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Educação
01/03/2005 - 12h05
A dislexia e os distúrbios de aprendizagem
João Alberto Ianhez
 

A alfabetização no Brasil só vai acabar no papel, como tantas outras estatísticas existentes que passam ao largo da realidade. Vamos ter pessoas "Alfabetizadas" que não conseguem entender um texto, por mais simples que seja, como ocorre hoje.

A maioria dos programas de alfabetização existentes no país comemora cem por cento de seu aproveitamento. Pode ser, desde que eles tenham descartado no caminho as pessoas que apresentam dislexia, outros distúrbios de aprendizagem, ou outras dificuldades mais graves. Só as pessoas distantes da realidade do dia-a-dia dos pais, que estão convivendo com esses problemas, podem acreditar em 100% de alfabetização, sem o mínimo preparo de escolas públicas e a grande maioria das particulares, para trabalharem os distúrbios de aprendizagem.
Já foi comprovado que a grande maioria das deserções escolares são devidas a distúrbios de aprendizagem. Eles levam também ao caminho das drogas, do alcoolismo e da marginalidade. As deserções escolares ocorrem não só por iniciativa da pessoa que apresenta dificuldades, mas, também e principalmente, pela maioria das escolas e programas de alfabetização que querem tratar os desiguais como iguais. Saiu do ritmo da classe solicita-se que se retire a pessoa do grupo, que os pais procurem outros recursos para educação do seu filho, como se na esquina próxima tivesse algo disponível. Esta é a
alfabetização que nos oferecem sem exceção a grande maioria das escolas brasileiras e os programas de alfabetização de ONGs, fundações etc.

Qual a situação dos pais conscientes, que possuem filhos apresentando dificuldades de aprendizagem, criando problemas nas escolas, buscando todas as formas possíveis para "Matarem" aulas, insistindo nas tentativas de abandonarem os estudos, por se sentirem diferentes e por não receberem tratamento adequado. Enquanto ao mesmo tempo os pais encontram dificuldades com dirigentes e professores das escolas que solicitam a transferência das crianças para outras instituições do ensino, outros estabelecimentos, na primeira oportunidade, cassam a matrícula dessas crianças, com argumentos que demonstram incapacidade delas lidarem com os distúrbios de aprendizagem.

Será que os pais que convivem com os problemas acima descritos têm condições de seguirem com suas vidas no trabalho, ou em outras atividades, de forma norma? As empresas estão preocupadas com isso? As assistentes sociais ou as áreas de recursos humanos das empresas sabem como agir, para apoiar os pais com esses problemas? Os educadores estão preocupados com esses alunos? Sabem como encaminhá-los? Os responsáveis pelos programas de alfabetização em massa do governo, de entidades do terceiro setor e de empresas estão preocupadas com isso?

A resposta para todas essas perguntas é a mesma: Não! Há um desconhecimento generalizado sobre o assunto. As empresas não conhecem o assunto e não se preocupam com isso. No caso dos programas de alfabetização, quer particulares ou do terceiro setor as pessoas que apresentam dificuldades de aprendizagem são afastadas dos mesmos, quando não saem por iniciativa própria, ou se tornam analfabetos "Alfabetizados", com diploma e tudo, sem saber ler e escrever.

O medo e o desconhecimento são companheiros inseparáveis da omissão. E é isto que ocorre no Brasil com a dislexia e com os distúrbios de aprendizagem, nem só de parte de pais, mas também dos educadores, das autoridades e, até mesmo, de alguns profissionais. E o mais complicado é que pesquisas internacionais realizadas pela IDA - International Dyslexia Association - indicam a incidência desses problemas em 10% a 15% da população.

Quantos pais chegam à ABD totalmente desorientados, muitas vezes após uma triste via sacra, com dispêndio de muitos recurso, sem obterem respostas. O trabalho feito pela ABD, com parcos recursos e sem apoio de órgãos governamentais é uma gota no oceano.

A inclusão escolar só existe no Brasil para os deficientes físicos e mentais. As pessoas que apresentam dislexia ou distúrbios de aprendizagem ficam relegadas à própria sorte. Estabelecer condições para a inclusão escolar dos que apresentam esses distúrbios tem a mesma sustentação para a atenção especial que se dá aos demais excluídos: Humanitários.

A ABD - Associação Brasileira de Dislexia - com 21 anos de existência, é uma entidade sem fins lucrativos, estruturados com base no voluntariado, criada com o objetivo de estudar e divulgar conhecimento sobre dislexia, para ajudar as pessoas possuidoras de dificuldade específica de linguagem. Orientar os pais para que possam escolher a ajuda mais adequada para seus filhos. Informar os profissionais, inclusive desenvolvendo pesquisas e estudos quanto à incidência e forma na população brasileira.


Nota do Editor: João Alberto Ianhez é Presidente Voluntário.

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