Em decreto assinado dia 1º de janeiro, o prefeito Eduardo César suspendeu temporariamente a cobrança de estacionamento nas praias de Ubatuba.
| | | Divulgação |  | | | | Eduardo de Souza César, prefeito de Ubatuba, SP. |
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Ao tomar conhecimento de um inquérito civil do Ministério Público que questiona a legalidade da cobrança da zona azul nas praias de Ubatuba, o prefeito eleito Eduardo César decidiu, dia 1º de janeiro, em seu primeiro ato administrativo, suspender temporariamente a cobrança do estacionamento nas praias Grande, Tenório, Lagoinha e Maranduba. O preço da zona azul era de R$ 3,00 por carro, para qualquer período de permanência no estacionamento. Segundo o prefeito, a suspensão estará em vigor até que sejam concluídos estudos técnicos que indicarão os procedimentos que serão tomados daqui para frente com o objetivo de sanar as irregularidades constatadas. Esses estudos serão conduzidos por uma comissão prevista no próprio decreto assinado ontem. "Não podemos iniciar nossa administração repetindo os erros dos nossos antecessores, e o que é pior, praticando atos ilegais, já que a lei 1679/97 que criou a cobrança em estacionamentos públicos não foi devidamente regulamentada", explicou o novo prefeito de Ubatuba. Segundo o procurador jurídico da nova administração, Anderson de Souza, a lei 1679 de 1997 autorizou a Comtur a permissão de uso de vias para cobrança de estacionamentos. Porém, esse decreto não foi editado e, portanto, há sete anos essa cobrança vem sendo feita de forma irregular, explicou o advogado. Ainda segundo ele, em 2002 o Ministério Público iniciou um inquérito civil que está apurando essa questão". Sem benfeitorias Para o prefeito Eduardo César, além de ilegal, a cobrança nos estacionamentos das praias, da forma como é feita hoje, sem nenhum benefício ao usuário, é também imoral. "O nosso turista, ao pagar pelo estacionamento, deveria receber algum tipo de benfeitoria", avalia o prefeito. Para ele é preciso dotar os estacionamentos de condições mínimas de trafegabilidade e segurança, para só depois, efetuar o pagamento. Isso, sem contar, segundo Eduardo César, com um controle rígido dessa cobrança para evitar possíveis desvios. "Ainda na condição de vereadores participamos - eu e o Domingos, meu vice - da CPI da Comtur e verificamos que além de grandes dívidas, os procedimentos adotados nessas cobranças não permitem um controle eficaz, o que pode favorecer a corrupção - prática que vamos combater do primeiro ao último dia do nosso governo", enfatizou. Jija ainda não assume O convidado do prefeito Eduardo César para dirigir a Comtur, o empresário Josias Baltazar Nunes Sabóia, o Jija, como é mais conhecido, decidiu, em virtude dos últimos acontecimentos, não assumir a direção da empresa de economia mista até que a comissão que será instituída pela prefeitura faça um profundo levantamento na situação real da Companhia de Turismo. "Nos últimos dias tomamos conhecimento de uma série de dívidas contraídas pela Comtur a serem pagas esse ano e isso, somado ao problema da cobrança ilegal dos estacionamentos, fez com que decidíssemos, em conjunto com o prefeito, adiar a nossa posse na presidência da Companhia de Turismo de Ubatuba."
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