Nunca antes em Ubatuba as coisas continuam como sempre foram: em ciclos. Prefeito eleito, euforia dos 100 dias, expectativa com relação ao secretariado, e depois... a coisa empaca. Grandes projetos que deram um impulso no progresso de Ubatuba ocorreram na gestão de Ciccilio Matarazzo, na década de 60. De lá para cá, vem a era dos ciclos. Atualmente vivemos o pior ciclo, pois em dois mandatos os resultados são pífios. Muita coisa deixou de ser feita, verbas foram desperdiçadas ou desprezadas, o atendimento a população deixou a desejar e o turismo vai mal. Navios, Centro de Convenções e outras obras são resultados muito aquém do esperado. O resultado poderia ter sido melhor. O potencial turístico e cultural que Ubatuba possui, se explorado corretamente, poderia deixar muitas outras cidades no chinelo. Mas infelizmente no chinelo estamos nós. Perdemos para Caraguá, Parati e São Luiz do Paraitinga, citando apenas as vizinhas. Se comparados com outros destinos turísticos, Ubatuba fica na lanterninha. Fatos novos são criados simplesmente para desviar a atenção do que realmente proporcionaria o progresso local sustentável. Que Ubatuba que nós queremos? Qual nossa real vocação? Será que não tem alguém com competência para administrar de fato nosso município? A realidade está aí. Só não vê quem não quer! Basta dar uma volta pela cidade, pelos bairros, pelas praias para comprovar. Quando se visita as cidades vizinhas, no retorno para Ubatuba fica um sentimento de angústia, de impotência e de revolta diante da realidade local. Agora, faltando 16 meses para as eleições, todo mundo acorda. Obras são iniciadas, projetos são anunciados, secretários são substituídos, tudo parece funcionar uma maravilha. É o ciclo! Tudo isso, e muito mais, deveria ter sido realizado ao longo do mandato (e olha que esse mandato foi duplo). Por que só agora o pessoal acordou? Será que a população de Ubatuba vai cair novamente na pegadinha dos ciclos? Precisamos quebrar estes ciclos e começar a trabalhar de uma forma contínua visando o progresso. Se em outras cidades este trabalho dá certo, porque na terra de Coaquira não é possível? Está na hora de quebrar os ciclos sobre a culpa da Maldição de Cunhambebe. Nota do Editor: O texto acima, com o título “Ciclos”, é editorial da edição 26 do Jornal Maranduba News, de 21 de junho de 2011.
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