e apartamentos com aluguel mensal até R$ 800,00, com 61,9% e 69,37% dos contratos novos, respectivamente. No Litoral, predominaram os aluguéis de até R$ 1.000,00, com 67,97% das novas locações. O menor aluguel residencial em fevereiro foi registrado pela pesquisa CRECISP em Araraquara, onde casas de 1 dormitório na área central foram alugadas pelo valor mínimo de R$ 150,00 mensais e máximo de R$ 330,00. O aluguel mais caro do Estado foi de R$ 12.000,00 por apartamentos de 4 dormitórios em bairros de áreas centrais de Campinas, ressalvando-se que esse foi o único imóvel do gênero e com esse valor encontrado na cidade. O fiador manteve-se como principal meio de os novos inquilinos garantirem o pagamento dos aluguéis, caso se tornem inadimplentes. Esteve presente em fevereiro em 79,52% do total de novos contratos formalizados no Interior, percentual que ficou em 46,10% no Litoral, em 45,54% na Capital e em 47,95% na região do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco. As 1.617 imobiliárias pesquisadas pelo CRECISP declararam que 3,77% de seus inquilinos estavam com o pagamento em atraso em fevereiro, percentual 1,89% maior que os 3,70% de inadimplentes de janeiro. A pesquisa CRECISP foi realizada em 37 cidades do Estado de São Paulo: Americana, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Diadema, Guarulhos, Franca, Itu, Jundiaí, Marília, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taubaté, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Bertioga, São Vicente, Peruíbe, Praia Grande, Ubatuba, Guarujá, Mongaguá e Itanhaém.
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