Arquivo Nenê Velloso

Nesse período, de 18 de julho de 1936 a meados de 1938, foi travada uma contenda entre o PC, do governo, e o PRP, do prefeito eleito (Seu Filhinho). O prefeito queria o fechamento do Posto de Saúde, alegando que o posto foi instalado com a única exclusividade de prejudicar sua farmácia e também em represália a sua vitória contra o partido do governo. O PRP, partido do prefeito, conseguiu o fechamento do Posto de Saúde, mas não por muito tempo. Diz o ditado: “Briga o mar com a costeira, o marisco é quem paga o pato”. Até hoje é assim, o povo é quem sempre paga o pato. Em fins de 1937 já se falava novamente em reabertura do posto de saúde e a contratação de funcionários, e a oposição dizia — “Agora é pra valer!” Em abril de 1938 aconteceu a reabertura oficial. O farmacêutico Seu Filhinho teve que engolir a reabertura, agora em caráter definitivo e com o mesmo médico, Dr. João Carlos Miranda, que ele disse que veio só para “Quebrar a crista do boticário vitorioso” (Livro a Farmácia do Filhinho, pg. 108). E, QUEBROU!!!

Seu Filhinho governou até novembro de 1937 e durante a sua curta gestão de um ano e meio aconteceram os festejos programados pela prefeitura em comemoração ao 3º centenário da elevação da ALDEIA DE IPEROIG a categoria de VILA.

Por Provisão de 28 de outubro de 1637, o Governador Geral do Rio de Janeiro, Salvador Corrêa de Sá e Benevides, determinou que a antiga ALDEIA de IPEROIG, fosse elevada a categoria de Vila e mudando o nome para VILA NOVA DA EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ DO SALVADOR DE UBATUBA. E, em 13 de março 1855 pela lei nº 5, foi elevada à categoria de cidade. Foi criada a Comarca de 1ª Entrância, pela lei Provincial nº 46, de 06 de abril de 1872. Pela lei Estadual nº 163, de 27 de setembro de 1948, passou a “Estância Balneária”. Pelo Decreto-Lei Estadual nº 14.334 de 30/11/1944, foi constituído o Distrito de Picinguaba. O primeiro subprefeito de Picinguaba foi o Sr. João Coutinho, no governo Matarazzo 1964/1968, portanto o cargo está vago há 43 anos. Aí senhores vereadores, estão perdendo esta moleza?

Vale esclarecer que essa comemoração foi política e determinou como data de fundação da cidade, 28 de outubro de 1637. O intendente da época era o farmacêutico Washington de Oliveira (Seu Filhinho), que sabia que não se tratava de data de fundação. E, aceitou! A cidade não pode continuar comemorando uma data de aniversário de fundação que não corresponde à verdade. A data da fundação de Ubatuba tem que ser revista. A data do descobrimento do Brasil foi considerada a partir do dia em que foi celebrada a primeira missa, em São Paulo, Rio de Janeiro e São Vicente também, em Ubatuba não podia ser diferente. Tendo em vista que ficou patente na carta de Anchieta, que ele chegou à Aldeia de Iperoig (hoje Ubatuba) no dia 05 de maio e no dia 09 de maio de 1563 foi celebrada a primeira missa. Veja a imagem ilustrativa da 1ª missa. Esta seria a data de fundação a ser comemorada (09/05/1563), e não “28 de outubro de 1637”, que corresponde à elevação da ALDEIA DE IPEROIG A VILA.

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