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Agricultura e Pecuária
09/12/2012 - 11h01
Economia equilibrada?
Estefan George Haddad
 

Estamos atravessando uma excelente fase econômica que coloca nosso país numa posição de destaque em relação a investidores globais. Adventos como a conquista do grau de investimento; implantação de nova e moderna legislação contábil; fusões e aquisições; redução da taxa de juros, entre outros, demonstram amadurecimento nesse quesito. Mas, e nossa carne? E nosso extenso mercado de proteínas?

Um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou um recuo de 1,6% no abate de bovinos no Brasil em 2011, atingindo 28,8 milhões de cabeças. O resultado sugere que os preços altos no mercado interno possam ter levado consumidores a optar, em parte, por outras carnes mais baratas.

Além disso, o deslocamento do rebanho bovino para a Região Norte do país não só causou impactos ambientais como encareceu o produto por conta do valor do transporte desse gado. Quanto mais longe do abate, maior o custo. Mas há outro detalhe inquietante, principalmente para os investidores internacionais: o desmatamento. Em meio às discussões ao redor do mundo sobre clima e meio ambiente, o deslocamento do gado de corte para o Norte provoca a derrubada da Floresta Amazônica para dar lugar à criação de pastagens, uma notícia nada conveniente aos olhos do mundo.

Os números do IBGE mostram ainda que, desde o ano passado, o volume de animais abatidos diminuiu a cada trimestre, acompanhando a escassez de oferta de boi gordo, cujos preços vêm subindo desde então. O aumento do número de abate de matrizes é preocupante. Com esse abate, perde-se na produção de novilhos, na produção de leite e de outros 550 produtos derivados do boi. Porém, há uma luz no fim do túnel.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio do relatório Projeções do Agronegócio Mundial e do Brasil 2006/07 a 2017/18, prevê para o setor de carnes no país um intenso crescimento nos próximos anos. As carnes com as maiores taxas projetadas de crescimento da produção no período 2011/2012 a 2021/2022 são a de frango, que deve crescer anualmente a 4,2%, e a bovina, cuja alta projetada para esse período é de 2,1% ao ano. A produção de carne suína apresenta uma expansão estimada de 2% ao ano, o que também representa um valor relativamente elevado, pois consegue atender ao consumo doméstico e às exportações.

As projeções do consumo indicam preferência crescente dos consumidores brasileiros pela carne de frango. O crescimento projetado é de 2,7% no período 2011/2012 a 2021/2022. Isso significa um consumo interno de 12,8 milhões de toneladas daqui a dez anos, e de 9,4 milhões de toneladas para a carne bovina. Esta categoria assume o segundo lugar no aumento do consumo, com taxa em torno de 2% no mesmo período. Em nível inferior, situa-se a projeção do consumo de carne suína, de 1,8% ao ano para os próximos anos.

Recentemente, apesar da safra recorde de milho e dos estoques privados dessa commoditie estarem lotados, diversos pequenos avicultores têm encontrado dificuldades para obter esse que é o principal alimento para os frangos produzidos no país, fazendo com que o preço fique até 25% mais caro. Parte da dificuldade de acesso ao milho deve-se à alta do preço internacional do produto, em decorrência da seca nos Estados Unidos.

As estimativas trazem também um quadro favorável para as exportações brasileiras. As carnes de frango e de suínos lideram as taxas de crescimento anual das exportações para os próximos anos - respectivamente com 3% e 2,2%, apesar de uma pequena queda nos últimos meses. As exportações de carnes recuaram 2% em relação a julho de 2011 e representaram US$ 1,21 bilhão. Os dados oficiais mostram que a carne de frango mantém a liderança, apesar da queda de 14,8% na receita, que ficou em US$ 523 milhões no mês passado. O volume exportado cresceu 0,2%, mas o preço médio caiu 14,9% em relação a julho do ano passado. Vale ressaltar que as exportações desempenham um papel relevante custeando as importações necessárias para sustentar o ritmo forte de aumento do consumo interno.

Levantamento do governo aponta bom desempenho das exportações de carne bovina em julho, com crescimento de 18,4% em relação ao mesmo mês de 2011, que representou US$ 484 milhões. O volume exportado cresceu 30,2% e atingiu 109 mil toneladas, o que compensou a queda de 9,1% no preço médio. A carne suína registrou aumento de 21,5% no volume exportado e queda de 5,4% no preço médio de exportação, com receita de US$ 108 milhões.


Nota do Editor: Estefan Haddad é diretor da BDO Brazil em Ribeirão Preto.

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