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COLUNISTA
Nenê Velloso
02/09/2011 - 11h02
Construindo o passado IV - Anjos da saúde - 19
 
 

Os Oliveiras (Seu Filhinho e família) já tinham perdido a força política na cidade, mas tinham muita força política na capital bandeirante. Vale lembrar que o comerciante caiçara Silvino Teixeira Leite, em 1947, foi o último prefeito eleito pelo voto indireto (governou por um ano), chegando ao fim o “império” político dos Oliveiras.

Em outubro de 1947 aconteceu a primeira eleição pelo voto direto, saindo vitorioso o candidato ubatubano da gema e do Centro, o advogado Dr. José Alberto dos Santos, formado pela Faculdade de Direito do largo São Francisco (Arcadas – turma de 1922), com uma vitória esmagadora sobre os demais candidatos, eleito para o quatriênio 1948/1951, tomando posse em 1º de janeiro de 1948. Era visivelmente estampada no rosto do povo, a alegria, a sensação de liberdade, felicidade e a esperança de novos horizontes, porque o prefeito eleito era sinônimo de progresso. No dia 7 de março de 1951, nomeou o ex-prefeito Silvino Teixeira Leite a presidência da Comissão Central de Esportes de Ubatuba, conforme portaria nº 2/51. Assinou a portaria, o secretário interino da prefeitura, o Sr. Guilherme Martini, que no pleito seguinte foi vice do prefeito José Fernandes, eleitos para o quatriênio 1952/1955.

Jânio Quadros governou São Paulo de 31/01/1955 a 31/01/1959. O médico Dr. Antonio Abdalla já tinha aceitado o convite do ex-prefeito Dr. Alberto dos Santos (1948/1951 - 1º mandato), para sair candidato a prefeito pelo PSP de Adhemar de Barros, no pleito de 1956/1959, época em que o PSP tinha se tornado o maior partido político do Estado de São Paulo, no período de 1946 a 1965. Os Oliveiras, como eram chamados Seu Filhinho e família, já tinham sido derrotados pela dupla caiçara José Fernandes, de Ubatuba, e o vice Guilherme Martini, 1952/1955, migrante da cidade de Santos. A mulher do vice-prefeito era a professora Celeste Martini e lecionava no Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva. O casal era muito respeitado e querido pela população. Mas, com a vitória de Jânio, o médico Antônio Abdalla foi removido e, mediante aos fatos o ex-prefeito Dr. José Alberto Santos foi praticamente obrigado a se candidatar novamente, por ser o único naquele momento capaz de derrotar o farmacêutico Seu Filhinho.

Dr. Alberto saiu vitorioso pela segunda vez, com uma dobradinha de ubatubanos, Alberto dos Santos e o telegrafista Benedito Gomes dos Santos, mais conhecido por Piquito Pracedina, eleitos para governar Ubatuba no quatrienio 1956/1959. Mas, os adversários tinham força dobrada com os políticos da capital bandeirante e, com a derrota do Dr. Adhemar de Barros para o Dr. Jânio da Silva Quadros, no pleito de 1955, foi um prato cheio para o partido PRP do Seu Filhinho, que mediante esta virada política inesperada, exigiam a remoção do médico para outra praça, e foram imediatamente atendidos. A despedida do médico Dr. Antonio Abdalla foi muito indigesta. O médico, antes da partida, foi até ao posto de Saúde na rua Dr. Esteves da Silva nº 100 (hoje neste local funciona a rádio Costa Azul AM - 1140), para se despedir dos funcionários. Quando lá chegou não acreditou no que estava vendo: Seu Filhinho, o pai Ernesto, e seus irmãos, todos alinhados sobre o meio fio da calçada, menos o tio, Capitão Deolindo, porque já tinha morrido em 1952, para acintosamente se despedir do médico que tinha sido removido. O médico, que era uma pessoa calma, de fala mansa, se transformou em leão, bradando um festival de palavras de calão e, se tornando irreconhecível perante aos funcionários. Expulsou todos os intrusos da frente do Posto de Saúde e disse que voltaria um dia, de chicote em punho, e entrou para se despedir dos funcionários. Quando retornou a sua casa na rua Prof. Thomaz Galhardo, 188, mais de uma centena de pessoas estava lá para se despedir e, como era um médico devoto, o folião Sr. Romão (era enfermeiro na Ilha Anchieta), compareceu com todos os componentes da Folia do Divino, para homenageá-lo. Quanto à promessa de voltar um dia e se tornar prefeito da cidade que o recebeu de braços abertos, não pode cumprir porque foi impedido pela família e os amigos mais íntimos, tendo em vista as ameaças anônimas após aceitar ser candidato a prefeito pelo partido P.S.P. do prefeito Alberto Santos. Mas, os cinco anos que esteve à frente da chefia do Posto de Saúde de Ubatuba, reciprocou com os caiçaras ubatubanos, que o receberam de braços, portas e janelas abertas.

Arquivo Nenê Velloso

[Clique aqui para acessar a listagem dos textos (já publicados) da série Construindo o passado IV - Anjos da saúde.]


Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com.
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