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COLUNISTA
Nenê Velloso
11/04/2012 - 10h03
Urbi et orbi
 
 

Sr. Ronaldo Dias, como o seu questionamento foi interceptado antecipadamente a minha resposta pelo nosso colega Eduardo Souza, dizendo que não poderia ficar sem dar um pitaco, conforme a matéria intitulada “Ubatuba: por que é que deu errado?”, eu não posso ficar sem respondê-lo, pois como dizia minha mãe: “Caiçara que se preza não deixa passar camarão por malha”.

Ex-vereador Eduardo, você disse que quando Matarazzo foi eleito em 1964 você era um garoto de 12 anos e disse ainda que não era a pessoa mais indicada para tal análise. É claro que não! Eu sei que você não é! Então, deveria calar-se! Tudo que você ouviu falar foi um blablablá que só poderia ter saído da mente incompetente de alguns funcionários, vereadores e prefeitos pós Matarazzo. Mas, esses, tiveram a mente fértil para se aproveitarem em benefício próprio desse projeto da malha viária, importantíssimo para a cidade de Ubatuba, que os reflexos negativos vemos hoje nas ruas e rodovias.

Mas você é altamente qualificado para responder o questionamento do seu amigo Sr. Ronaldo Dias e relatar, com precisão, passo a passo do descarrilamento e dos principais protagonistas e muito mais, tendo em vista que você nunca se desligou da política. Foi vereador, presidente da Câmara, secretário de Administração no período conhecido de a “era Nélio” e, recentemente, você foi assessor do vereador Rogério Frediani, e acompanhou de perto todos os sucessores de Matarazzo. Então, você é a pessoa mais gabaritada para analisar o qual ou quais dos 16 prefeitos pós Matarazzo que descarrilou Ubatuba. E agora você vem dar pitaco em cima de uma seara desconhecida criticando um prefeito em que na época você tinha somente 12 anos de idade? Por que você não analisa os oito anos da gestão Dr. Nélio, em que você foi secretário de Administração, seis anos da gestão Pedro Paulo Teixeira Pinto e os atuais oito anos incompletos da gestão Eduardo Cesar, período em que você foi assessor do vereador Rogério Frediani?

E lembre-se, a água que você bebe hoje vem da captação da cachoeira dos Macacos, em 16 de setembro de 1964, por indicação do vereador professor Jair Geraldo Lopes, hoje advogado, Matarazzo desapropriou o terreno onde foram construídos: Prefeitura, Ginásio, Centro Esportivo Tubão e Delegacia. E mais: Estádio Municipal; Centro de Convenções no Horto Florestal, que foi abandonado pelos protagonistas sucessores (hoje se encontra em ruínas); abriu a estrada do Monte Valério e construiu um Matadouro Municipal, neste local hoje, funciona uma escola; a primeira rede de esgoto; asfaltamento e balizamento noturno do aeroporto; energia elétrica CESP; tudo construído no governo Matarazzo há 48 anos. Ao término da gestão Matarazzo, as luzes do balizamento noturno do aeroporto Gastão Madeira se apagaram e nunca mais se acenderam.

Em 1967 aconteceu a elaboração e aprovação do Plano Diretor, proibindo terminantemente a construção de prédios com mais de três pavimentos frente para a orla em todo o município. Particularmente eu sou contra, acho que a orla do Perequê–Açu até o Itaguá deveria ser transformada em uma mini Copacabana. Ao contrário dessa imundice que emporcalhou o visual da orla da cidade com essa tal “Feira Hippie”, carrinhos de lanches e os quiosques que transformaram o jundu em um imenso PENICO, é mijo e merda para todo canto. Eu não agüento maaaaaaaaaaaiiisss!

Os quiosques foram implantados no governo Pedro Paulo Teixeira Pinto 1983/1988 = 6 anos e os administradores dessa gestão se dizem orgulhos disso. E você onde estava que nunca protestou contra essa situação caótica que se encontra Ubatuba hoje e que a bem da verdade teve início após o governo Basílio? Recomendo ao colega, que leia a série “Construindo o Passado” para se ilustrar sobre o cotidiano do passado da nossa cidade e especialmente sobre o mecenas Francisco Matarazzo Sobrinho, ex-prefeito de Ubatuba, reconhecido no Brasil e no mundo, ignorado em Ubatuba. Tendo em vista que o nobre ex-vereador, ex-presidente da Câmara, ex-secretário de Administração do ex-prefeito Nélio não é dotado de visão empresarial, vou perdoá-lo. Mas..., só esta vez!

Colega Eduardo, você foi vereador em 1973/1976, presidente da Câmara no governo Basílio de Moraes Cavalheiro Filho e secretário de Administração no governo Nélio, eu sugiro que, para obter a resposta da sua matéria, é só marcar uma reunião com os protagonistas sucessores, no memorial Matarazzo, na Praça 13 de Maio (antiga Campina), e ficarem de frente para uma parede de espelho, que com certeza você obterá a resposta de: Ubatuba: por que é que deu errado? Seria mais importante que o colega Eduardo, que também é Souza, falasse um pouco sobre os seus feitos quando vereador, presidente da Câmara e secretário de Administração. Quais foram suas indicações, os seus projetos de leis aprovados ou não em benefício da cidade e porque não se reelegeu tendo em vista que o colégio eleitoral era formado só de caiçaras.

O Plano Viário da cidade foi aprovado em 5-10-1967. Entre outros, determinava que o trevo de acesso a cidade da futura rodovia BR-101, deveria ser construído na estrada da Fazenda Velha, no bairro do Monte Valério, perto da subestação da CESP, hoje ELEKTRO. Cinco anos depois, em 1974, isso aconteceu, e o ministro dos transportes Mário Andreazza, pousou de helicóptero no local onde hoje é o trevo, mandou chamar in loco o prefeito Basílio, para lhe informar que o trevo de acesso seria construído ali. Basílio compareceu com uma cópia do projeto viário e disse:

- Ministro Andreazza, o trevo não pode ser construído aqui, porque este é o projeto da malha viária da cidade aprovado no governo Matarazzo.

O ministro nem tomou conhecimento e foi logo respondendo:

- O trevo vai ser construído pelo meu projeto... ou a BR-101 pára aqui!

Prevaleceu o projeto do ministro.

Onde estava você e os seus colegas vereadores, quando deveriam estar ao lado do prefeito defendendo os interesses do município? O mesmo aconteceu com os dois vãos de ponte de ligação do bairro do Perequê-Açú / Cidade. O prefeito Basílio protestou, não compareceu a inauguração de um só vão de ponte, você e todos os seus colegas deveriam protestar também, e convocar a população para protestar contra os dois episódios. Hoje temos a avenida Iperoig uma única mão de direção, o bairro do Itaguá rachado em “Estufa um” e “Estufa dois” e a BR-101 via estrada do Monte Valério / Rio Escuro, projetada com 50 m de largura, sendo 8 m de pista + acostamento + duas marginais + faixa de reserva. Hoje, totalmente obstruída por construções clandestinas. E você ainda vem criticar o governo Matarazzo por incompetência dos protagonistas?

Arquivo Nenê Velloso
Ponte sobre o Rio Grande de Ubatuba. - Imagem: © Arquivo Nenê Velloso
Ponte sobre o Rio Grande de Ubatuba

Os ex-prefeitos Celso Teixeira Leite, jornalista, eleito para governar por 2 anos 1971/1972 e o advogado Dr. José Nélio de Carvalho, 1977/1982, governou 4 anos, e o seu vice Benedito Rodrigues Pereira Filho, governou os 2 anos restantes totalizando 6 anos (fruto de um mandato tampão). O Dr. Nélio foi reeleito em 1989/1992 (+ 4 anos). O que poderão falar de Matarazzo se ignoraram seus projetos primordiais e até sua passagem por Ubatuba? O abandono do centro de convenções construído no Horto Florestal que hoje se encontra em ruínas? Se você acha que os dois ex-prefeitos, Celso Teixeira Leite e o Dr. Nélio são gabaritados para analisar o questionamento do Sr. Ronaldo, então, eles podem começar falando primeiro dos seus próprios mandatos. Quais os motivos que os levaram a não implantarem os projetos do governo Matarazzo: dentre eles, a construção do Mercado Municipal na ilhota do rio Grande, hoje Ilha dos Pescadores, o projeto do Sistema Viário de Ubatuba, sendo que tinha funcionários habilitados para implantação a custo zero? O prefeito Eduardo César me convidou para a inauguração do Memorial Matarazzo, mas eu não aceitei mediante aquilo que eu considero uma farsa, que não passou de uma autopromoção dos ex-prefeitos em cima do prefeito Matarazzo, e ainda tiveram a coragem de exibir suas fotos espalhadas pelas paredes. É muito para o meu cérebro! O ex-prefeito Celso Teixeira Leite foi o responsável pela elaboração do memorial de Matarazzo, será que ele não se sentiu constrangido no dia e depois da inauguração do memorial ao homenagear um colega que vocês sucessores ignoraram todos os seus projetos exclusivos em benefício só da cidade?

Os mais gabaritados para falar sobre o prefeito Matarazzo, além dos que ocuparam cargos de chefia, como Claudionor Quirino, Luiz Vianna, Arakem Sant’Ana, Miguel Longo, Odilon Sant’Ana, eng. agrônomo Dr. Flávio Girão de Carvalho e todos os demais funcionários. E ainda os ex-vereadores oposicionistas professor Jair Geraldo Lopes da Silva, hoje advogado, professor Hércules Cembranelli, Fiovo Frediani e outros. Só depois de três anos de oposição reconheceram o erro e foram até o prefeito Matarazzo e pediram desculpas, e para comemorar fizeram um jantar para 80 pessoas, que terminou com os ex-opositores e Ciccillo abraçados, e todo mundo chorando. Foram MACHOS, reconheceram o erro e pediram desculpas diante de uma platéia. Era tarde demais!!! Mesmo assim Matarazzo fez muito, considerando os três anos de mãos atadas. O que Matarazzo fez em um ano e meio os protagonistas não fizeram em 48 anos. Disseram os ferrenhos opositores “Matarazzo foi um sonho para Ubatuba, que se tivesse se realizado faria da cidade um paraíso para o Brasil e para o exterior”.

Você Eduardo Antônio, diz que esta questão se bem analisada lançará luz sobre o presente e poderá servir de norte nos rumos que possamos tomar. Você deveria ter pensado nisso quando foi vereador, presidente da Câmara e secretário de Administração do governo Nélio. Agora, é tarde demais! Ubatuba mantinha o rumo norte e os trilhos no chão desde a sua fundação, em 09 de maio de 1563, quando foi rezada a 1ª missa relatada na carta de Anchieta. Em 1835/36 Ubatuba exportava mais do que Santos e São Sebastião juntos, em 1846 e 1856 as rendas de Ubatuba eram maiores que São Paulo 14:500$000 contra 12:950$000. Depois houve a decadência, mesmo assim, continuou nos trilhos! Em outubro de 1947 aconteceu a 1ª eleição pelo voto direto e foi eleito o ubatubano da gema e do Centro o advogado Dr. José Alberto dos Santos, tomou posse em 31-01-1948, daqui para frente foi só alegria. Dr. Alberto manteve o rumo e prolongou os trilhos por quilômetros. Os sucessores, José Fernandes, ubatubano da gema e do Centro, 1952/1955, e o taubateano Wilson Abirached, 1960/1963, deram continuidade e souberam manter o rumo norte e os trilhos no chão.

Em 1964 se elege a prefeito de Ubatuba, o industrial e mecenas, Francisco Matarazzo Sobrinho, quadriplicou o prolongamento dos trilhos, em relação aos seus antecessores e manteve Ubatuba rumo norte, e os trilhos no chão, deixando uma farta infra-estrutura administrativa para seguirem em frente. Os vereadores e os prefeitos sucessores mudaram o rumo para o retrocesso que é visível se comparado com o passado. E os trilhos? Ah... os trilhos... mandaram para o espaço e, hoje, se encontram perdidos em uma nebulosa qualquer. Quem vai buscá-lo? Em que rumo vão recolocá-lo? Missão impossível!!! Ubatuba está perdida. Até hoje, o único rumo que os sucessores deixaram foi da infestação de mendigos, favelas em áreas públicas e de preservação ambientais. Todos os prefeitos e vereadores sucessores de Matarazzo tiveram sua parcela de culpa por omissão ou ação. A cidade está emporcalhada. E o colega Eduardo, vem dizer que Matarazzo não fez quase nada? E você, fez o que, quando foi vereador e secretário de Administração do governo Nélio?

Fiovo Frediani substituiu Matarazzo por 60 dias e governou com competência. Eu estava lá. O projeto do canal de drenagem da rua Liberdade e a abertura da rua de acesso para o Ipiranguinha com 30 m de largura estavam prontos, mas o engenheiro de obras Dr. Amâncio Lemes Figueiredo queria esperar a volta do Matarazzo, que representava o Brasil na feira internacional de artes em Veneza – Itália, para dar início às obras. Fiovo não aceitou. Nada disso! Hoje eu sou o prefeito e vai começar agora! Nenê, pega a planta e senta a pua!!!! Tá na mão! O projeto de paisagismo ficou na responsabilidade do eng. agrônomo Dr. Flávio Girão de Carvalho, chefe do serviço de parques e jardins, que ainda reside na cidade. Assim dava gosto de trabalhar.

Você disse que sempre teve a impressão que a candidatura de Matarazzo, além dos interesses imobiliários era fazer de Ubatuba uma Côte D´Azur para usufruto deles, e os caiçaras seriam apenas figurantes. Se você pensou assim. Pensou mal! Agora você deve estar muito satisfeito, porque a cidade está à venda e não há interesse imobiliário, e os seus conterrâneos caiçaras realmente sendo os figurantes; das ruas esburacadas, da pobreza, do vandalismo, da infestação de mendigos nas ruas, das drogas, das favelas que circundam a cidade e despejam toneladas de esgoto direto nos quatro rios do centro da cidade. No governo Matarazzo ainda se bebia água nesses rios. Agora você está contente?

Arquivo Nenê Velloso
Riviera de São Lourenço. - Imagem: © Arquivo Nenê Velloso
Riviera de São Lourenço

Era a intenção de o prefeito Matarazzo, incluir Ubatuba no roteiro turístico da Côte D’Azur, também conhecida como Riviera Francesa. Poderíamos ter hoje como cidades-irmãs e estar inclusa nesta lista: Nice, Antibes, Beaulieu, Mônaco, Saint Paul de Vence, Grasse, Cannes, Saint Tropes e Ubatuba. Eu seria o figurante caiçara mais feliz do mundo. Hoje nós temos como cidade–irmã Ladainha - MG, oficializada in loco pelo prefeito Eduardo, que também é Souza. Você disse que o prefeito Matarazzo não conseguiu implantar quase nada do que havia sido proposto por esse plano (Prospecção dos Problemas de Desenvolvimento de Ubatuba). Se você achou que esse tal plano era tão importante e que Matarazzo não conseguiu implantar quase nada, por que você não levou ao plenário da Câmara e defendeu a implantação do restante que o considerou importantíssimo? Você teve ainda uma 2ª chance quando foi “secretário de Administração” na gestão Dr. Nélio e não o fez.

A Riviera de São Lourenço esta localizada na Bertioga, divisa do litoral norte/sul. Esta é nossa verdadeira cidade IRMÃ pela própria natureza.

É disso que você é contra, Eduardo Antônio de Souza Netto?


Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com.
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