Cuidar da educação no país é atribuição dos três poderes: o federal, através das suas universidades públicas e institutos; o estadual, pela criação e manutenção das suas escolas estaduais em todos os níveis e, finalmente, o municipal, que se obriga a cuidar das escolas do município, contratando professores, promovendo reparos nos prédios escolares - e construindo outros - organizando o transporte dos alunos, principalmente da zona rural, trabalho que exige uma grande dose de atenção do prefeito. Apesar de que ser a quinta potência do mundo em termos de PIB, nos testes internacionais que medem o nível de educação de um país, passamos a maior vergonha. Ocupamos, sistematicamente, os últimos lugares, perdendo até para países bem piores que o nosso. Ficamos atrás de várias nações latino-americanas - Argentina e Chile, por exemplo - e até, pasmem, de alguns africanos. O próprio governo acaba de divulgar o resultado do teste nacional do ensino médio (dados oficiais de 2011) e ficamos com uma nota de 3,7 numa escala de 0 a 10. Por causa disso, o MEC está pensando em modificar totalmente o currículo do ensino médio. Hoje há uma profusão de matérias, mais de onze, e os alunos têm dificuldade de apreender tudo. O MEC está pensando em unificar o currículo em quatro grandes grupos: • Ciências Humanas e suas tecnologias: História, Geografia, Sociologia e Filosofia. • Ciências da Natureza e suas tecnologias: Biologia, Física e Química. • Linguagens, códigos e suas tecnologias: Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Língua Espanhola e Artes. • Matemática e suas tecnologias: Matemática. Eu me lembro que, quando fui para Belo Horizonte estudar o “científico” (nome do ensino médio na época), havia uma clara divisão: quem ia estudar engenharia - o meu caso - estudava apenas as matérias de exatas, além de português e inglês. Tanto é que nunca estudei biologia no colégio. Os que se prestavam a fazer o vestibular de medicina estudavam as disciplinas biológicas. Direito, fazia o “Clássico”. Não sei se era o mais correto, acredito que sim - para a época. Hoje é necessária, realmente, a modernização do ensino antes da faculdade. A atuação do prefeito na educação do município deve, em minha opinião, se ater na criteriosa escolha dos professores, manter os prédios escolares em condições dignas que permitam o aprendizado confortavelmente, cuidar para que o transporte até às escolas seja o mais seguro e eficiente possível e dar incentivos para a valorização dos integrantes da rede escolar municipal. Os resultados advindos de uma educação aprimorada logo se fazem sentir em toda a sociedade através de diminuição da violência, mais qualificação para profissões que assim o exigem e ajudam a elevar a qualidade de vida de uma cidade. Nota do Editor: Aroldo Cangussu é engenheiro e ex-secretário de meio ambiente de Janaúba e diretor da Arc Empreendimentos Ambientais Ltda.
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