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COLUNISTA
Nenê Velloso
05/07/2012 - 08h11
Ubatuba... (A pedido do Sr. Ronaldo Dias) - 2/3
 
 

A ruptura aconteceu, sem o descarrilamento, a partir do 1º sucessor. O Dr. José Alberto dos Santos, eleito pela 3ª vez, simplesmente não tomou conhecimento da infra-estrutura administrativa e da logística viária da cidade, deixada por Francisco Matarazzo Sobrinho, aplicando a sua própria. Mas não permitiu invasões. Neste curto espaço de quase dois anos do 1º sucessor, uma coisa boa aconteceu: foi demarcada oficialmente pelo próprio prefeito, in loco, os 33 metros da faixa de marinha na praia do Perequê-Açú, inibindo a invasão de alguns espertinhos que já estavam de olho.

Por imposição do regime militar, o prefeito Alberto Santos e o vice renunciaram, e o presidente da Câmara Municipal, Basílio de Moraes Cavalheiro Filho, tomou posse. Sete meses depois foi marcada nova eleição e o candidato jornalista Celso Teixeira Leite foi eleito prefeito de Ubatuba para governar por dois anos 1971/1972. Celso também não tomou conhecimento dos projetos deixados por Matarazzo, ignorando-os por completo. (Eu estava lá, na prefeitura.) Outro dia, eu vi nas bancas, no jornal “A Cidade” de 21 de abril de 2012, em 1ª página, 40 anos depois, uma foto do jornalista e ex-prefeito Celso Teixeira Leite ao lado do ex-prefeito Matarazzo. Ironia pura! A maior homenagem que poderia ser feita ao ex-prefeito Matarazzo era implantar a infra-estrutura projetada no seu governo, mas foi mais fácil jogar no lixo e Ubatuba, hoje, serve de modelo “de como se desmancha uma cidade”.

O prefeito seguinte, Basílio de Morais Cavalheiro Filho, 1973/1976, foi o único que tentou implantar o projeto Matarazzo, mas não conseguiu a implantação do trevo, na estrada da Fazenda Velha, desviando a BR-101 via Monte Valério / Rio Escuro, diminuindo a distância entre Ubatuba / Caraguatatuba em 5,5 km. Também não conseguiu a implantação dos dois vãos de ponte de ligação do bairro do Perequê-Açú / Cidade, com isso matou a via expressa denominada a “Grande Avenida da Orla”, iniciando no trevo do Indaiá ao trevo da praia Grande. Nesta empreitada o prefeito ficou à deriva, não teve apoio dos vereadores, políticos, nem da classe empresarial; era só eu e o Bip, incentivando o prefeito. Mas que força tínhamos nós?

No pleito de 1976, eu fui candidato pelo MDB, e o candidato vencedor foi o advogado Dr. José Nélio de Carvalho (ARENA), tomando posse em 1977, que também não incluiu em seu plano de governo a infra-estrutura deixada por Matarazzo, principalmente o projeto do Sistema Viário da Cidade. Quer por omissão, ou ação, o descarrilamento e o desvio do caminho em direção ao futuro que o senhor se referiu, aconteceu mais ou menos no final desse governo, mas não podemos crucificar só o prefeito, porque os vereadores, autoridades ambientais, que deveriam fiscalizar, não o fizeram, como também os demais políticos, com a colaboração do silêncio da mídia e dos caiçaras que tinham influência.

Tem um ditado antigo dos caiçaras aqui do Centro que, para mostrar o grau de intimidade entre duas pessoas, diz: “Esse aí... entra pela porta da cozinha e sai pela porta da sala, com uma sardinha atravessada na boca”. Esse cara era o prefeito Dr. Nélio, e mais, não se escondia, você falava com ele a qualquer momento; na rua, na casa dele, era do tipo Alberto Santos. O prefeito Basílio também recebia as pessoas em qualquer lugar. Veja que se tornava difícil para cobrar do prefeito atos que a população não concordava. Esse mandato foi prorrogado para seis anos. Nélio governou quatro e passou o bastão para o seu vice Benedito Rodrigues Pereira Filho, governar os dois anos restantes que nada pode fazer. A favelinha da ponte da avenida Rio Grande do Sul já havia iniciado e dali para frente não parou mais.

Os vagões foram tombando a cada prefeito eleito e as proporções do descarrilamento aconteceram de acordo com cada administração, que eu considero um “desmanche da cidade”.

O atual prefeito, “que não é bobo nem nada”, é o 16º e está legalizando todas as invasões do passado, que em minha opinião, agindo dessa maneira, transmite confiança aos invasores do futuro que: “sempre vai ter um prefeito que vai legalizar o ilegal novamente”. A cada legalização se cria um curral eleitoral até a cidade implodir definitivamente, diga-se de passagem, isso já está acontecendo.

Agora, nós não podemos crucificar só esses prefeitos porque eles não praticaram esse descarrilamento da cidade sozinhos. Os que tinham força de mostrar ao povo a importância de dar continuidade e implantar os projetos do governo Matarazzo, calaram-se e o próprio povo aprovou esta sacanagem contra a cidade de Ubatuba. O descarrilamento que o senhor se referiu não é o mal maior, porque o trem descarrilado a gente põem no trilho novamente. Em Ubatuba, a sacanagem foi tanta que retiraram os trilhos e deram sumiço! Tornou-se então, uma missão impossível para o próximo prefeito que será o 17º pós Matarazzo. E agora... estamos vendo só navios, aliás, nem isso estamos vendo mais.

Esse pessoal, político ou não, que por ação ou omissão, descarrilaram Ubatuba, hoje, limpam a língua dizendo que o culpado foi a rodovia BR-101, a construção civil e alguns citam a Construtora Guivale que, no passado, com falta de mão de obra no ramo, o seu proprietário passou a trazer mão de obra barata da cidade de Ladainha e, ao término das construções, esses operários ficavam perambulando pela cidade, sem “eira nem beira”. Mas, esses maus políticos, esqueceram que foram eles, de uma forma ou outra, que adotaram esses operários e sob a proteção de seu manto sagrado, instruíram a invasão de áreas públicas e de risco, até o Parque Estadual da Serra do Mar foi invadido, como mostra a revista Veja de 8 de março de 2009. Todo esse descarrilamento aconteceu nas barbas de todo esse aparato ambiental implantado na cidade.

Arquivo Nenê Velloso


Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com.
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