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COLUNISTA
Nenê Velloso
04/07/2012 - 14h06
Ubatuba... (A pedido do Sr. Ronaldo Dias) - 1/3
 
 

Sobre o seu questionamento, eu acho que já respondi na série “Construindo o passado”, mas vou reforçá-lo.

Vale lembrar que os políticos sucessores de Matarazzo transformaram esta parte fascinante em pesadelo para as nossas criancinhas caiçaras, incentivando a vinda de migrantes que (na maioria) viviam na pobreza em cidades do norte de Minas Gerais, com predominância da cidade de Ladainha. Com a vinda desse pessoal deu início a formação de favelas na nossa cidade e que transformadas em currais eleitorais são disputadas pelos políticos “dente por dente”. Ladainha está localizada no Vale do Jequitinhonha e os ladainhenses se orgulham pela “exuberância de suas matas, excepcionalmente preservadas ao redor da cidade”, ao contrário de Ubatuba, que é circundada por favelas.

No meu entender, Ubatuba sempre esteve nos trilhos e no rumo norte, desde sua fundação. Dizia minha mãe: “O que é bom nasce feito”. E Ubatuba nasceu assim.

Em outubro de 1947 tivemos a 1ª eleição pelo voto direto e o vencedor foi o candidato ubatubano da gema e do Centro, o advogado Dr. José Alberto dos Santos, que foi empossado em 1º de janeiro de 1948, e seus “herdeiros” foram: José Fernandes e o empresário taubateano Wilson Abirached. Esses prefeitos mantiveram Ubatuba no rumo norte e nos trilhos, atraíram profissionais liberais, investidores, sendo o mais importante para Ubatuba o empresário taubateano, advogado Dr. Lycurgo Barbosa Querido, que foi vereador e esbanjou investimentos em todas as áreas. Deu para a cidade um clube esportivo que se chamava “Itaguá Praia Club”, uma sede social e um centro esportivo, com uma pista ou canchas de malha e bocha, uma quadra integrada de futebol de salão, vôlei e basquete, duas quadras de tênis profissional, de acordo com padrões internacionais, sendo o seu piso de “pó de telha importada da França”, que os nossos políticos caiçaras, “enfiaram no nariz” e simplesmente virou aterro. Na área imobiliária, Dr. Lycurgo construiu prédios, residências, loteamentos de norte a sul da cidade, centro telefônico Tupy, táxi aéreo e jornalismo, incentivou as pessoas ricas e nobres do Vale do Paraíba, com predominância da cidade de Taubaté, a investirem em Ubatuba. As marcas ainda se encontram na zona central, principalmente ao longo da Rua Jordão Homem da Costa, hoje, casas praticamente abandonadas. O fazendeiro Sebastião Sampaio de Almeida Prado da cidade de Jahú - SP e o renomado médico ginecologista Dr. Waldemar Piraino, do Pró Matre - SP também escolheram Ubatuba, construíram suas casas de praia aqui, na Rua Guarani, 286 e 270. Vieram também políticos: senador Auro de Moura Andrade, deputados Hamilton Prado, Roberto Gebara, André Broca Filho e o governador Adhemar de Barros. Esses são os que eu me recordo de momento e iguais a estes tinha de centenas. Artistas famosas freqüentavam Ubatuba nas férias de julho, janeiro, feriados e fins de semana era um festival de gente rica e bonita desfilando pelas ruas. Eram eles, os nativos e mais ninguém! Nessa época ainda não se falava em praia Grande; era Tenório, Itaguá, Centro e Perequê-Açú, alguns freqüentavam a praia da Enseada pela mansidão de suas águas.

Em 1963 se elege a prefeito de Ubatuba o “Pai das Bienais”, o industrial Francisco Matarazzo Sobrinho e Ubatuba se transforma em um novo Eldorado, dando um salto para o futuro, que os sucessores transformaram em pesadelo.

Durante o governo Matarazzo, os jornais da cidade e da capital noticiavam em manchetes: A MARCHA PARA O LITORAL NORTE - “ALVO PRINCIPAL UBATUBA”, “UBATUBA EM SÃO PAULO, SAIBA APROVEITAR O ALTO CARTAZ QUE DESFRUTA”, “APROVADO O PROJETO SOBRE A LINHA DE NAVEGAÇÃO UBATUBA - PARATY”: autorizado o poder Executivo a subvencionar mediante concorrência pública com a importância de 200 mil cruzeiros anuais.

Na gestão Matarazzo os caiçaras começaram a chamar os turistas de “Os bacanas”. Quando se aproximava a temporada, fins de semana e feriados, o refrão dos caiçaras era esse: “Os bacanas estão chegando”! Todo mundo esfregando as mãos, era voz corrente na cidade; nesta temporada eu compro um lotinho e construo uma edícula. E comprava. E hoje...? Aos poucos, os supracitados, “vazaram de Ubatuba”. Cadê os campings, os trailers de luxo, os Iglus (igloo) da Estufa - II, que era lotado o ano inteiro. Tudo faliu! A matéria publicada na revista O Guaruçá, em 26-04-2012, de autoria do jornalista Emilio Campi, intitulada “Entrando na baixa” ratificou tudo o que eu já relatei. Parabéns! A foto abaixo mostra a situação dos Iglus de Ubatuba hoje.

Arquivo Nenê Velloso


Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com.
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