O que a Coca-cola, Braun, Siemens, Barbie, Tilibra e Skype têm em comum? Todas elas são exemplos de marcas que, ao buscarem destaque e diferenciação de outras, se apropriam de um recurso por vezes considerado secundário na criação de uma logomarca: a tipografia. Essa criação de letras e caracteres - os tipos ou “famílias” de fontes - têm impacto direto na recepção de uma marca quando incorporadas às logos, ao resumir sua personalidade de forma ainda mais concisa e direta, de fácil reconhecimento, o que pode agregar valor à marca. A inspiração para a construção de uma nova fonte tem origens das mais diversas, desde elementos da natureza e obras de arte até a união de famílias pré-existentes. Por isso, a variedade quase incontável de fontes existentes, as quais podem ser aplicadas não só em logomarcas, mas em textos de conteúdo com objetivo de dar uma mão ao leitor, para que ele perceba melhor a estrutura do texto e entenda melhor as informações que contém. Quando criamos novas famílias para uma publicação, seja um livro ou uma revista, é importante ter em mente se harmoniza com o restante do projeto gráfico do material. A Revista abcDesign, por exemplo, na qual atuo como editor, conta com uma tipografia exclusiva na marca e também nos artigos que publica. O assunto não é novidade no mundo do design (vem sendo objeto de estudo aqui e mundo a fora há anos). Ainda assim, cabe ressaltar que várias marcas parecem temer não serem associados a um desenho que a simbolize. O que surpreende, visto que padrões tipográficos já eram utilizados pelos romanos como estratégia de dominação e propagação de seu império. Isso quando nem a publicidade e o design, ou mesmo o conceito de marca, existiam de maneira meramente próxima a como conhecemos hoje. Nota do Editor: Ericson Straub é designer, Mestre em Gestão do Design e Especialista em História da Arte e do Design. Além de professor universitário e autor de livros da área, edita a revista abcDesign e é Diretor de Criação da agência curitibana Straub Experience Design.
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