Dia 06 de junho às 19h na Igreja Matriz, em São Sebastião, SP
O livro “O sonho de Julieta”, da jornalista Priscila Siqueira, faz uma retrospectiva da história da Irmandade da Santa Casa Coração de Jesus, que começou a construir o Hospital de Clínicas de São Sebastião em 1938, e depois de 25 anos, em 1963, entregou em doação ao Estado o prédio inacabado. Mesmo assim até hoje tem papel importante uma vez que pela Irmandade são feitos os convênios e as contratações de funcionários do hospital. Este livro traz também fatos históricos acontecidos durante a época da ditadura militar, quando São Sebastião era Zona de Segurança Nacional, por causa da Petrobras e o cidadão não podia participar de reuniões ou projetos sociais, tudo era considerado atitude subversiva. Conheça através do depoimento dos entrevistados, um pouco mais da história contemporânea de São Sebastião. Primeiramente lembro o nome da professora Julieta Maria do Rêgo, que além de cuidar dos seus irmãos menores, 13 ao todo, ousou sonhar com a construção do Hospital de Clínicas, numa época que a região era considerada a mais pobre do Estado de São Paulo. Mas mesmo assim contou com a doação de uma casa onde faziam o atendimento aos doentes e logo depois comprou um terreno onde em 1938 começou a obra do Hospital. Anos depois em 1963, esteve à frente da Irmandade na doação do prédio ao Estado e contou com a ajuda de um grupo de médicos recém-chegados da cidade de Lucélia, interior de São Paulo, para fazerem o atendimento a comunidade. Nessa época as irmãs da ALA - Assistência ao Litoral de Anchieta, passaram a administrar o Hospital. Ainda em 1963 passou a Provedoria para o Sr. Benedicto Frúgoli, que era fiscal do Estado e deu continuidade aos projetos da Irmandade. Finalmente em 1968, o padre Nivaldo Vicente dos Santos, natural do Porto Novo em Caraguatatuba, de família tradicionalmente católica, além de ser Diretor Espiritual da Irmandade assumiu também o cargo de provedor por 7 anos e modernizou a Igreja de São Sebastião, num projeto ousado que fortaleceu a Irmandade e trouxe novos membros. Nessa época a Irmandade voltou a administrar o Hospital. Cada médico que esteve em São Sebastião, antes do funcionamento do hospital, viveu uma história de dedicação e superação entre eles: Dr. Tanajura, Dra. Silvia, Dr Carlos, Dr Álvaro, Dra. Eliza, todos foram lembrados com muito carinho nos depoimentos recolhidos. Mas naquele momento, quando o Hospital começou a funcionar com uma equipe de trabalho, Clínicos, Pediatra, Ginecologista, Anestesista, Enfermeiras e Dentista, realizando inclusive cirurgias de emergência, todos tiveram certeza que o sacrifício valera a pena.
Nota do Editor: Maria Angélica de Moura Miranda é jornalista, foi Diretora do Jornal "O CANAL" de 1986 à 1996, quando também fazia reportagens para jornais do Vale do Paraíba. Escritora e pesquisadora de literatura do Litoral Norte, realiza desde 1993 o "Encontro Regional de Autores".
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