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Economia e Negócios
14/11/2012 - 18h09
Brasil: a frieza dos números
Alcides Leite
 

Nos oito anos do governo Lula a economia brasileira cresceu em média 4% ao ano, enquanto o crescimento médio anual da economia latino-americana foi de 4,1%. Nos oito anos do governo FHC o Brasil cresceu, em média, 2,3% ao ano e a América Latina, 2,2%. Os números mostram que, nesses dezesseis anos, o crescimento da economia brasileira foi praticamente igual ao crescimento do bloco da América Latina, resultado bastante natural, uma vez que o perfil econômico do Brasil não difere muito do perfil econômico do bloco latino-americano.

Ao entrarmos no período do governo Dilma (2011 e 2012), no entanto, nos surpreendemos com os resultados comparativos. Nesses dois anos, o crescimento da economia brasileira deverá ser o menor dentre os principais países emergentes do mundo, incluindo os países da América Latina. As tabelas seguintes confirmam esta conclusão. Estas tabelas comparam o crescimento da economia brasileira em 2011, 2012 (segundo projeção do FMI) e no acumulado do biênio, com o crescimento dos países emergentes, dos países membro dos BRICS, dos países latino-americanos e dos principais países sul-americanos.

2011 2012 Acumulado
Emergentes (incluindo Brasil) 6,2% 5,3% 11,8%
Brasil 2,7% 1,5% 4,2%
Diferença (em pontos percentuais) 3,5pp 3,8pp 7,6pp

Vemos, pela tabela acima, que em 2011 o Brasil cresceu menos que a metade do crescimento dos países emergentes e em 2012 cresceu menos de um terço. No biênio, a economia brasileira cresceu próximo a um terço da economia dos países emergentes.

Como o País faz parte do grupo dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) é importante fazer a comparação do crescimento da economia nacional com os demais países do grupo. A tabela seguinte mostra esta comparação.

2011 2012 Acumulado
Brasil 2,7% 1,5% 4,2%
Rússia 4,3% 3,7% 8,2%
Índia 6,8% 4,9% 12,0%
China 9,2% 7,8% 17,7%
África do Sul 3,1% 2,6% 5,8%

A tabela nos mostra que o crescimento da economia brasileira no período foi a metade do registrado pela economia russa, um terço da indiana, e menos de um quarto da chinesa. O incremento da nossa economia foi inclusive inferior ao da sul-africana, país que apresenta um nível de desemprego da ordem de 25%, segundo dados da revista The Economist.

As duas comparações anteriores podem distorcer um pouco a avaliação, segundo analistas mais precisos. O crescimento da China e o da Índia costumam ser muito mais elevados do que o dos demais países emergentes. O mais correto, poderiam alegar os analistas, deveria ser a comparação do crescimento da economia brasileira com a dos demais países da América Latina ou, ainda mais preciso, a comparação entre o Brasil e os principais países latino-americanos exportadores de commodities (minerais e alimentícias), uma vez que os perfis das economias destes países são similares. Nas tabelas seguintes apresentamos essas duas comparações.

2011 2012 Acumulado
América Latina e Caribe 4,5% 3,2% 7,8%
Brasil 2,7% 1,5% 4,2%
Diferença 1,8pp 1,7pp 3,6pp

2011 2012 Acumulado
Brasil 2,7% 1,5% 4,2%
Argentina 8,9% 2,6% 11,7%
Chile 5,9% 5,0% 11,2%
Peru 6,9% 6,0% 13,3%

O crescimento da economia brasileira no biênio 2011/2012 será quase a metade do apurado no grupo dos países da América Latina e Caribe (incluído o Brasil). Comparado à Argentina, país exportador de commodities agrícolas, o crescimento brasileiro foi próximo de um terço. Em relação ao Chile e Peru, países exportadores de commodities minerais, chegamos ao mesmo um terço no período.

Ainda podemos fazer a comparação do crescimento do PIB do Brasil, México e Colômbia, países latino-americanos com fortes mercados internos.

2011 2012 Acumulado
Brasil 2,7% 1,5% 4,2%
México 3,9% 3,8% 7,8%
Colômbia 5,9% 4,3% 10,5%

Todos estes números nos mostram que o Brasil está ficando para trás, não somente em relação aos países emergentes asiáticos, mas também em relação aos nossos vizinhos latino-americanos.

A elevada aprovação do governo Dilma mostra que a população brasileira ainda não foi afetada pelo reduzido crescimento da economia. O baixo índice de desemprego, os aumentos reais do salário-mínimo, a expansão do crédito e a queda das taxas de juros ainda têm garantido a satisfação popular. Estes instrumentos, no entanto, parecem estar se esgotando. No ano que vem, pode ser que a lua de mel entre Dilma e o povo, acabe. Então, o futuro do PT no governo federal, pode correr risco em 2014.


Nota do Editor: Alcides Leite é economista e professor da Trevisan Escola de Negócios.

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