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SEÇÃO
Economia e Negócios
28/04/2012 - 18h10
Economia criativa
Marly de Menezes
 

Muito interessante o conteúdo do Seminário sobre Economia Criativa realizado pela Fiesp, a começar pelas palavras do jornalista Gilberto Dimenstein: "a criatividade é o que deixa as coisas eternas". De fato, a economia criativa tem como característica desenvolver um produto ou serviço que proporcione não somente uma inovação que atenda a uma necessidade, mas que possibilite a criação e manutenção de um ciclo econômico que retroalimente o sistema. Para John Howkins, especialista no tema, todos nós precisamos mudar. Somos todos criativos. Queremos liberdade para fazer escolhas, e isso gera uma necessidade, que faz com que as pessoas adaptem o seu conhecimento em busca de uma situação favorável, resolvendo problemas, ultrapassando dificuldades, encontrando novos caminhos.

As condições requeridas para este tipo de economia são o planejamento, a pesquisa, a capacitação e os meios tecnológicos, associados ao conhecimento adaptado aos recursos da sociedade. Se, por um lado, a criatividade suscita competição e a conquista de novos mercados, também gera risco e não tem garantia de sucesso. Contudo, deve atender a um propósito, da mesma maneira que "algo feio pode despertar o olhar", comentou Howkins, afirmando que "a criatividade é o que torna o processo animador".

Na palestra “A Moda na Economia Criativa”, Annegret Affolderbach, exemplificou o conceito de Howkins, apresentando sua experiência de trabalho com comunidades artesanais de Gana, África do Sul , Índia, onde a missão da empresa é valorizar a troca de valores, saberes, experiências. Num primeiro momento, a preocupação é identificar o que existe na comunidade que a diferencia culturalmente e o que as pessoas almejam para seu futuro dentro da sociedade. A experiência com a Índia foi muito enriquecedora, pois foi dado à comunidade a oportunidade de interferir na produção, agregando valores culturais como diferencial do produto, que passa a ter uma história, um DNA. E toda acadeira produtiva passa a ser uma rede. Ao terminar, Affolderbach esclareceu que a oportunidade está nos "pequenos" negócios.

Magda Coeli, empresaria criadora da Refazenda, contou sua experiência com comunidades de artesãs do Nordeste, sua preocupação com a produção do Lixo Zero, onde tudo é reaproveitado com valor agregado, e a reeducação do consumidor na filosofia da responsabilidade sócio ambiental, aproximando o consumidor de moda do produto local. O não uso de materiais como zíper ou fivelas de metal, optando por soluções com materiais da própria região, proporcionou um produto diferenciado. "Trabalhar com as comunidades evidencia o senso de grupo", disse Coeli. Para Affolderbach, a Universidade deve se preocupar em introduzir na academia o conceito de Moda Sustentável,destinando fundos para pesquisa, abrindo a discussão nas redes sociais, trabalhando com parceiros da iniciativa privada, para a formação de uma geração de designers colaboradora e conectada como as necessidades e desejos do consumidor e da própria cadeia produtiva.

Na palestra sobre clusters criativos que traduzindo para mau português seriam polos econômicos, foi apresentado, por Eva Emenlauer-Blömers, o trabalho devolvido em Berlim logo após a queda do muro. Foi uma iniciativa governamental que se viu do dia para a noite com um alto índice de desemprego e sem recursos financeiros. O projeto de restruturação foi apoiado na revolução informática, utilizando a tecnologia digital para criar novas empresas que se complementavam na cadeia produtiva e, consequentemente, geravam um poder econômico muito maior do que trabalhando em separado. Desta forma, surgiram os clusters.

Enrique Avogadro apresentou o trabalho realizado na cidade de Buenos Aires, onde o Centro Metropolitano de Design tem realizado um trabalho de recuperação do espaço urbano da capital Argentina e de promoção de incubadoras para microempresas. Para ele, a economia criativa é fundamental dentro da nova globalização, na mediada em que "não há desenvolvimento se não estamos todos envolvidos", contudo é necessário encontrar nesse novo produto ou serviço o que nos diferencia.

O tema da economia criativa relacionado à arte contemporânea abordou o impacto que as feiras de Londres, Frieze e Arco, em Madri, provocam nessas cidades e a atuação desses projetos de inventivo à Arte ao longo do restante do ano.

A economia criativa não tem uma fórmula específica de atuação para promover o desenvolvimento sustentável, mas seus princípios estão centrados nas necessidades e saberes da comunidade e na troca de conhecimento. A criatividade é o meio para gerar oportunidades e conquistas para todos os envolvidos na cadeia produtiva, desde o produtor da matéria-prima até o consumidor final.


Nota do Editor: Marly de Menezes é professora de Fundamentos da Computação Gráfica da FASM (Faculdade Santa Marcelina).

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