O Brasil atingiu a maior taxa em geração de empregos em 2010. Foram criados mais de 2,5 milhões de postos de trabalho com carteira assinada, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Minas Gerais foi o segundo estado que mais ofereceu vagas. Foram 298 mil postos de trabalho. E neste ano, mais empregos serão ofertados. Só no estado mineiro, a expectativa é de mais de três milhões de vagas de emprego sejam criadas.

Mais vagas ofertadas representa, pelo menos para as empresas que vão contratar, um grande desafio. Por quê? Por causa da grande oferta de trabalho e da falta de qualificação, ter um bom funcionário é algo valioso. Se a empresa não oferecer, por exemplo, programa de benefícios, não manter uma rotina de comunicação interna e ter bons líderes, a rotatividade de funcionários, atualmente denominada “turnover”, pode gerar sérios problemas a saúde de sua empresa.

Ter que substituir funcionários constantemente é sinônimo de prejuízo para qualquer organização, em qualquer ramo de atividade. Segundo a diretora da Inthegra Talentos Humanos, Vianei Altafin, se o turnover for maior do que 5% é sinal de que é preciso agir, pois representa um déficit na folha de pagamento. “Tem funcionários que fazem a diferença dentro de uma empresa, perdê-los é um prejuízo que vai além do caixa da empresa. Se o grau de ’turnover’ está alto é preciso comunicar, entender quais as necessidades desses colaboradores e saber reconhecê-los e recompensá-los. As empresas precisam aprender a reter talentos humanos”, explica Vianei.

De acordo com a diretora da Inthegra Talentos Humanos, diversos fatores podem provocar o alto grau de rotatividade de pessoas numa empresa. “O problema pode começar pela falha na contratação, ou mesmo por causa da remuneração inadequada e aí entra um bom Plano de Cargos e Salários. Também pode acontecer de a empresa não oferecer benefícios que atendam as necessidades desse funcionário e por causa da grande oferta de vagas, muitos optam por novas oportunidades”, destacou Vianei.

Outra situação que tem sido levada em conta por quem trabalha numa empresa é o clima organizacional. “É dentro do ambiente de trabalho que os funcionários passam a maior parte do tempo. Se o clima entre os funcionários e até mesmo entre o líder não for satisfatório, vai chegar uma hora que ele vai sair. Hoje, ninguém quer trabalhar num ambiente pesado, com chefe gritando a todo o momento, e com colegas descomprometidos, que não sabem trabalhar em equipe e que nem lidar e respeitar as diferenças uns dos outros”, disse Vianei.

Hoje é nítido perceber uma sociedade cada vez mais dinâmica, exigente e ousada que tem se acostumado muito facilmente às mudanças e têm buscado a qualquer preço melhorias salariais, benefícios atraentes, condições de trabalho adequadas e crescimento profissional. Segundo a Coordenadora Gestão de Pessoas do Hospital Santa Genoveva Complexo Hospitalar, Hérika Mota, o Santa Genoveva tem reconhecido a importância da atração e retenção de talentos. “Sabemos que a excelência de nossos serviços está diretamente associada à qualidade de nossos profissionais e a satisfação dos mesmos em fazer parte do hospital. Temos adotado algumas estratégias para despertar o interesse de candidatos e aumentar a credibilidade perante os que compõem o nosso rol de colaboradores e investido bastante em ações de Endomarketing como uma solução para a intensificação da comunicação entre os clientes internos e alcance de uma vantagem competitiva através de ações que valorizam e estimulam o comprometimento dos colaboradores”.

Ainda de acordo com Hérika, a liderança adequada faz grande diferença no ambiente organizacional, na motivação e na garantia do comprometimento, por isso, os gestores do hospital também recebem treinamentos constantes e são desenvolvidos em um modelo de Coaching de Grupo para que possam ser capacitados e desenvolvam habilidades de gestão, com foco em resultados e melhoria de performances. “Temos buscado aprimorar nosso Plano de Cargos e Salários e ampliar nosso Programa de Benefícios para que nossos colaboradores sintam que realmente fazem parte de uma organização que preza por uma relação de parceria, na qual garantindo um bom trabalho com profissionalismo e comprometimento poderão contar em contra partida com recompensas e reconhecimento”, acrescentou Hérika.

Outra preocupação que as empresas precisam ter, acrescenta a diretora da Inthegra, é que depois de se familiarizar com a dinâmica do trabalho, adotar as normas da empresa, dependendo do serviço que executam passam a ter informações sigilosas, dados internos e até criam relacionamentos com clientes. “Nesse caso, até o outro contratado se adaptar a dinâmica do trabalho e entender a forma que esse cliente gosta de ser atendido, leva um tempo”.

Muitas vezes a perda de um funcionário da equipe gera um estresse nos que ficam porque algumas mudanças com relação às atividades sempre acontecem e até a pessoa dominar as tarefas e tudo voltar ao normal leva um tempo. “Parece óbvio, mas as empresas precisam entender que reter talentos é mais barato do que perder. A pessoa certa, no cargo certo, satisfeita com o que a empresa oferece e com o clima organizacional, trabalhará motivada e, dificilmente, buscará outras oportunidades no mercado de trabalho. Mesmo se for tentada com uma proposta do concorrente, avaliará os pós e os contra dessa oferta”, conclui Altafin.