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Educação
07/08/2011 - 18h02
O humano além do humano
Antônio Carlos Roxo
 

Na 9ª FLIP - Festa Literária de Paraty, realizada em julho, uma das mesas mais interessantes com o tema do título deste artigo, reuniu Miguel Nicolelis, neurocientista considerado como um dos grandes deste século, e Luiz Felipe Pondé, filósofo, professor e colunista da Folha de São Paulo. Um interessante embate.

Em seus experimentos Nicolelis conseguiu que os cérebros dos primatas se libertassem da pressão dos corpos, o que abre um infinito de possibilidades de avanço da ciência.

Aurora, o primata utilizado, passou a entender que era possível libertar o cérebro do corpo. E mais, não só foi possível emitir sinais elétricos do corpo para o artefato robótico como este remeter sinais diretamente para o cérebro de um primata.

Tendo como exemplo de utopia e realidade, Santos Dumont, Nicolelis registra que quando Santos Dumont ganhou uma herança, sua mãe lhe perguntou o que iria fazer, recebendo como resposta: - “Voar!”

Pondé se contrapõe cético e taxativo: - “A vida é um escândalo e sempre dá errado no fim. O que humaniza o ser humano é o fracasso. Não se tem que combater o sofrimento, ele te acha!“ Afirma ainda, que no século XX surgiram líderes políticos que buscavam o ser perfeito, e aí matava-se uns aos outros para surgir a perfeição. Para Pondé o projeto de eugenia faz parte da utopia ocidental. Isto é, o projeto do ser humano superar o sofrimento está na matriz da ciência, o que levaria a uma proximidade entre ciência e religião.

Para Nicolelis, de certa forma a ciência é uma religião, o cérebro desde o nascimento procura moldar o mundo. - “Se a palavra milagre não tivesse sido já adotada por outro tipo de negócio poderia ser adotada pela ciência”. Mas, para ele, a visão chamada de singularidade, de que as máquinas superarão o ser humano é a forma moderna de charlatanismo. - “A história do cérebro humano não é computacional, a evolução é aleatória, não pode ser refeita. Nosso cérebro tem uma certa proteção evolutiva, a história da humanidade e de cada um não é reproduzível. O cérebro tem uma proteção, sua história!”.

Nicolelis, rebatendo implicitamente o argumento de sempre tudo “dá errado” (se isto for verdadeiro não adianta agir, não é mesmo?) expõe o projeto que desenvolve em Natal (Instituto Internacional de Neurociências), uma tentativa de mostrar que a ciência pode ser não só um agente de mudanças econômicas, mas também de transformação do ser humano. Educação interativa entre todos os personagens do empreendimento: comunidade, professores e, sobretudo, alunos. Cientistas procuram aprender como o cérebro aprende, e educador procura ensinar ao cérebro. Casamento de Paulo Freire e Santos Dumont. Concluindo profético: “Natal é um micro experimento de nação, do que este país podia ser e, eu acredito, do que um dia virá a ser!”.


Nota do Editor: Antônio Carlos Roxo é coordenador do Curso de Comércio Exterior e Negócios Internacionais e membro fundador do Grupo de Estudos de Comércio Exterior do Unifieo - Geceu.

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