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COLUNISTA
Nenê Velloso
16/04/2013 - 08h02
As magnólias do centro da cidade de Ubatuba
 
 
Arquivo Nenê Velloso 

O colega colunista Julinho Mendes, conforme matéria publicada aqui na revista O Guaruçá, quer saber quem plantou “As magnólias do Centro de Ubatuba”.

Prezado colega, conversei com dois caiçaras da gema e do Centro, ambos com 89 anos de idade, em perfeito estado de lucidez, foram categóricos em afirmar: “As magnólias da Praça Nóbrega, já existiam desde os meus tempos de criança; já eram assim, deste tamanho”. Então, as magnólias estão se aproximando dos 100 anos ou mais.

Quanto ao bando de pássaros que você mencionou, faltaram os siriris, que no meu tempo de criança tinha em abundância, com as cinco magnólias carregadas de cachos iguais os da foto, com seus frutos maduros e oleosos rosas alaranjados, não havia e não há pássaro que resista. Ainda bem que os nossos pássaros não estão preocupados com as origens das árvores, não se importam de onde venham. Neste caso, nem eu!

Quanto as quatro magnólias que simplesmente morreram, eu não acredito. Para mim, foram sacrificadas por algum interesse, caso contrário já teriam feito a reposição. Pode ter certeza, alguém jogou veneno. Alguns acham que foi o excesso de aterro, tudo bem, pode ser, mas demorou tanto tempo? Se não me falha a memória, a reforma da praça aconteceu no governo Nélio, me corrija se não foi, morrendo as quatro de uma só vez? Estranho! Com todo esse aparato ambiental instalado na cidade, ficaram calados mediante esse crime ambiental e histórico, principalmente a SEMA, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e mais aqueles que batem no peito, dizendo que já plantaram 5 e até 10 mil árvores, vestem camisa em prol da preservação, calaram-se diante desse episódio. Só sobrou uma magnólia. Até quando vai sobreviver?

Você já parou para pensar, Julinho? Se isso acontecesse em uma magnólia plantada dentro da nossa propriedade ou na calçada na frente da nossa casa? Trariam um laboratório e técnicos até da Alemanha para investigação.

À noite, na Praça Nóbrega, era de costume a criançada da redondeza que não ultrapassava de 20, onde eu me incluo, se reunia para as brincadeiras de pique, soldadinho salvo, raso cabo sargento, brincadeiras que eram comandadas pelo Benedito Rin Tin Tin, o mais velho da turma, era líder nato no comando. As brincadeiras terminavam obrigatoriamente as 9h30 da noite, porque as 10h00 a luz da rua era desligada, e o responsável pelo desligamento era o Sr. Batista de Oliveira, funcionário da CTI, “Companhia Taubaté Industrial”.

O perfume exalado pelas flores da magnólia, entremeados com os cachos está vivo na minha memória; as crianças disputavam quem respirava mais profundo, para inalarem a fragrância suave exalada pelas suas flores. Só quem viveu, e ainda está vivo, sabe o significado.

É, Julinho... estão tentando deletar até nossa memória, e, estão conseguindo. Primeiro foram as duas frondosas nogueiras da esquina da máquina, onde está instalada a SABESP, depois a gigantesca jaqueira do Seu Adinho, lá no trevo da BR-101 (Ubatuba/Taubaté), das duas amendoeiras centenárias do Cruzeiro arrancaram uma, na alegação de estar morrendo, que juntas, formavam o principal cartão-postal da cidade, o local mais fotografado, e por derradeiro, as quatro magnólias centenárias da Praça Nóbrega. Assassinadas, até que se prove o contrário.

Agora só está faltando uma amendoeira, uma magnólia e a demolição do sobradão do Porto, encerrando a descaracterização total da cidade de Ubatuba.

Na foto que você usou para ilustrar a matéria, o cidadão de bicicleta é o Joanito Teixeira, funcionário do posto de saúde, lotado no cargo de fiscal sanitário, mas exercia as funções de escriturário. O casal deve ser de Taubaté, o pessoal que está na praça deve estar esperando a hora do embarque. Os motoristas da jardineira eram: Zezão, Arthur, Fio e Procópio, eu conheci e convivi com todos. Eles revezavam os horários; um descia a serra outro subia, eram dois turnos, de manhã e a tarde. Este trajeto era concluído em seis a sete horas, com a estrada, e o tempo bom!


Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com.
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