Wanessa Alves      Cabalo de Totora totalmente destruído.

O Museu do Surf sofreu um prejuízo histórico incalculável na manhã da última terça-feira, dia 25 de janeiro. Devido à chuva e aos fortes ventos ocorridos por volta das 11 horas, em Santos (SP), toda a estrutura montada no Quebra-Mar, na praia do José Menino, foi arrastada e as barracas caíram sobre as pranchas do acervo.

Estavam expostas mais de 120 pranchas que fazem parte da história do surf brasileiro e mundial. A princípio foram contabilizadas 40 delas danificadas. Após a passagem do vento, toda equipe do Santos Surf Festival, com auxilio de funcionários da Prefeitura de Santos, reergueram a estrutura para dar continuidade às atividades do evento. Segundo o idealizador do Museu do Surf, Diniz Iozzi, o Pardal, um dos maiores acervos de pranchas de surf do Brasil sofreu enorme perda.

"Não sei qual foi a seriedade, mas o prejuízo foi grande, principalmente pela história que cada uma representa". Ele fala que posteriormente, as pranchas, na medida do possível, serão reparadas, porém algumas perderão a originalidade, lamenta. Sobre o ocorrido, ele comenta que tentaram segurar as pranchas, mas com a velocidade do vento foi impossível. "A natureza é soberana e temos que respeitar. No ano que vem, prepararemos uma estrutura fixa".

Diniz fala que o maior prejuízo fica por conta de uma prancha trazida do Peru. O Cabalo de Totora - espécie de prancha com 3,5 metros de comprimento feita de palha trançada, utilizado por índios peruanos antes da Era Cristã - está praticamente destruída. "Infelizmente, a prancha que comprova a pré-história dos incas, foi a mais danificada".

De acordo com o idealizador do Museu do Surf a prancha tem um grande significado para os surfistas. "A nossa intenção com a exposição do Cabalo de Totora é ensinar ao público que o surf pode ter começado na América do Sul antes de chegar no Hawaii. Já que os havaianos contam a história do surf, nós estaríamos falando da Pré-História dele".

Santos Surf Festival - Nesta quarta-feira, dia 26, das 9 às 18 horas, em comemoração ao aniversário da cidade de Santos, o evento estará com uma programação especial. O diretor-executivo da A Tribuna Roberto Clemente Santini doará para o acervo do Museu do Surf, a prancha que usou na primeira vez que surfou no Hawaii. Também haverá um encontro de confraternização dos surfistas da Cidade.

Voltarão para a água, os alunos da Ong NAPNE - Núcleo de Apoio aos Portadores de Necessidades Especiais - que tiveram a primeira experiência sobre a prancha no Santos Surf Festival. De acordo com a coordenadora de planejamento educacional da Seduc (Secretaria de Educação), Marta Valdívia, a aula de surf, na última segunda-feira, teve um resultado bastante positivo. "Ficamos maravilhados com a alegria deles, inclusive já estamos planejando a possibilidade de incluir as aulas na grade de terapia dos alunos", comenta.

No local, a equipe V.I. Fiberglass estará fazendo pequenos consertos nas pranchas dos surfistas de plantão. Enquanto isso, as principais surfshops da Cidade continuam distribuindo ingressos para o Cine-Surf e para o sorteio diário de uma prancha de surf. Em cartaz, nos cines Roxy e Indaiá, no bairro do Gonzaga, está o filme Surf Adventure, com seção às 13h45.

Os interessados é só procurar as lojas Sthill dos shoppings Praiamar, Miramar, Parque Balneário, Super Centro Boqueirão e Centro, na Rua Martins Fontes; Hot Water, do Shopping Praiamar; Hawaii Surf Point, do Shopping Praiamar e Centro; Surf Store, da Avenida Pedro Lessa, 796.

O 1º Santos Surf Festival conta com o patrocínio cultural da Prefeitura Municipal de Santos, através da Secretaria de Comunicação, "Santos + qualidade de vida", e Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. A primeira etapa do circuito brasileiro profissional de longboard teve a apresentação da VI Fiberglass e Foam. Colaboradores: Sthill, Hot Water, Surf Store, Hawaii Surf Point, Rip Wave, Silver Surf, Zampol, Classic Longboard.