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Economia e Negócios
21/04/2013 - 11h00
Crescimento do PIB não pode ser refém da inflação
Fabio Arruda Mortara
 

Entre o estímulo ao crescimento econômico e o controle da inflação o governo deve escolher ambos. Não há antagonismo entre os dois indicadores. Por isso, não teria sido necessário aumentar a Selic para 7,5% ao ano na reunião do Copom dos dias 16 e 17 de abril último. O mais eficaz e necessário é adotar medidas urgentes para conter os gastos públicos e resgatar a competitividade da indústria, de maneira que passemos a produzir mais e atendemos à demanda do consumo. Será que ninguém percebeu que os brasileiros estão pagando em dólar por boa parte dos produtos manufaturados que compram no dia a dia?

Ao reduzir os gastos públicos, melhorando o superávit primário, o governo reduziria os seus gastos relativos ao serviço da dívida pública e atenuaria o impacto desses títulos no conjunto da economia. A medida mais urgente, entretanto, é resgatar a competitividade da indústria, pois a pressão mais forte sobre os preços resulta da demanda aquecida do mercado consumidor brasileiro, já que estamos literalmente pagando em dólares por boa parte dos produtos industrializados que estamos comprando no nosso varejo, cada vez mais suprido por importados.

O País enfrenta uma estranha inflação de demanda, pois a indústria nacional, premida pelo “custo Brasil” e a concorrência desigual de algumas nações, não consegue competir com os importados em numerosos segmentos. Por isso, nossos consumidores estão pagando em valor equivalente ao dólar por numerosos produtos. Se baixarmos o valor do Real nas operações de câmbio geramos inflação na ponta do consumo e se aumentarmos, aí é que não exportamos mais nada. Portanto, é preciso manter uma política cambial muito calibrada.

A solução é resgatar com urgência a competitividade da indústria, de modo que os brasileiros passem a comprar mais manufaturados nacionais. Para isso, é necessário ampliar a desoneração da folha de pagamentos e a redução de impostos para mais setores industriais, em especial aqueles cujos produtos têm peso significativo no orçamento das famílias e na composição do IPCA.

Bons exemplos são os livros e embalagens de alimentos e medicamentos, que são essenciais. Chegamos ao cúmulo de vermos livros brasileiros sendo impressos na China. Estamos falando de produtos impressos que poderiam muito bem estar sendo supridos pelo parque gráfico nacional, constituído por 20 mil empresas e empregador de 200 mil trabalhadores.

O Governo Brasileiro tem boas intenções, mas está indo por um caminho tortuoso e aumentando cada vez mais a conta que a população irá pagar: os gastos públicos. Portanto, seria mais salutar a redução de despesas não produtivas, estimular os investimentos e desonerar os custos da produção. Se a indústria brasileira produzir aqui o que os brasileiros precisam e querem consumir, matamos o risco de inflação e não permitimos que o crescimento do PIB continue sendo seu refém.


Nota do Editor: Fabio Arruda Mortara, M.A., MSc., empresário, é presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional) e do Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado de São Paulo (Sindigraf-SP).

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