É inacreditável, o brasileiro desde criança tem o grande sonho de ter seu veículo automotor, seja ele um carro ou motocicleta, aliás, quando pequeno já anda com uma miniatura junto de si para todos os lugares para onde vai, até que um dia o sonho se torna realidade.

Ao adquirir um veículo automotor você pensa, pesquisa, faz testes, consulta amigos e especialistas e verifica quais os principais atributos deve exigir do seu próximo bem.

Você escolhe a potência do motor, capacidade do porta-malas, itens de segurança e conforto, desenho, aerodinâmica, dentre outros.

Às vezes ficamos perplexos com a tecnologia embarcada que a cada dia nos brinda com mais segurança e conforto. É certo que os veículos nacionais ainda deixam um pouco a desejar, mas é questão de tempo e teremos aquilo de mais sofisticado em nossos veículos.

Além das novas legislações pressionarem as montadoras para tais melhorias, a concorrência cada vez mais feroz também impulsiona nossos projetos.

Para se ter uma idéia, atualmente nos países da Europa e nos Estados Unidos até os chamados veículos populares vem equipados com sistema de "air bag" de pelo menos seis bolsas, para ocupantes dos bancos dianteiros e traseiros, melhorando sensivelmente a segurança de todos.

Os veículos modernos, quer sejam nacionais ou importados, tem instalados originalmente componentes e dispositivos eletrônicos que trocam informações constantes com as suas centrais eletrônicas. Estas centrais são como o cérebro do veículo e delas depende o bom funcionamento dos conjuntos.

Os principais pontos positivos de um veículo na atualidade são "air bag", freios tipo ABS, barras de proteção lateral, cintos de segurança com pré-tensionadores, mas em algum lugar na descrição das características veiculares você encontra escrito: o veículo encontra-se equipado com chave de ignição desmodrômica.

Mas afinal do que se trata?

Desmodrômico por derivação do grego desmos (controlado, ligado) e dromos (curso, percurso), ou seja, algo que tem o curso controlado.

Chave de ignição desmodrômica é aquela que oferece maior número de combinações, reduzindo a possibilidade de falsificação, sem dúvida, aumentado a segurança do proprietário do veículo. Neste caso, normalmente, os segredos estão delineados na parte interna da chave e não no exterior como as mais antigas.

Em alguns casos, estas chaves de ignição podem ser do tipo canivete, ou seja, dobráveis, teremos, então, uma chave desmodrômica tipo canivete.

Esta forma de configuração da chave aliada à eletrônica contida neste componente atualmente torna mais difícil sua falsificação e, portanto, o roubo ou furto dos veículos. Também dificulta no caso de necessidade de uma cópia extraordinária para o proprietário do veículo, que normalmente deve se valer de uma concessionária autorizada para consegui-la.

Percebemos, então, que quanto mais tecnologia temos inserida nos veículos, mais ficamos dependentes de mão de obra e equipamentos para manutenção especializados e complexos. É um preço que temos que pagar pelo progresso, acredito que vale a pena.

Mais modernos ainda, já aparecem projetos automobilísticos que sequer necessitam da chave de ignição. São providos de cartões ou dispositivos que carregamos no bolso e possibilitam até que possamos ligar o veículo, o ar condicionado e outros itens do lado de fora.

Realmente a tecnologia veicular vem se tornando cada dia mais surpreendente.

Por outro lado, estes termos mais técnicos relacionados aos veículos automotores vão aos poucos entrando no cotidiano dos compradores que acabam os usando sem o conhecimento do que realmente são, como uma qualidade intrínseca do produto.

Desta forma, não temos dúvidas que cada vez mais teremos que nos acostumar e conhecer tecnologias que vem sendo implementadas nos veículos automotores, mas não para exibicionismo barato, mas para sabermos como utilizá-la da melhor forma para nossa segurança e conforto.

Portanto, escolha bem o seu próximo veículo buscando sempre aquele que mais o atenderá com suas características. Caso existam dúvidas quanto à tecnologia embarcada e aos termos técnicos utilizados, pergunte ao consultor que está lhe vendendo o veículo, se a dúvida persistir consulte literatura pertinente sobre o assunto e principalmente, não deixe de ler completamente o manual do proprietário que acompanha o veículo.

Nota do Editor: Hélio Cardoso, especialista em perícias envolvendo veículos automotores e Diretor do IBAPE/SP e Autor do Livro Veículos Automotores: Identificação, inspeção, Vistoria, avaliação, Perícia e Recall.