14/09/2025  21h02
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Educação
04/03/2005 - 09h59
Escolas declaram guerra à preguiça de ler
 
 

Pesquisas apontam que a leitura é uma das principais deficiências do estudante brasileiro. Não basta identificar as palavras, mas compreender, interpretar e relacionar. Nessa batalha, escolas particulares de São Paulo não economizam em iniciativas aplicadas desde a mais tenra idade.

Uma das maiores contribuições que se pode dar a uma criança é ensiná-la a gostar de ler. Dificilmente um adulto que cresceu longe dos livros vai ter acesso à principal ferramenta de todos os saberes. A estimulação adequada, centrada nos gostos e interesses do pequeno leitor, com certeza vai surtir resultados positivos. O processo deve começar em tenra idade, mesmo antes da alfabetização. No entanto, como competir com toda a diversidade e facilidade oferecida pela televisão? A resposta é simples: A criança cria seus modelos e passa a segui-los. Aqueles que vêem seus pais preferindo as páginas de um livro, de um jornal ou uma revista no cotidiano doméstico já está dando os seus primeiros passos nesse valoroso aprendizado. No ambiente escolar, a leitura está para o aluno, assim como goiabada está para o queijo. Algumas instituições conseguem resultados surpreendentes com projetos bastante criativos que, na maioria das vezes, primam pela simplicidade.

Na Escola da Vila, os alunos são incentivados desde a educação infantil. Todas as classes têm um acervo de livros, com o qual os alunos criam uma espécie de relação afetiva. As crianças fazem semanalmente visitas à biblioteca da escola de onde retiram livros e levam para casa. Duas vezes por ano acontece a Semana Literária, em que os pequenos recitam poesias e textos (escolhidos por eles) para outras classes, evento para o qual se envolvem extraordinariamente, lendo e ensaiando. "Procuramos mostrar a essas crianças que a leitura é fonte de prazer. Pedimos, inclusive, a colaboração dos pais para que levem seus filhos a bibliotecas ou livrarias a fim de que tenham o maior contato possível com os livros", conta Dayse Gonçalves, coordenadora pedagógica da educação infantil da escola.

Mais tarde, quando a criança entra na pré-adolescência, na maioria das vezes, a leitura passa longe das suas prioridades. Na 5ª série da Escola da Vila, no entanto, esta é uma fase muito frutífera para uma boa parte dos alunos, graças aos artifícios usados em classe pelos professores da área. A leitura compartilhada é o carro chefe. "Por meio dessa atividade, a gente dá um modelo de adulto leitor ao mesmo tempo em que promove descobertas. É muito importante que eles percebem descobertas conjuntas. Isso enriquece a leitura e a criança passa a apreendê-la com profundidade", explica a professora Magda Moreira de Melo. Além disso, estimula-se o leitor autônomo, em rodas de leitura e conversa. "O que funciona muito bem também são as dicas que um aluno dá ao outro. Em uma de nossas atividades, eles escrevem bilhetes para os colegas contando sobre um livro que leu e gostou muito, o que acaba contagiando o amigo", completa a professora. Ao final do ano, os alunos dessa série já leram, no mínimo, 7 livros (2 compartilhados e 5 escolhidos por eles), que reúnem em um catálogo num trabalho final.

A estratégia usada pelo Colégio Magister, na zona sul, também envolve leitura compartilhada. Para cumprir com a lista de livros indicados pela escola, os alunos lêem parte dos livros em classe e parte em casa. "O importante é não ter como objetivo final uma nota, uma avaliação, partindo sempre para o lúdico, o divertido. Além de interromper a leitura compartilhada em pontos cruciais da história, o processo envolve também dramatizações, jogos, performances, criação de bloogers, depende muito da turma", conta a professora Erani Stutz.

Na Escola Carlitos, em Higienópolis, a prática do incentivo à leitura faz parte do cotidiano. A escola possui bibliotecas específicas com acervo e classificação dos livros adequados para cada faixa etária. De 1 a 6 anos, são classificados com imagens e cores para facilitar o trabalho dos pequenos. De 1ª a 4ª série utiliza-se cores e números e a partir da 5ª série, somente números. Outra fonte de leitura para os alunos é o jornal Ypê Amarelo, produzido mensalmente por eles próprios, e que sempre traz dicas de leituras. A Carlitos não pára por aí. Uma vez por semana, todas as séries têm aula de biblioteca, quando acontecem as retiradas de livros. Existem também as leituras em conjunto: a professora escolhe um livro e toda a classe lê. "Fizemos pesquisas para saber quais as formas de incentivo que são mais fortes e descobrimos que a dica de um colega funciona muito. Às vezes tem fila para pegar determinado livro", conta a coordenadora pedagógica Maria Isabel Moniz. A escola vai mais além. A ampliação do universo literário faz parte da avaliação.

O Colégio Ítaca, na zona oeste da capital, foi declarada guerra à preguiça de ler. Com a intenção de introduzir seus alunos no mundo da literatura de forma prazerosa e tranqüila, o professor Flávio Cidade fez uma ponte entre os assuntos de interesse da molecada e a literatura. Um exemplo dado por Flávio se refere a um livro lido pela 7ª série dessa escola. O título escolhido foi "Buracos", de Louis Sachar, que conta a história de adolescentes infratores que vão parar num reformatório. Para complementar, Cidade apresentou reportagens sobre os meninos que fazem malabares nos faróis de São Paulo e matérias sobre os preconceitos que as crianças dessa idade começam a sofrer na escola por motivos diversos - o uso de aparelho nos dentes, óculos, se é gorda, se é negra, se vive caindo, se é amiga da professora, se é portadora de alguma deficiência.

Partindo de uma discussão em classe após a leitura do livro, Cidade instiga seus alunos a pesquisarem e concretizarem suas idéias a respeito do preconceito. "Dividimos as classes em grupos, que escolheram qual tipo de trabalho iriam realizar", explica o professor. Um dos grupos foi a campo. "Entrevistaram os meninos dos faróis e tiraram fotografias. Nessa entrevista, perguntaram tudo que tinham a curiosidade de saber. São pobres? Onde moram? Quanto ganham no dia? Têm pais? O que eles fazem? Sentem frio? Estudam?", conta o professor.

No Colégio Magno, zona sul, incutir o hábito de leitura entre seus alunos já virou projeto e extrapolou os muros da escola envolvendo também a família. Para os pais, ter conhecimento do assunto que os filhos apreciem é de uma satisfação sem fim. E vice e versa. As crianças e adolescentes também curtem uma boa conversa com os pais, quando o assunto lhes interessa e têm domínio da pauta. Como a receita é boa e o resultado é certo, o Colégio Magno, investiu a regra em projeto que visa incutir o hábito de leitura nos jovens. Com a colaboração do Psicólogo e escritor Paulo Afonso Ronca, o Magno introduziu o projeto "Mania de ler - leitura na escola e na família", que incentiva a mesma leitura para pais e filhos.

"Numa época de complexidades, incertezas, mudanças e multiplicidade de valores, é natural que os pais sintam dúvidas e inquietações quanto às transformações dos seus filhos, de sua educação, dos valores propostos e trabalhados pela escola, seja com respeito às informações específicas de cada disciplina, seja com respeito a valores morais, éticos ou temas sociais", conta a diretora pedagógica do Magno, Myrian Tricate. Para ela, um dos principais objetivos desse projeto é aproximar pais e filhos na discussão de valores morais e éticos.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "EDUCAÇÃO"Índice das publicações sobre "EDUCAÇÃO"
30/12/2022 - 05h38 Férias escolares
12/12/2022 - 05h34 Quadrinhos, charges, poemas
09/12/2022 - 05h30 Cinco erros ao ensinar finanças aos filhos
07/12/2022 - 06h06 Alfabetização com letra de forma
23/11/2022 - 05h38 Museu reúne arte, ciência e tecnologia em Brasília
18/11/2022 - 05h57 Conheça as etapas de preparação para o Enem
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.