Natália Lossio

O Parque Estadual da Ilha Anchieta recebe, no próximo dia 18, a 14ª edição do Encontro dos Filhos da Ilha. O evento deverá reunir cerca de 300 pessoas, entre militares, familiares, amigos e funcionários do antigo presídio, que sobreviveram à rebelião acontecida em 1952. Este encontro, organizado pela Associação Pró-Resgate Histórico da Ilha Anchieta e dos Filhos, em parceria com a Fundação Florestal e Prefeitura de Ubatuba, acontece sempre no mês de junho, por ser uma data próxima ao “Dia do Levante”, ocorrido em 20 de junho.

A data consta no Calendário Oficial de Eventos do Município de Ubatuba e foi instituída por meio da Lei Municipal nº 3.194/09, como “Dia Municipal dos Filhos da Ilha”. O objetivo é prestar homenagem aos mortos e sobreviventes da rebelião. O encontro é um acontecimento histórico-cultural que visa também, assinalar para as atuais e futuras gerações, a importância desse episódio da história brasileira, que teve como palco a Ilha Anchieta.

Na ocasião do 14º Encontro, o público visitante poderá compartilhar com os Filhos da Ilha, as experiências vivenciadas por esses sobreviventes no período de funcionamento do extinto presídio. São “Contadores da História Viva”, tendo como cenários as Ruínas do Presídio e das Vilas Militar e Civil, acessadas a partir de uma caminhada leve com duração de cerca de 30 minutos, com paradas em pontos específicos para o relato dos principais aspectos e fatos históricos ocorridos no local.

Programação

O ponto de encontro para a saída de barco é a Marina Píer do Saco da Ribeira, às 8h30. A abertura oficial do evento deverá ocorrer no Parque Estadual da Ilha Anchieta, às 10h, contando com a presença do secretário municipal de Turismo de Ubatuba, Maurício Petiz. Na sequência, os participantes se dirigirão até a “Santa Cruz do PM Laurindo”, primeiro soldado a morrer na rebelião, onde serão depositadas flores em homenagem aos funcionários civis e militares mortos em combate no “Dia do Levante”. O encerramento do XIV Encontro Anual dos Filhos da Ilha está previsto para ocorrer às 16h.

Ilha Anchieta, onde natureza e história se misturam

Com 828 hectares de extensão, oito praias, natureza exuberante e uma grande biodiversidade, a Ilha Anchieta é a segunda maior ilha do estado e um dos principais atrativos turísticos de Ubatuba. Além da rebelião, o local também foi cenário de acontecimentos que fazem parte da história do Brasil.

Até o início do século XIX, a Ilha Anchieta era habitada por índios e foi conhecida como Terra de Cunhambebe, que era o chefe da Confederação dos Tamoios. Depois, passou a se chamar Ilha dos Porcos, nome escolhido pelos colonizadores. Em 1904, foi implantada uma colônia correcional, que se transformou em presídio político. Em 1955, o Presídio foi desativado devido às rebeliões. O nome da ilha foi mudado para Ilha Anchieta em 1934, como parte das homenagens ao quarto centenário do nascimento do Padre José de Anchieta.

Atualmente, a ilha é protegida e administrada pela Fundação Florestal, por meio do Parque Estadual da Ilha Anchieta, que proporciona aos visitantes, um passeio cheio de encantos, mesclando o mar, a Mata Atlântica, a cultura e a história. Praias belíssimas, trilhas ecológicas em meio à Mata Atlântica, passeios pelas ruínas do antigo presídio e um dos melhores pontos para mergulho do Brasil são alguns dos atrativos oferecidos pelo Parque Estadual da Ilha Anchieta (PEIA). O PEIA faz parte da rede de Unidades de Conservação administrada pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, através da Fundação Florestal.