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SEÇÃO
Ubatuba
27/02/2012 - 05h41
Um contraponto
José Ronaldo dos Santos
 
Arquivo UbaWeb 

Devido a alguns artigos (1 e 2) sobre o Cruzeiro de Anchieta, a minha amiga Maria Cruz pediu que eu fizesse um contraponto. Como? É fácil!

A história que prevalece é aquela que é mais conveniente a um grupo ou ideologia dominante. Ou melhor, isso de revisar algumas “verdades históricas” é coisa recente, do século XX. Então, é “natural” que no nosso município as coisas corram mais ou menos assim. Nessa nova concepção, já se considera que o alemão Hans Staden passou por Yperoig, a nossa Ubatuba, mas foi prisioneiro por vários meses em outra área, na aldeia de Ubatuba que ficava na região de Angra dos Reis. Porém, a versão de séculos se entranhou de tal forma que até o filme sobre o artilheiro alemão deu todo crédito ao nosso município.

Hoje, recorrendo à tradição oral da comunidade do Sapê/Maranduba, registrada pela própria Maria, pretendo “jogar lenha na fogueira”. Afinal, lá também tem um grande rio com muitas ubás nas margens; dois antigos cemitérios com seus potes cerâmicos foram encontrados e é uma praia muito mais indicada para escrever poemas e declarações a qualquer virgem do que nas areias da praia do Cruzeiro, no centro. Eis o texto-dádiva da Maria Cruz:

No mesmo lugar onde hoje há um cruzeiro como lembrança, centenário a se perpetuar, é o marco da passagem dele [padre Anchieta] por aquele ponto. Era onde adentrava no jundu e tinha seu ponto de pousada por ali mesmo, na mesma direção do cruzeiro. Foi onde ele montou seu pousio. No mesmo lugar rezava a missa cotidiana e obrigatória de sua fé.

Na vivência e lembrança dos antigos caiçaras, o primeiro cruzeiro foi erguido pelo padre jesuíta que eles nem sabiam quem era. Eis a informação que recebemos da tradição e mantemos até hoje: ‘era um padre que escrevia nas areias da praia’.

Seguindo a fé e religião de seus antepassados, o cruzeiro foi sempre preservado ou novamente reconstruído, continuando, ainda, como um marco do acontecido, de uma história já esmaecida no tempo.

O repouso do padre, certamente uma palhoça de pau a pique, era ali. Portanto, também seu oratório, onde rezava sua missa cotidiana obrigatória naqueles tempos, sob aquele chão se assentava.

Depois, uma capelinha foi erguida no lugar onde souberam existir as rezas do padre. Passou a ser o lugar sagrado, onde aconteciam as rezas do povoado, as festas de seus santos, as ladainhas cantadas em latim pelos mais velhos.

De onde viera aquele latim, evocado na lembrança dos que vieram; depois passado a seus descendentes, principalmente aos Amorim que eram rezadores?

Um desmatado terreiro ao redor da capelinha, dava espaço ao povo que vinha às rezas daquela época. Aquele mesmo espaço, livre de mato que circundava a capelinha, continua hoje com o nome de Praça Santa Cruz. Em seu lugar está instalado o ponto de ônibus, no centro comercial do Sapé.

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